Em 25 de junho de 2009, o mundo dava o adeus a mais um de seus grandes nomes: Michael Jackson. Foi com grande tristeza que fãs do mundo todo, choraram e testemunharam sua dramática partida para o além. O legado do MJ fica até hoje. É mais fácil achar coovers dele por aí, do que qualquer outra coisa. Crianças o imitam exaustivamente nos programas dominicais, seu moonwalké marca registrada, o seu ”Who’s Bad?” é dito com fervor e suas músicas cantadas e apreciadas por todos.
Só que antes da sua partida, o astro queria encerrar a carreira de outra forma, fazendo uma maratona de shows na Inglaterra, onde segundo ele, “tocaremos o que meus fãs pedirem!”, e dito isso, dirigido por Kenny Ortega (famoso por dirigir musicais, como o recente High School Musical e por cenas dançantes em filmes como Dirty Dancing e Footloose) e contando com uma equipe invejável, o cantor preparava o show da sua vida. Seriam 50 shows empolgantes, maravilhosos, iluminados e megalomaníacos, coisa que só o Rei do Pop poderia proporcionar.
No auge dos seus 50 anos, ainda com o gás do garotinho que cantava ABC e do marmanjo que fazia todo mundo bailar com Don’t Stop Til You Get Enough, ele dança, canta, usa e abusa de efeitos especiais, exige de seus músicos e participa ativamente do processo criativo do seu show. Diferente daquele MJ recatado e mais excêntrico que o normal, como infelizmente ficou estigmatizado. Ele se mostra atencioso, ouve, discute, aprende, assume erros e se mostra humano. A realeza é modesta e iria agradar todos os seus súditos.
As 100 horas gravadas para o arquivo pessoal do astro, foram cuidadosamente condensadas em pouco mais de 100 minutos, e renderam um documentário interessante, que não apenas mostrava os bastidores do show que nunca aconteceu, mas mostrava também as facetas de um ídolo que planejava retornar com tudo. Particularmente não colocava muita fé, achava que seria daqueles documentários maçantes, sem graça, movido a depoimentos de pessoas próximas a ele. Mas com 5 minutos de projeção, mudei de idéia e por quase duas horas, fui agraciado com cenas belas, com passagens interessantes, um This Is It fora do comum, digno do Rei!
Começa com entrevistas dos bailarinos do show, do processo de seleção deles, e da emoção de estarem tão pertos de quem tanto os inspirou. O filme não tem a pretensão de divulgar o show, mesmo isso sendo inevitável, mas quer na verdade, nos fazer ver o homem que ninguém via. Em nenhum momento ele é o Michael Jackson que as câmeras flagravam, fraco, doente, feio, mas sim, um Michael Jackson ativo, feliz, animado, e com vontade de dar a volta por cima (por cima de todo furor que tanto lhe atrapalhou a carreira).
Os minutos seguintes são embalados por ensaios animados, e musicas que fizeram história. Smoth Criminal, Beat It, I’ll Be There, Billie Jean (ele ficou devendo o Moonwalk ¬¬), Thriller entre outros sucessos embalam o filme de ponta a ponta. Mas o mais bacana fica guardado para os bastidores das músicas. O processo de criação dos cenários, as coreografias, os efeitos especiais e as filmagens extras que eles fizeram para enriquecer mais ainda o show, tudo deixa o filme mais interessante a cada momento.
Só que de repente, o filme foge da sua proposta (ou pelo menos vi assim), quando insere uma crítica não ácida, mas que incomoda a quem assiste, sobre o meio ambiente.
Os minutos finais giram todo em torno da música Earth Song e ainda conta com palavras do próprio Michael sobre o meio ambiente e a preservação do mundo. Não que eu esteja discordando do sonho do astro, mas apenas acho que usaram de forma errada essa parte e acabaram deixando as coisas meio confusas.
Mas tirando esse pequeno detalhe citado acima, é um filme mais que obrigatório para os fãs. Vi gente chorando no cinema, vi gente cantando no cinema, vi gente dançando no cinema e vi gente gritando ”Michael I Love you!” o tempo todo. Não fiquei incomodado, pelo contrário, acho que ele deve ter ficado feliz com as demonstrações de carinho mundo afora.
E pra quem não curte muito, fica a dica pra conhecer melhor o trabalho que ele deixou para as futuras gerações apreciarem.
O fim do filme deixa uma mensagem clara: o show deve continuar!
Não percam!
Nota: 9,0
This Is It, 2009
Direção: Kenny Ortega.
Duração: 112 minutos.