A Lenda dos Guardiões (2010). Um 3D bem aproveitado.

Um dos pontos positivos nessa febre por versões em 3D, para mim, está em levar um público maior para os Cinemas. Depois, em se ele faz realmente toda a diferença em seu uso num filme. E nesse, “A Lenda dos Guardiões“, o 3D foi muito bem aproveitado. Sendo a estória ambientada no universo das corujas, assim grande parte das cenas se passa à noite, onde o 3D veio dar um maior destaque aos personagens com a escuridão por trás. Nos períodos diurnos, o 3D também teve boa aplicação. Os vôos das corujas é impactante, principalmente com as peninhas das aves ao sabor do vento. É de se perguntar o que mais teriam em tecnologia no Gênero Animação. Tudo fantástico. Então, fica já a sugestão de irem assistir em 3D. Vale o ingresso!

O grande motivador para que eu fosse assistir, fica por conta dos personagens: Corujas. As dos cartazes por si só já eram um convite para mim. Eu sempre gostei delas, desde criança, mais ainda quando fiquei sabendo que são o símbolo da sabedoria. Nos Zoos, só eu parava para vê-las… Uma delas, das Telas, que eu amei, é o Arquimedes, de “A Espada Era a Lei”. Agora terei outras para guardar com carinho na memória: Soren, Eglantine, Gylfie, Crepúsculo e Digger.

Eu assisti a versão dublada, e já disse em outros textos, que sendo em Animação, eu não ligo mesmo. Por gostar das vozes dos Dubladores Brasileiros escolhidos para esse Gênero de Filme. Mas preciso me dedicar um pouco mais nisso, até para ligar a voz a pessoa. Em “A Lenda dos Guardiões“, não foi diferente: as vozes escolhidas foram excelente. Assim, quis já deixar aqui os nomes: quem dublou quem. Fiz uma longa pesquisa pela net, mas não há muitos divulgando os nomes das vozes aqui no Brasil. Nessa pesquisa pela net, eu só encontrei o de quem dublou o Kludd (o irmão malvado do Sorem): Clécio Souto. O jeito foi usar o telefone… E cheguei ao Estúdio que fez a Dublagem: a Delart. Por telefone, me foi passado alguns nomes. Mais que divulgar, uma homenagem a esses Profissionais: alguns dos Dubladores Brasileiros de A Lenda dos Guardiões:
– Soren -> Gustavo Pereira
– Kludd -> Clécio Souto
– Gylfie -> Luisa Palomanes
– Digger -> Gustavo Nader
– Ezylryb -> Mauro Ramos
– Nyra -> Mariangela Cantú
– Echidna -> Isaac Bardavid
– Bico de Ferro -> Jorge Vasconcelos
– Grimble -> Alexandre Moreno
– Pete -> Iago Machado

Em ‘A Lenda dos Guardiões‘ temos nele a saga de um herói. Assim sendo, todo o caminho mítico de um herói, está presente. A saber: foi separado dos pais; não pediu pela missão, ela foi apresentada de forma abrupta, e sem chance de recusa; parte para a missão a princípio acompanhado, mas depois terá que seguir sozinho; se decepcionará por alguém a quem era muito devotado; a missão não apenas muda o universo onde vive, como também a si próprio. Sendo o filme baseado em três dos quinze Livros contando toda a sua saga, só parte desse caminho foi mostrado. Para quem amou ler todas as aventuras do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, vai acompanhar toda essa estória com brilho nos olhos. E até ficar com vontade de que venha logo a continuação. Como também em ler todos os volumes escrito por Kathryn Lasky. O filme é altamente recomendado para quem traz o gosto pela leitura desde a infância.

Sobre a estória do filme, de início conhecemos a família e o lar desse pequeno grande herói. Uma família de corujas cujo lar foi destroçado numa certa noite. Enquanto os pais saíram para caçar alimentos, os três filhos – Soren, Kludd e Eglantine – ficaram aos cuidados da babá, Mrs. Plithiver, uma cobra-cega. Soren é um sonhador. Adora ouvir, como interpretar a sua estória preferida: Os Guardiões de Ga’Hoole. De tanto ouvir, acredita piamente que eles existem, assim como o lugar onde vivem: aos pés da Grande Árvore Sagrada. Eglantine, a caçulinha, nutre um carinho especial por Soren. Diferente de Kludd, que ressente não ter do pai, a mesma preferência: acredita que o pai ame muito mais Soren.

Momento para que os adultos com filhos, observem se um dos seus também se sente excluído do amor paternal. E após o filme, dialogar com ele. Durante o filme, um afago já é uma boa pedida.

Soren e Kludd, aproveitando-se da ausência dos pais, resolvem aprender a voar. Soren já demonstra que será ótimo em vôo. contrário de Kludd, que terá que aprende a arte de voar. O que o deixa mais furioso. Ao desafiar Soren, ambos caem da árvore. Sendo raptados e levados para uma espécie de Quartel. Lá, há outras corujinhas também raptadas.

Numa triagem, as corujinhas são separadas. As que tem potencial para serem soldados, são separadas das que serão trabalhadoras braçais, no caso: com os bicos. É onde Kludd e Soren se separam de vez. Kludd vê ali, onde aprender a ser superior a Soren. As outras corujinhas passariam por uma lavagem cerebral. É quando Soren conhece Gylfie, e ela lhe diz como escapar disso. Então fingem-se. Mas um dos guardas, percebe. Acontece que ele ajuda os dois a saírem dali.

Mas em vez de voltar para casa, Soren vai em busca dos Guardiões de Ga’Hoole. Para com isso, não apenas libertar as outras corujinhas, como destruir a arma secreta que os guerreiros Puros planejam dominar toda a Floresta. No caminho, se reúne a eles: Crepúsculo e Digger. Juntos, é diversão garantida.

O filme é muito bom! E como já comentei, toda a tecnologia empregada, é o que mais prende a atenção. Foram brilhante. Nota 10. Vale muito a pena ver em 3D.

Por: Valéria Migues (LELLA).

A Lenda dos Guardiões (Legend of the Guardians: The Owls of Ga’Hoole). 2010. Austrália / EUA. Direção: Zack Snyder. Roteiro: John Orloff, Emil Stern. Gênero: Animação, Aventura, Fantasia. Duração: 90 minutos. Baseado nos três primeiros volumes – A Captura, A Jornada e O Resgate -, da Série ‘A Lenda dos Guardiões’, de Kathryn Lasky (- 01: A Captura; – 02: A Jornada; – 03: O Resgate; – 04: O Cerco; – 05: The Shattering; – 06: The Burning; – 07: The Hatchling; – 08: The Outcast; – 09: The First Collier; – 10: The Coming of Hoole; – 11: To Be a King; – 12: The Golden Tree; – 13: The River of Wind; – 14: Exile; – 15: The War of the Ember.).

Como Treinar o Seu Dragão (How to Train Your Dragon. 2010)

Quando vi o trailer desse filme logo me veio o pensamento de um outro cuja a voz do dragão era do ator Miguel Falabella. No qual ficou sensacional. O trailer eu vi com as vozes originais dos artistas escolhidos para essa Animação, mas não sei se por ser muito rápido as vozes não me agradaram muito. O lance é que verdade seja dita: O Brasil tem uma turma de Dubladores nota mil. Aliás, isso vem de longe. Tanto que eu em se tratando de filmes totalmente de Animação até prefiro na versão dublada. Um exemplo: a voz do Bussunda como o Shrek ficou memorável. A própria Disney elogia muito as vozes escolhidas no Brasil. Até me veio a vontade de escrever um texto sobre a voz dos dubladores brasileiros. Assim, gostei desse aqui na versão dublada.

Com o desenrolar da trama me veio a lembrança do Artur de ‘A Espada Era a Lei‘. Até pela estrutura franzina do protagonista de ‘Como Treinar o Seu Dragão‘, o Soluço. Em ambos os filmes privilegiavam mais a força bruta. O que tornava mais difícil a trajetória desses pequenos grandes heróis. O físico deveria ser um ferramental a mais, dando mais ênfase o uso da inteligência mental. Mesmo que não se tenha um raciocínio lógico dominante, e por vezes é até melhor, há de se fazer uso da ponderação. Raciocinar primeiro. Não se deixar levar cegamente pela emoção.

Nesse filme, enquanto os adultos estão sempre divididos entre seus afazeres e na frente de batalha, os adolescentes já são preparados para continuarem a mesma história: enfrentar e matar os dragões alados. Esses são os vilões, os inimigos dos habitantes da ilha. E esses aldeões são vikings.

Soluço fugiu do que seria normal do biotipo viking. O que entristecia o seu próprio pai, Estóico, que era o líder de todo o clã. Matar um outro ser mesmo para se defender não fazia parte da essência do menino. Mas se esse era mesmo o seu destino, ele o faria através de outras armas. É! Soluço gostava de desenhar. Mas projetar armas era mais uma saída inteligente para alguém como ele. Acontece que nem isso lhe davam uma chance de mostrar que seria capaz.

Ambos, Pai e Filho, não conseguiam dialogar. Intimidados até pelas circunstâncias, essa falta de diálogo comprometia o crescimento espiritual e mental do Soluço. Para tentar agradar ao pai, ele se auto-anulava. Por não ter o filho como desejado – sua imagem e semelhança -, seu pai o estava perdendo. Falavam a mesma língua, e não se entendiam. Porque o que contava era o julgamento dos outros. Mais a frente Soluço tem a chance de dialogar por sinais. O que pesou aqui foi o fato de serem diferentes entre os seus. De cara, ele até tentou ser como os demais de sua raça. Estava, como se dizem: com a faca e o queijo na mão. Mas sua essência falou mais alto. O que corrobora que isso é nato. Mesmo que o meio lhe seja desfavorável, a criança encontrará o seu caminho. Conto mais sobre Soluço e esse outro ser, mais adiante.

Soluço trabalhava como ajudante de ferreiro. Com um grande amigo de seu pai, o Bocão. Esse, também era o responsável em treinar os jovens a matarem os dragões. Bocão, por não poder estar mais a frente das grandes batalhas, no fundo torcia por Soluço.

Os dragões atacavam ao cair da noite, vinham atrás de alimentos. Era quase um – ‘Salve-se, quem puder! -, por conta da desigualdade entre eles: vikings no chão versus dragões alados. Numa dessas noites, Soluço com uma das suas engenhocas, consegue atingir um. Um da espécie Fúria da Noite. O mais temido. Mas esse temor era por conta de não saberem nada dessa espécie. No Grande Livro, sua pagina estava quase em branco.

Chateado por não acreditarem em seu grande feito Soluço se embrenha pela floresta. Nessa fuga descobre o tal dragão. Que além de ferido estava preso num emaranhado de cordas. É o momento que citei: Soluço teve a chance de matá-lo. Mas não quis. Mais! Sentindo-se responsável por ele não poder mais voar Soluço fabrica um meio. A grande questão era: colocar aquilo no dragão, e o ensinar a usá-lo. Ah sim! Nesses primeiros contatos, lembrei de ‘E.T.

E com essa nova amizade que surgia somos brindados com altas aventuras. Soluço o batiza de Banguela. Se faltou diálogo com o pai, aqui houve de sobra. Ambos foram se conhecendo. Onde além do querer bem, há o de se observar os detalhes. Isso não só ajuda a relação fluir melhor, mas o aprendizado também cresce, e a ponto de transmitir aos outros. Só que sendo ainda um menino, e muito do ridicularizado pelos outros, Soluço usa esse conhecimento para superar os outros concorrentes no curso com o Bocão. Era o uso da Razão no lugar da Força Física. Ah sim! Banguela retribui, levando Soluço a fazer uma grande descoberta…

Acontece que alguém ficou intrigada com o crescimento do Soluço no curso. Era a Astrid. A única mulher da turma. Que tinha também que mostrar, provar, que era uma brava guerreira. Colocando mais dificuldade na trajetória desse ainda iniciante herói. Mas ela não contava que Soluço era alguém sem armas. Que isso não fazia parte do seu ser. E nem seria com ela, que ele faria uso disso.

Soluço vem para mostrar que o mundo está armado demais. Que as pessoas reagem com mais agressividade. Sem dar chance até para perceber que o outro foi levado a também reagir assim, como no filme. Perpetuando um ciclo. É preciso que haja mais como o Soluço, para o mundo ficar em paz. É quase uma bandeira que levanto em meus textos: Pedindo que as pessoas se desarmem! Até porque muitas das vezes esses dragões não passam de moinhos de ventos.

Agora, eu quase estive a ponto de sair do Cinema. Tudo porque exibiram uma versão em 3D numa Sala que não está preparada para isso. A Fotografia ficou péssima. Só uma parte central que ficava nítida. Tudo mais ficava esbranquiçado. Tirando isso… O filme é excelente!

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Como Treinar o seu Dragão (How to Train Your Dragon). 2010. EUA. Direção: Dean DeBlois e Chris Sanders. Elenco/Vozes: America Ferrera, Gerard Butler, Jonah Hill, Jay Baruchel, Christopher Mintz-Plasse. Gênero: Animação, Aventura, Comédia, Família, Fantasia. Duração: 98 minutos. Adaptação do livro infantil ‘How to Train Your Dragon’, de Cressida Cowell.

Os Dubladores de ‘Como Treinar o Seu Dragão’:
Soluço – Gustavo Pereira
Stoico – Mauro Ramos
Astrid – Luisa Palomanes
Bocão – Claudio Galvan
Melequento – Paulo Mathias
Perna-de-Peixe – Charles Emmanuel
Cabeçaquente – Lina Mendes
Cabeçadura – Caio Cesar
Tem mais aqui (Muito bom o trabalho de pesquisa de lá.): http://www.animatoons.com.br/how-to-train-your-dragon/os-dubladores-de-como-treinar-o-seu-dragao/