“Os EUA podem ser comparados a uma criança forte, mas atrasada. Potencialmente perigosa, mas jovem, imatura e facilmente manipulável.“
O filme é inspirado em fatos reais. Isso já é grande incentivo para que eu o assista. Esse ainda teve mais um fator: envolve espionagem e dentro do FBI. Acontece que já de início, ficamos ciente de quem é – Robert Hanssen (Chris Cooper) -, e de que o prenderam. Depois volta para onde começaria mais uma tentativa de pegá-lo. Para isso convocam um jovem aspirante – Eric ONeill (Ryan Phillippe).
Se pensam que essa caçada não traz novidade, eu digo que sim. E que está no desfecho do filme. Mas também toda a investigação. Eric a princípio não recebe todas as informações desse caso. Com isso, com o passar dos dias ao lado de seu novo Chefe, Hanssen, fica dividido. Não acreditando muito que aquele santo homem, é tudo aquilo o que contaram. Além de espião, ele filma suas transas e a trafica. Mais tarde, Eric conhecerá quem também está nas fitas.
Mesmo tendo alcançado seu sonho, em ser um agente, e pela importância do caso torna-se um top de linha, mesmo assim, ainda não acredita que errou tanto no julgamento de uma pessoa. É então que sua verdadeira Chefe, Kate Burroughs (Laura Linney), abre todo o jogo. Além dos arquivos, lhe mostra toda a equipe que está trabalhando nisso já alguns anos. Mas antes, sem saber quem era o verdadeiro espião. As suspeitas eram que ele começou a espiar para os russos antes dos anos 90; a história do filme ocorre em 2001.
“Ele foi mais esperto do que nós todos. Na verdade, essa parte eu até aguento. A idéia de que toda a minha carreira foi uma perda de tempo, essa é a parte que odeio. Tudo o que fiz desde que cheguei a este escritório, tudo o que nos fazíamos, ele desfazia. Mais valia termos ficado em casa.”
Eric entende que tem que dar crédito a sua voz da razão. Embora tendo se afeiçoado ao Hanssen. Prossegue então. E na de que já tendo ficado íntimo dele, tentar descobrir pistas que os levem a provas contundentes. Das quais ele não terá defesa… Hanssen, mesmo também tendo se afeiçoado a Eric, o testa a cada instante. Mas será essa afeição, que dará um pequeno acesso para que Eric o pegue.
Se eu fosse definir esse filme, eu diria que ele aborda a profissão de fé de cada um. Mesmo achando que a que exerce é a tão sonhada, é a que habita na alma a verdadeira profissão. Hanssen mesmo que tenha iniciado tudo por se sentir menor… o seu lado vilão falou mais alto. Chega a ser repugnante como castigou alguém que só lhe quis o bem. E quanto a Eric, qual seria a sua profissão de fé? Com toda essa história, ele descobre a sua.
O filme é muito bom, dentro daquilo que veio mostrar. Eu recomendo. Mas não me deixou uma vontade em rever.
Por: Valéria Miguez (LELLA).
Quebra de Confiança (Breach). 2007. EUA. Direção: Billy Ray. Elenco: Chris Cooper, Ryan Phillippe, Laura Linney, Caroline Dhavernas, Gary Cole, Dennis Haysbert, Kathleen Quinlan. Gênero: Crime, Drama, Thriller. Duração: 110 minutos. Censura: 12 anos.