O Monge. (Le Moine. 2011)

Ambrósio foi abandonado ainda bebê nas escadarias de um monastério no século XVII. Doutrinado com severidade pelos outros monges, cresceu unicamente para servir à religião fazendo com que todos esquecessem a marca que trazia de nascença, uma estranha mancha que poderia ser confundida com a garra do demônio. Exorcizava os terrores íntimos com pregações fervorosas que contagiavam a todos. Valério, um menino desfigurado usando uma máscara de cera, entrará para o convento trazendo inquietação, mistérios e magia colocando a fé inabalável de Ambrósio à prova.

O Monge é uma adaptação do romance gótico de Mattew Lewis dirigido por Dominik Mol e estrelado por Vincent Cassel, perfeito para viver o conflituoso papel título numa performance intensa que norteia uma trama soturna que esbarra nos limites do horror delirante em situações aparentemente cotidianas de ciúme, paixão e desprezo.

Ainda que falte alguma ousadia no que tange às cenas de terror e erotismo contido, estes são justamente os melhores momentos do filme que conduzem o espectador a uma reflexão involuntária sobre como lidar com a fé e o pecado, temas sempre tão controversos para definir em relação aos extremos que podem atingir. Neste caso, confinados num claustro em Madri naquela época, um simples sentimento vira um fardo pesado, um veneno onde o amor nunca deveria existir. No meio de tantas guerras interiores, surgem os demônios, metáforas materializadas nos horrores surrealistas do monge. Citando uma outra frase chave do filme: é bem verdade que o diabo só tem o poder que lhe atribuímos.

O Monge. (Le Moine. 2011). França. Direção e Roteiro: Dominik Moll. Elenco: Vincent Cassel, Déborah François, Sergi López, Geraldine Chaplin, +Cast. Gênero: Drama, Mistério, Thriller. Duração: 101 minutos. Baseado em livro de Mattew Lewis.

Se Beber, Não Case! Parte II (The Hangover Part II. 2011)

No primeiro, a motivação maior fora o Diretor Todd Phillips. Por ele conseguir traduzir um universo masculino meio sacana. Algo como: é homem, então pode aprontar. Bem que eu queria que alguém fizesse o mesmo para nós, mulheres. Mas antes teríamos que ter essa liberdade culturalmente, até para ser bem aceita. Enfim, até que isso aconteça, eu vejo esses filmes com um pouquinho de inveja.

Assim, fui ver a continuação  e sem esperar mais que uma diversão momentânea. Até porque do primeiro esqueci quase tudo. Então, como um bom sessão pipoca, Todd Phillips cumpriu bem a lição. Teve momentos engraçados, muito embora eu não sei se ri mais do filme, ou da risada de uma mulher na plateia. Ela sim, riu muito. Mas mais do que rir, o filme prende a atenção em saber o que aprontaram dessa vez. O que num breve momento eu pensei: “Alguém cai mesmo no mesmo erro?” Para em seguida ao lembrar de fatos reais, vi que sim, cai. Então relaxei e foquei só no  filme.

Vou tentar não trazer spoiler, mas que dá vontade de contar pelo menos uma, isso dá. Veio como um “Bem-feito!”. Que foi com o noivo da vez. Falando em noivo, eu não entendi porque que o Doug (Justin Bartha), que foi o que sumiu no filme anterior, não quis se divertir com os amigos nesse. Estaria o ator comprometido com outras filmagens? Ou por imposição dos Produtores, já que deu certo a química entre os outros três: Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Alan (Zach Galifianakis). Ou até por conta de não ficar um grupo muito grande. Enfim, não fez falta.

Nessa continuação quem está para casar é Stu. Que marcou a cerimônia na Tailândia, de onde é a família da noiva. Como tentativa de evitar uma despedida de solteiro do gênero da de Doug, marca um café com os amigos: Doug e Phil. Esse insiste que pelo menos uma cerveja na praia, num tipo de luau. Mas antes disso, Doug o convence a levar Alan para o casamento.

E é com a ida de Alan que vem o erro fatal para Stu. Mas garantia de risos para nós. Até exclamamos: “Estão nos marshmallow!”, mas nada que comprometa a diversão. Afinal, já sabemos que houve uma noite agitada para eles. Sendo que dessa vez quem sumiu foi o futuro cunhado de Stu. Eles acordam de ressaca num lugar desconhecido, com Stu com uma tatuagem na face, Alan careca, um miquinho de jaqueta jeans e algo num copo. Ah sim! Com Chow (Ken Jeong) também por lá. Na busca pelo jovem, descobrem que foram parar em Bangcoc, e que tudo foi armado por Alan. Mas como na outra despedida de solteiro, a dose fora cavalar.

Não foi só o Doug que mal apareceu no filme, as personagens femininas fizeram concorrência a bela paisagem da Tailândia onde aguardaram pela volta da turma. Mike Tyson mesmo que numa breve cena, marcou mais ponto. Pelo menos no quesito: “Surprise!”. Destaque maior teve Paul Giamatti.

Em resumo: é um bom sessão pipoca! Esquecível como o outro. Mas vale pela hora e meia de risos. E Todd Phillips carimbou meu passaporte para um próximo filme seu.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Se Beber, Não Case! Parte 2 (The Hangover Part II. 2011). EUA. Direção: Todd Phillips. +Elenco. Gênero: Comédia. Duração: 102 minutos.

Primavera Verão Outono Inverno… e Primavera (Bom Yeoreum Gaeul Gyeoul Geurigo Bom. 2003)

primavera-verao-outono-inverno-e-primavera_posterPrimavera, Verão, Outono, Inverno… e Primavera
(Bom Yeoreum Gaeul Gyeoul Geurigo Bom). Coréia do Sul/Alemanha. 2003

Direção e roteiro: Ki-duk Kim.

Ahn… Elenco…

Yeong-su Oh

Ki-duk Kim

Young-min Kim

Jae-kyeong Seo

primavera-verao-outono-inverno-primavera_02O título diz tudo. O ciclo da vida. No caso, de um menino que é abandonado num templo onde mora um velho monge solitário e que o doutrinará. Suas primeiras lições na vida, sua primavera… Aí chega uma garota doente – a mãe acredita que o monge saberá a cura… Na verdade, é o agora adolescente que vai curá-la. Alto verão! Aí a vida “comum” se estabelece, mas logo o sombrio outono e o frio inverno chegam. Ao retornar, o não mais tão jovem monge recomeça seu caminho monástico… Nova primavera.

Este filme, não só por ser asiático, lembra demais o Samsara. O elevado e o mundano fazendo pessoas se perderem ou se acharem.

primavera-verao-outono-inverno-primavera_01Lindas paisagens.

Lento, gente, coreano, gente. Não vão me dizer que não avisei!
No Samsara, pelo menos, tem aquela Angelina Jolie asiática deslumbrante e a paisagem é mais diversificada.
Mas eu adoro este tb.

Por: Elaine Truiz.