Tudo Pelo Poder (The Ides of March. 2011)

Tudo Pelo Poder é, definitivamente, sobre política, mas mais especificamente naquilo que acreditamos, ou melhor ainda, a quem optamos a votar. George Clooney – que tem cara de PAU, isso é, de político, cai bem no papel do candidato presidencial, o governador Mike Morris. Ele diz as coisas certas e, melhor ainda, as pessoas estão acreditando nele.

Ryan Gosling conduz o filme através dos seus olhos — é um ator expressivo onde se pode sentir através do seu olhar, quando o seu personagem esta perturbado, ou cheio de determinação ou vazio por causa de tanta decepção. Tudo que seu personagem está sentindo está ali em seu rosto!. Clooney, Philip Seymour Hoffman e Paul Giamatti estão muito bem, mas o show pertence a Gosling. Nao que aqui, ele merecesse ser indicado ao Oscar, pois achei que RYAN brilha muito mais em DRIVE. Também gostei muito de Evan Rachel Wood– ela arrasa no glamour!!!!.

Não li a peça de Beau Willimon “Farragut North”, mas o filme não detalha muito sobre o processo político nos Estados Unidos, embora mesmo assim seja um drama político- sem levar para a sátira!. O filme não foca em um drama pessoal, mas explora muito bem as intrigas, mentiras e traições daqueles que estão atrás de uma campanha política!. O elenco esta PERFEITO, e Clooney ACERTOU a mão em filmar e editar o filme de uma forma bem tradicional de um bom drama, e isso em 101 minutos!!!!.

Talvez o seu final aberto possa incomodar alguns, mas não esperava um DRAMA pesado para os atores precisarem atuar de uma forma tão visceralmente assim!. Não creio que essa era a proposta da fonte original que Clooney tinha em mãos!. TUDO pelo PODER é um conto realista sobre o jogo da política e de como a política pode mudar a vida, e o espírito dos envolvidos!.

E nao tenho vontade de rever o filme, o qual ja se encontra em DVD!.
Nota 7.5.

HITCHCOCK (2012)

hitchcock_2012_cartazO filme “Hitchcook” de Sacha Gervasi tem acertadamente pouco do livro homônimo de Stepehen Rebello que deu origem a esta obra. Enquanto Stephen esmiúça detalhes técnicos e curiosos dos bastidores do filme “Psicose”, Sacha trabalha em cima de um roteiro deliciosamente cinematográfico sobre o mesmo tema.

Por exemplo, as cifras e contabilidades de uma produção tumultuada são substituídas por insinuações de traição de Alma, esposa do diretor e por perseguições delirantes do assassino em série Ed Gein, que inspirou Robert Bloch a escrever a novela de terror que arrebatou Hitch. Também dá ênfase à figura de Alma, transformando-a num personagem feminino fortíssimo, defendido com brilhantismo por Helen Mirren. As figuras de Leigh e Perkins, estrelas de “Psycho” estão perfeitas com as caracterizações de Scarlett Johansson e James D’Arcy respectivamente, dentro do visual agradável do final dos anos 50. A cena antológica do assassinato no chuveiro tem pouco destaque, o que não chega a frustrar, num filme rico em diálogos inteligentes e bons momentos para os fãs do diretor e de “Psicose”.

Se por conta de uma notória dessemelhança ou uma maquiagem ineficaz, o ator Anthony Hopkins não conseguiu a aparência ideal para o papel título, tudo é compensado com uma atuação impressionante e habilidosa onde ele atinge o tom debochado, divertido, inseguro e por vezes cruel do mestre do suspense, que não poderia mesmo ter sido uma pessoa ordinária.

Por Carlos Henry.

Tudo Pelo Poder (2011). Até tu, Brutus!?

Ter esse quarteto – George Clooney, Paul Giamatti, Philip Seymour Hoffman e Ryan Gosling – nos créditos, por si só já seria um grande convite para assistir esse filme. Mas por trazer os bastidores de uma campanha política já era um aditivo a mais. Acontece que “Tudo Pelo Poder” centra esses bastidores em um marqueteiro. Alguém jovem e que sente o gosto do poder. Pronto! Era conferir e…

Numa campanha política temos de lado um candidato como um produto a ser vendido, e de outro, os eleitores que irão comprar ou não resultado dessa publicidade. Tudo é bem calculado, ainda mais se há um interessante cargo em jogo: candidatura a Presidência da República. Consultores Políticos podem até dar um background histórico como suporte. Mas atualmente se faz necessário a presença de um marqueteiro.

Em “Tudo Pelo Poder” temos um breve momento na vida de um excelente marqueteiro. É o personagem de Ryan Gosling, o Stephen Meyers. Um cara que tem uma excelente visão espacial, conseguindo com isso até mudar os holofotes da mídia enquanto apara algumas arestas. Mas tão focado nessa sua recente carreira, e talvez até pelo arrojo da juventude, acaba esquecendo algo simples, e essencial: em solidificar uma amizade. Não a que faz parte do jogo de interesse. Mas sim uma verdadeira amizade.

Amizade essa que teria sem sombra de dúvida com Molly Stearns. Personagem Evan Rachel Wood, que teve uma ótima atuação. Mas com Molly, Stephen só quis sexo, e depois, em usá-la para um outro fim. O poder já o seduzira, mas esse fora um erro menor diante do seu perfil. Ciente de que era muito bom, o ego inflamou, a ponto de não ver que caíra numa grande teia. Ai, pensou que teria uma ajuda em alguém que considerava uma amiga, Ida Horowicz (Marisa Tomei). Mas Ida sabia que essa relação era pura fachada, e de um jogo de interesse por ambos os lados. Principalmente por conta do cargo dela: ser Correspondente Política do The Times.

Na verdade, Ida considerava muito mais Paul Zara (Philip Seymour Hoffman), o Consultor Político do Governador Mike Morris (George Clooney). Stephen estava subordinado a Paul. Esse que era o braço direito de Morris, e há décadas. O trabalho de Stephen tinha um caráter temporário. Consistia em fazer com que Morris fosse eleito pelo Partido Democrata para então concorrer a Presidência da República.

O adversário de Morris, o Senador Pullman (Michael Mantell), tem como homem forte, Tom Duffy (Paul Giamatti). Esse, diferente de Paul, que tenta sempre colocar a ética à frente dos seus passos, e que não tem um Stephen Meyers a seu dispor, sabe que terá que jogar pesado para o seu patrão/candidato sair-se vencedor no importante estado de Ohio. Tanto Paul como Duffy terão que “vender” bem seus candidatos aquele que detém um número considerável de votantes: o Senador Thompson (Jeffrey Wright).

O Marketing Político está a serviço de quem, ou de que? E é isso que o filme mostra. Se toda a campanha publicitária traz algo novo, como a exposição diante da tv e da internet, por outro lado todo o jogo político já vem de muito longe. É a referência histórica que está no título original “Os Idos de Março“: a data se refere a conspiração sofrida por Júlio Cesar, onde foi assassinado pelo seu Consultor Político, Brutus. Então, nessa campanha política, um único erro pode ser fatal.

Não é o primeiro trabalho de George Clooney como Diretor, mas quero focar apenas nesse filme. A escolha dos atores fora perfeita! A história é ótima! Mas ao final do filme me perguntei se com um outro Diretor, ficaria um filme nota 10. Faltou trabalhar, explorar, trazer à tona toda a carga emotiva em cenas importantes. Faltou a Paul Giamatti, Philip Seymour Hoffman e Ryan Gosling algo mais visceral. De arrepiar. De querer rever o filme. Eles foram ótimos, mas porque são muito bons. Faltou muito pouco para emocionarem. O que me faz pensar que a falha ficou na Direção.

Agora, em ano de eleições a cargos públicos, podem acrescentar com certeza esse filme a lista de filmes a serem visto. É um ótimo filme! Mas não me deixou vontade de rever.
Nota 09.

Por:Valéria Miguez (LELLA).

Tudo Pelo Poder (The Ides of March. 2011). EUA. Direção: George Clooney. +Elenco. Gênero: Drama. Duração: 101 minutos. Baseado na peça “Farragut North” escrita por Beau Willimon.

This Is It

Michael Jackson

Em 25 de junho de 2009, o mundo dava o adeus a mais um de seus grandes nomes: Michael Jackson. Foi com grande tristeza que fãs do mundo todo, choraram e testemunharam sua dramática partida para o além. O legado do MJ fica até hoje. É mais fácil achar coovers dele por aí, do que qualquer outra coisa. Crianças o imitam exaustivamente nos programas dominicais, seu moonwalké marca registrada, o seu ”Who’s Bad?” é dito com fervor e suas músicas cantadas e apreciadas por todos.

Só que antes da sua partida, o astro queria encerrar a carreira de outra forma, fazendo uma maratona de shows na Inglaterra, onde segundo ele, “tocaremos o que meus fãs pedirem!”, e dito isso, dirigido por Kenny Ortega (famoso por dirigir musicais, como o recente High School Musical e por cenas dançantes em filmes como Dirty Dancing e Footloose) e contando com uma equipe invejável, o cantor preparava o show da sua vida. Seriam 50 shows empolgantes, maravilhosos, iluminados e megalomaníacos, coisa que só o Rei do Pop poderia proporcionar.

No auge dos seus 50 anos, ainda com o gás do garotinho que cantava ABC e do marmanjo que fazia todo mundo bailar com Don’t Stop Til You Get Enough, ele dança, canta, usa e abusa de efeitos especiais, exige de seus músicos e participa ativamente do processo criativo do seu show. Diferente daquele MJ recatado e mais excêntrico que o normal, como infelizmente ficou estigmatizado. Ele se mostra atencioso, ouve, discute, aprende, assume erros e se mostra humano. A realeza é modesta e iria agradar todos os seus súditos.

As 100 horas gravadas para o arquivo pessoal do astro, foram cuidadosamente condensadas em pouco mais de 100 minutos, e renderam um documentário interessante, que não apenas mostrava os bastidores do show que nunca aconteceu, mas mostrava também as facetas de um ídolo que planejava retornar com tudo. Particularmente não colocava muita fé, achava que seria daqueles documentários maçantes, sem graça, movido a depoimentos de pessoas próximas a ele. Mas com 5 minutos de projeção, mudei de idéia e por quase duas horas, fui agraciado com cenas belas, com passagens interessantes, um This Is It fora do comum, digno do Rei!

Começa com entrevistas dos bailarinos do show, do processo de seleção deles, e da emoção de estarem tão pertos de quem tanto os inspirou. O filme não tem a pretensão de divulgar o show, mesmo isso sendo inevitável, mas quer na verdade, nos fazer ver o homem que ninguém via. Em nenhum momento ele é o Michael Jackson que as câmeras flagravam, fraco, doente, feio, mas sim, um Michael Jackson ativo, feliz, animado, e com vontade de dar a volta por cima (por cima de todo furor que tanto lhe atrapalhou a carreira).

Os minutos seguintes são embalados por ensaios animados, e musicas que fizeram história. Smoth Criminal, Beat It, I’ll Be There, Billie Jean (ele ficou devendo o Moonwalk ¬¬), Thriller entre outros sucessos embalam o filme de ponta a ponta. Mas o mais bacana fica guardado para os bastidores das músicas. O processo de criação dos cenários, as coreografias, os efeitos especiais e as filmagens extras que eles fizeram para enriquecer mais ainda o show, tudo deixa o filme mais interessante a cada momento.

Só que de repente, o filme foge da sua proposta (ou pelo menos vi assim), quando insere uma crítica não ácida, mas que incomoda a quem assiste, sobre o meio ambiente.
Os minutos finais giram todo em torno da música Earth Song e ainda conta com palavras do próprio Michael sobre o meio ambiente e a preservação do mundo. Não que eu esteja discordando do sonho do astro, mas apenas acho que usaram de forma errada essa parte e acabaram deixando as coisas meio confusas.

Mas tirando esse pequeno detalhe citado acima, é um filme mais que obrigatório para os fãs. Vi gente chorando no cinema, vi gente cantando no cinema, vi gente dançando no cinema e vi gente gritando ”Michael I Love you!” o tempo todo. Não fiquei incomodado, pelo contrário, acho que ele deve ter ficado feliz com as demonstrações de carinho mundo afora.

E pra quem não curte muito, fica a dica pra conhecer melhor o trabalho que ele deixou para as futuras gerações apreciarem.

O fim do filme deixa uma mensagem clara: o show deve continuar!

Não percam!

Nota: 9,0

This Is It, 2009

Direção: Kenny Ortega.
Duração: 112 minutos.

This Is It