Série: How to Get Away with Murder (2014 – ). Numa de Livrai-os da Culpa…

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Kerry Washington, Shonda Rhimes, Viola Davis

Kerry Washington, Shonda Rhimes, Viola Davis

How to Get Away with Murder” é uma criação de Peter Nowalk, mas que traz a chancela da produtora Shonda Rhimes. Sendo assim já começa bem e com chances de ter vida longa. Até porque Shonda traz como bagagem “Grey’s Anatomy” e “Scandal“. Não sei partiu dela a escolha por uma atriz negra para ser a protagonista. Pelo sim ou pelo não… A decisão merece aplausos! Pois tanto o Cinema como a Televisão ainda tem muitíssimo mais atores branco. O Oscar está ai para confirmar!

How to Get Away with Murder” trata-se de um Thriller Jurídico que acompanha a vida de Annalise DeWitt (Viola Davis) uma professora de direito que ministra o curso que da nome a Série. Brilhante, apaixonada por sua profissão e pelas leis, carismática, implacável e manipuladora, Annalise também tem um lado pessoal onde diria que também esconde alguns fatos… A vida de Annalise sofrerá uma reviravolta quando ela e seus alunos se envolverem em uma trama de assassinato. Nessa primeira temporada ela terá como estudantes: Michaela (Aja Naomi King), Gibbins (Alfred Enoch), Connor (Jack Falahee), Asher (Matt McGorry) entre outros.

Em seu Curso de Direito Criminal, Annalise já deixa claro no início que eles não irão aprender ali teorias das leis, mas sim como praticá-las em um tribunal e como um advogado influente. Além do que, anualmente escolherá quatro dos alunos para irem trabalhar no escritório dela. Para isso terão uma tarefa em especial e que irá ajudá-la nessa decisão: de encontrarem a defesa que libertará um cliente. Tendo no tal teste – “Como se livrar de um assassinato?“-, deverão seguir essas três regras básicas:
_ Desacreditar a testemunha.
_ Introduzir um novo suspeito.
_ Enterrar as evidências.

how-to-get-away-with-murder_cenaCom isso deixando margens para que sendo necessário levar a alguém a mentir em juízo. Ou não! Já que a interpretação à essas regras será pelo próprio aluno. Muito embora faça parte do jogo não procurar por inocentar o réu, mas sim em retirar a culpa de cima dele, até porque ele pode ter sim cometido o tal crime. Então caberá a esses jovens escolherem por completar o curso e partir para estágios em outros escritórios ou tentar por uma dessas quatro vagas e irem trabalhar diretamente com Annalise. Até onde eles irão para ser um dos eleitos ficaremos cientes no decorrer da Série.

Confesso que estou altamente motivada para ver essa Série! Até por gostar de tramas que envolvem os bastidores de Tribunais! Dai até me arriscando a comentar partindo apenas da chamada do Canal Sony Brasil para essa Série! Mas confiando no taco da Shonda Rhimes! Por ter gostado das atuações de Viola Davis até então! Expectativas mil! Se será sucesso no Brasil? É esperar para saber! Ah! A Série tem estreia marcada para 05 de Março!

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Ficha Técnica na página no IMDb.
Confiram o trailer legendado e vejam se também ficaram interessados:

Histórias Cruzadas (The Help. 2011). Por Um Pedido de Socorro

Por Mario Braga

Para aqueles que gosta, ou gostaram da história de cunho social, principalmente referente à discriminação racial contra os negros no EUA e assistiram “A Cor Púrpura-The Color Purple”(1985) de Steven Spielberg. Esqueçam. Não que Spielberg, não seja capaz de contar uma história como ninguém sobre o assunto, mas “Histórias Cruzadas-Help”(2011), baseado  no livro de Kathryn Stockett procura ir mais fundo no preconceito latente em relação aos negros, principalmente as mulheres negras.

Num elenco em que há a predominância das mulheres tanto brancas quanto as negras retratadas em 1960, o diretor Tate Taylor soube  captar como nenhum outro o sofrimento e a dor daquelas mulheres que só conseguiam galgar trabalho na condição de empregadas domésticas. Tate é direto, seguro e foge completamente dos estereótipos, do que seja piegas e dono de um talento ímpar que compõe muito bem o perfil dessas mulheres sulistas.

Embora todas elas façam uma composição perfeita de suas personagens, não há como negar a atenção sobre o talento natural de Octavia Spencer (Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Help”) e Viola Davis como a doméstica contida que expressa toda a sua dor só pelo olhar, além das atrizes Emma Stone, Bryce Dallas Howard, Jéssica Chastan e Allison Janey que completam esse universo feminino.

Não foi à toa que Taylor escolheu Sissy Spacey “Uma História Americana-The Long Walk Home” (1990) e Mary Steenburgen “Na Época do Ragtime-Ragtime” (1981), pois ambas (cada uma à sua maneira) nos filmes citados se apresentavam como mulheres liberais em seu tempo. Até mesmo como uma justa homenagem a ambas.

Vale citar a excelente fotografia de Stephen Goldblatt que pela manhã capta o calor exarcebado da cidade de Mississipi e a noite toda a tensão que a película exige.

Sem nenhum tipo de apelo emocional, mas muito bem conduzido, Tate Taylor domina o dom de fazer correr as lágrimas pelas faces dos marmanjões meio  durões, que habitam o nosso planeta, seja no escurinho de uma sala de cinema, seja dentro de casa no seu aparelho de LED com a luz toda apagada. Simplesmente magnífico.

Histórias Cruzadas (The Help. 2011). E a ajuda veio!

Abrindo um parêntese antes de analisar o filme. É que esse eu assisti no Festival do Rio 2011 – exibido como Vidas Cruzadas, mas que ao entrar no circuito comercial já virá como “Histórias Cruzadas“. Entre tantos a escolher… lembrei que uma amiga de blog, a Joyce, Blog Arte Amiga já o tinha citado. Então vi e amei! Valeu pela dica! Gostei tanto do filme que não entendi que só entraria no circuito comercial já quase Fevereiro de 2012. Pois uma data bem apropriada seria em 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra. Mas vá lá saber em como escolhem a data de exibição de um Filme no Brasil. Ainda mais esse que teve uma boa aceitação, de público e críticos, nos Estados Unidos; e da minha parte também. O filme é excelente! Até por conta disso eu resolvi deixar para publicar o meu texto já com ele em exibição. Incentivando assim a outros mais que não deixem de assitir. Agora sim, entrando no filme.

Histórias Cruzadas” traz como pano de fundo: de um lado as donas de casas e do outro as empregadas domésticas. Mas não se trata de uma luta de classe, e sim por mais dignidade e respeito entre elas. De imediato, há entre elas toda uma barreira de racismo. Herança de uma cultura escravagista. Num período de apenas algumas décadas passadas. Ambientadas em terras sulistas, mais precisamente no Mississipi. Como grande diferencial o filme traz um retrato 3×4 desses universos femininos. Mulheres iguais na essência, mas diferentes por forças das circunstâncias. O que estaria por trás, ou melhor, o que estaria de dentro dessas casas. Algo Histórico, mas focando mesmo na vida dessas mulheres. Num período bem marcante para todas. Onde se o saldo foi ruim para a elite local, veio quase como uma redenção para a classe espezinhada.

As tais donas de casas parecem terem saídos daquela escola em “O Sorriso de Monalisa”. Graduadas com mérito em: racismo, preconceito, futilidade, falta de amor visceral pelos próprios filhos. Delegando também às domésticas a criação dos filhos. Se tem como o grande vilão a segregação racial, tem como a personificação disso aquela que se auto proclamou a líder do grupo: a Hilly (Bryce Dallas Howard). Sua vilania é do tamanho e medida para aquilo que recebeu.

Se em “Domésticas – O Filme” temos uma prévia do grau do tratamento que muitas serviçais recebem das suas patroas, imaginem o que passavam na década de 60, Sul dos Estados Unidos. Época em que os Direitos Civis aos cidadãos negros tentavam entrar nesse território ainda com um tipo de milícia muito, mas muito cruel: a Kur Kurx Klan. Se por trás dessas máscaras estavam os maridos dessas patroas, o mais indicado seria que essas serviçais se calassem. Afinal, quem iriam socorrê-las?

_Coragem algumas vezes pula uma geração. Obrigada por trazer de volta à nossa família.”

A ajuda veio. Entre aquelas jovens brancas, uma resolveu ser a porta-voz das serviçais negras. Essa, nem o “casar e ter filhos” estava em seus planos. Seu sonho era ser jornalista com vôos em se tornar uma grande escritora. Da dona de uma Editora de Livros (Personagem de Mary Steenburgen) recebe uma importante dica. Que ganhasse experiência, não apenas no escrever, mas também em observar o entorno. Com isso teria o que dizer e como dizer. Essa jovem é Skeeter, personagem de Emma Stone. Se em “Amor a Toda Prova” ela não fez a diferença, em “Histórias Cruzadas” ela mostrou que está no caminho certo. Eu gostei da atuação dela.

Skeeter ao voltar para casa após se formar em jornalismo tenta se enquadrar na vida social local com as antigas colegas do colegial. Mas de imediato já destoa das demais por procurar um emprego em vez de um futuro marido. Conseguindo uma vaga no jornal local. Mas de algo que não tinha a menor aptidão. A vaga é para uma Coluna sobre Dúvidas e Sugestões em Trabalhos Domésticos. Parecia até piada, mas foi isso que a levou a se aproximar mais das serviçais. De uma em especial: Aibileen. E é por ela que conheceremos toda essa história. Eu comecei esse artigo com a Skeeter para então chegar na ligação entre as duas.

Aibileen é interpretada pela Viola Davis. Que está excelente! Por ela que temos também o porque do título original: “The Help“. Uma cena linda que foi menosprezada ao escolherem o título aqui no Brasil. Pois “Histórias Cruzadas” não faz jus as súplicas de Aibileen em suas conversas diárias com Deus. Escrevia tudo o que passava, o que percebia, o que ficava sabendo… Palavras muito mais fervorosas que qualquer oração. Skeeter na realidade foi quase uma ghost writer de Aibileen. Fora um salvo conduto num mundo onde ainda os brancos imperavam. Mas ela também teve uma história para contar no tal livro.

A cena de Aibileen escrevendo essas cartas para Deus, emociona. Até por algo sofrido, e muito especial. E pelo todo, me fizeram lembrar também da música do Gilberto Gil, “Se Eu Quiser Falar com Deus“. Aibileen mais que a Skeeter trazia em si o dom de escrever. O talento pode até vir de um aperfeiçoamento, de estudos, mas o dom é algo inato. Como também, só o fato de transcrever para o papel os sentimentos sofridos, já é um modo de exorcizá-los.

E é seguindo esse elo entre Fé e Realidade que ficamos conhecendo as histórias também das outras serviçais. Claro que todas essas histórias se cruzavam. Afinal todas elas, patroas e empregadas, moravam na mesma cidade, mesmo que em condados separados pela segregação racial.

O filme é longo, mas em nenhum momento perde o ritmo. Pois a atenção se mantém até por querer conhecer todas as demais histórias. As demais vidas. Saber da reação de todas quando o livro é publicado. Vibrar pela irreverência de Minny, personagem da Octavia Spencer. Minny é uma empregada que não deixará barato as injustiças que sofrera até então. Como também em soltar um palavrão na cena onde uma das amigas da mãe (Allison Janney) de Skeeter a obriga fazer, e até pelo motivo que a outra viu como afronta. Em se solidarizar com uma outra branca excluída pelas demais, a Celia, personagem de Jessica Chastain. A dupla Minny e Celia é uma comédia! Não tem como não se encantar com elas. Ri junto com a personagem da Sissy Spacek numa certa cena. E muito mais!

Uma das reflexões que o filme deixa é de que ainda há muitas dessas histórias nos dias atuais. Sob a égide de: cada um no seu lugar. Uma certa hierarquia dentro do campo profissional por certo há de se aceitar. Mas sem humilhações, nem constrangimentos com os subalternos. Na intimidade de uma casa, assim como numa empresa, precisa que haja um bom relacionamento entre todos para que tudo funcione bem. Do contrário, é uma ladeira abaixo até a falência familiar. Então a égide seria em valorizar quem realiza de fato as funções essenciais. É preciso respeito mútuo entre todos. E tirando o lado empregatício há de se pesar também o carinho que se recebe desses que em muitas das vezes terminam como sendo um membro “da família”.

Histórias Cruzadas” também deixa outras questões. Uma delas seriam com os homens. Em porque de terem sido ora passivos demais, noutras até violentos demais em meio a toda essa trama. Se eles são o que são por também serem produtos desse meio? Mas como citei, são reflexões após o filme. As máscaras deles não foram retiradas. O filme é delas!

Até pelas performances dos atores, destacando também a Direção e o Roteiro de Tate Taylor. Não li o livro de Kathryn Stockett, o qual o filme foi baseado, mesmo assim a história foi muito bem contada.

Então é isso! Entre emoções, risos e lágrimas, o filme entrou para a minha memória afetiva. De querer rever.

Nota 10!

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Tão Forte e Tão Perto (Extremenly Loud and Incredibly Close, 2011)

ImagemEm junho passado, uma amiga minha do Brasil, veio me visitar, e ela muito me falou do escritor Jonathan Safran Foer, em especial do livro, “Extremely Loud, Incredibly Close.” Logo dei uma pesquisa, e fiquei a saber que o director de “The Hours (2002) Stephen Daldry estava dirigindo a versão do livro para o cinema.

Ela me encorajou a ler o livro, e até cheguei a ler algumas paginas, mas não me envolvi pela leitura, e resolvi esperar para ver o filme. O enredo é sobre um menino que busca por uma fechadura por toda cidade de Nova York. Ao achar uma chave nos pertences do pai, ele acredita que seu pai – que morreu nos ataques de 11 de setembro de 2001 – propositadamente lhe deixou o objeto. O enredo muito me fez lembrar de “Hugo” de Martin Scorsese, pois temos em “Extremely Loud, Incredibly Close”,  um menino inteligente e bonitinho, um pai falecido e um mistério.

ImagemUm ano depois dos ataques de 11 de setembro, Oskar Schell (Thomas Horn) ainda sofre com morte de seu pai, Thomas (Tom Hanks). Oskar e sua mãe, Linda (Sandra Bullock), ainda vivem em Nova York, em frente ao prédio onde vive a avó do menino.

ImagemPara quem perdeu um ente querido, sabe como é dificil largar os pertences do morto – é uma das coisas mais difíceis de fazer.  E por tal, é facil sofrer e sentir a dor de Oskar, principalmente quando ele fica escutando a voz do pai. Nada de errado em ser um filme emocionalmente devastador – drama tem que ser emocionante  e achei que Daldry sabesse conduzir isso, mas..-

Entre um choro aqui e ali, Oskar decide resolver o mistério deixado por seu pai, envolvendo a chave, os nova-iorquinos com sobrenomes Black (todos os 472 que vivem na cidade!), a voz do pai deixada na secretária eletrônica e um  pandeiro. Assim começa as aventuras de Oskar.

Três coisas que achei problematicas no filme:

1- Mesmo que Hanks tenha um tempo limitado no filme, ele desempenha um personagem tão idealizado como “o melhor pai que já viveu no mundo”, que me pareceu falso, enquanto a mãe de Bullock parece tão negligente que, quando a explicação plausível para a sua longa ausência é justificado, eu me perguntei: que tipo de mãe deixaria o seu filho de 11 anos sozinho numa cidade grande como Nova York, e ser também acompanhado por um idoso estranho?. Quando o filme me deu a resposta para a tal atitude da mãe, desejei que tivesse um pandeiro para jogar na cara dela!.

2- Apesar de Oskar achar que a chave vai trazê-lo para mais perto de seu falecido pai, nunca que se pode acreditar por um momento que a essência da trama fosse para uma aventura no estilo “ o que vale é jornada, e não o destino” que terá o menino. A estrutura do filme não me prendeu – a busca de Oskar por respostas- suas idas de um endereço para outro.

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3- Nem quero criticar o ator Thomas Horn, pois esse é seu primeiro filme, e ele mostra ter potencial para ser um bom ator, mas o seu personagem, me fez lembrar da Mattie (Hailee Steinfeld) de “True Grit” (2010). Horn decorou muito bem os dialogos que tinha que decorar. O menino é o narrador do filme, e se sabe dos seus pensamentos e decisões privadas antes de ocorrer ação, por examplo: ele mente muito! Mas o roteirista  Eric Roth e Daldry exagera ao fazer uso de voice- over, pois todas as vezes que Oskar mente, vem aquela  justificativa como se os outros personagens acreditassem na mentira deleCompreendo que Oskar é um menino assustado, chocado pela morte do pai, mas o seu comportamento, e atitudes de  superioridade chega a irritar. Que prazer alguem poderia ter em ter a companhia de um menino tão arrogante?. Quando ele é acompanhado pelo velho (Max von Sydow), ficamos a saber que o misterioso senhor é incapaz de falar – isso significa que o garoto vai falar ainda mais. Fala tanto que me deu vontade de gritar : “Shut the F* up” !.  Desde “True Grit” – com aquela menina falante e irritante, vivida pela gracinha da Steinfeld-, que eu não tinha visto um personagem tão chato quanto Oskar.

Menos ruim, mas não perfeito :

ImagemMax Von Sydow até poderia ter roubado o show para si, se a sua personagem tivesse sido bem desenvolvida e bem conduzida, pois as cenas mais interessantes do filme, são as que ele aparece. A química entre ele e Horn é bastante vaga, e quando Von Sydow sai de cena, a alma do filme vai junto!. Sou um grande admirador desse veterano ator, especialmente por causa de sua grande expressividade, e esforço, e fico triste que ele ganhe uma indicação ao Oscar por um papel tão superficial.

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Faz um tempinho que venho escutano a trilha que Alexandre Desplat escreveu para o filme. Particularmente achei esse o seu melhor trabalho entre as trilhas que ele escreveu para 5 filmes diferentes em 2011. Mas quando ouvi as suas musicas emoldurando a fotografia de Chris Mendes (com uso de edge blur em algumas cenas) senti que Nova York nunca pareceu um lugar tão monótono e nada maravilhoso. A trilha sonora  é linda, mas não achei que case com o filme!.

No geral, “Tão Forte e Tão Perto ” é decente tecnicamente, mas esperava algo mais emocionalmente envolvente e um pouco menos manipulador. Eu certamente não queria sair do cinema como sai depois de “United 93” (2006), totalmente devastado pelo ocorrido em 11 de setembro, mas pelo menos os produtores deveriam ter  – extremamente -,  se preocupado mais com o mundo de Oskar do que ter investido – incrivelmente-, em tudo, pensando no Oscar!.

Nota 5,0

P.S.: Para minha surpresa, “Tão Forte e Tão Perto ” foi indicado para melhor filme, e melhor coadjuvante para Von Sydow. Indigna consideração!.

Histórias Cruzadas (THe Help, 2011)

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Baseado no romance de Kathryn Stockett, “The Help”, o filme de Tata Taylor, narra a história de uma determinada jovem branca, que se sente injuriada com o tratamento que as empregadas domesticas afro-americanas são vitimadas por suas patroas, em Jackson, Mississipi, na década de 1960.

Não li o romance de Stockett, mas o roteirista e diretor Tate Taylor não sacrifica muito, pois nada é explicíto no seu modo de narrar. A violencia vivida pelos negros no conturbado anos 60 nos Estados Unidos, não tem a mesma visão realista usada por Alan Parker, em “Mississipi em Chamas” (1988). Em “The Help”, o saldo se mede em comédia, drama- o que permite que os espectadores sintam compaixão e tornem parte do mundo das personagens.

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“The Help” é uma vitrine para seus atores. Viola Davis e Emma Stone, aparecem como fio contudor do filme. Stone vive Skeeter, a tal determinada jovem, que luta pela causa da classe minoritaria. Aibileen (Davis) é a voz que representa todas essas mulheres afro-americanas violadas pela discriminação racial. E, o seu testemunho serve de base para o livro “The Help” escrito por Skeeter, que subsequentemente representa outras multiplas vozes, dispositando uma Metaficção, onde Tayler exponhe ficção na ilusão ficcional, para dar um clima de verdade a narrativa.

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Curiosamente, achei as performances de apoio bem melhores do que as que foram entregues a Viola Davis e Emma Stone. Por examplo, a bela Bryce Dallas Howard como Hilly, encarna a personificação do mal como uma dona de casa racista, e ignorante. No entanto, o destaque do filme pertence a Octavia Spencer como a amiga de Aibileen, Minny, e Jessica Chastain como adoravel Celia Foote. Esta ultima é vista como uma “white trash” por Hilly e outras senhoras.  Chastain brilha em todos os filmes que fez este ano- “The Tree of Life”, “Take Shelter”,  “Debt” e Coriolanus-, e deveria concorrer ao Oscar contra si mesma da categoria de melhor atriz coadjuvante de 2011.  A Celia de Chastain é uma personagem cheia de vida, mas que sofre por não se enquadrar no grupo das senhoras respeitadas da cidade. Como Minny, Spencer está em fuso. Com os olhos arregalados e de fogo, ela comanda a atenção do público tanto quanto ela chama a atenção dentro da narrativa. Minny é o personagem que você torce, ri e deseja ser. Se Davis e Stone são o coração deste filme, Chastain e Spencer são o sangue pulsando a alma, e corpo  de “The Help”.

Por mais que haja aquela mensagem social, o filme de Taylor é vago. “The Help” não me tocou depois que acabou. Não que seja ruim, pois não é, mas não me deixou com aquele gostinho de querer rever.

P.S.: Sucesso de público e crítica, o filme provavelmente vai receber muitas indicacões ao Oscar. E, merecidamente Davis vai ser indicada como atriz – mesmo que o material aqui não chegue aos pés do seu desempenho em “Doubt” ( 2009).

Lindissima a trilha escrita pelo sempre injusticado Thomas Newman, que diferente do seu pai, o maravilhoso Alfred Newman, esse ganhou 9 Oscars, nunca ganhou nada, e esse ano provavelmente nem indicado aos Oscar vai ser! 😦

 Nota: 6

Confiar (Trust. 2010)

Uau! Um filme que retrata uma realidade tão atual, e sem mascarar, com tanta verdade que me fez querer aplaudir a todos empenhados nessa produção. Também me leva a desejar que seja exibido e debatido em Sala de Aula. Mas não apenas com o Professor e os Alunos. Que estejam presentes profissionais da área psico, como também os da área de crime pela internet que envolva pedofilia e bullying.

Confiar” mostra um dos lados negativo da Internet, em primeiro plano. E no aprofundar nesse tema, abre-se um leque. Onde veremos que educar, criar filhos não há uma fórmula única a ser seguida. Mesmo se cercando de amor, respeito… é a  confiança mútua que deve prevalecer sempre. No filme “Pecados Íntimos” um pedófilo foi mostrado como alguém com distúrbio psíquico. Claro que foi válido traçar esse perfil. Acontece que também é uma Tara que pode vir de um cidadão acima de qualquer suspeita. Alguém que se cerca de todos os cuidados para não ser pego. Porque assim ele poderá continuar estuprando outras jovens.

Em “Confiar” também há o em confiar demais no des-conhecido que está do outro lado. Astuto, sabe como ir quebrando a desconfiança. Num jogo de palavras, faz o que quer da vítima. Contando ainda em fazê-la acreditar que são duas almas gêmeas que se encontraram. Foi o que fez, o de nick Charlie (Chris Henry Coffey) com a jovem de 14 anos, Annie (Liana Liberato). Ao longo de alguns meses, com bate-papos diários, Charlie foi se fazendo enamorar. Da parte dele, em segredar mentiras, como também em mentir a idade. Primeiro, diz ter 16, depois 20, 25… E Annie só foi ver sua idade real, no primeiro e único encontro com ele. Encontro esse que irá marcá-la para sempre.

Nem com o sumiço dele, nem com o agente do FBI a lhe mostrar que isso é muito comum, Annie deixa de acreditar que ele não a amou. Que só queria sexo. Ser o primeiro a transar com ela e outras mais. Então, se vira contra a amiga que notificou à direção da escola que Annie fora vítima de um pedófilo. Como também com seu próprio pai, Will (Clive Owen), que ficou transtornado.

Outro ponto a se destacar no filme vem do trabalho de Will. Trabalhando com Publicidade, e com uma Marca para um público bem jovem, ele, e todos nós que assistimos, nos deparamos com o tanto de apelo sexual na venda de um produto. Em até que ponto é abusivo. Até que idade se quer alcançar. É a erotização atingindo aos muito jovens ainda. Annie virou mercadoria, e pior, um produto descartável logo depois de se doar na internet.

Eu preferi não me alongar muito até por ser um Thriller, mas motivá-los para que vejam esse retrato 3×4 do que pode sim ocorrer onde a jovens com acesso livre a Internet. Um alerta que não nos deixa indiferentes. Nos mais, elogiar as performances de Clive Ower e Liana Liberato, estão perfeitos. Ela, em um momento me fez querer exclamar um “Acorda, Menina! Cai na real!“. Ele, me levou às lágrimas no final. Os demais atores também estão muito bem. E um aplauso em especial ao Ross, de “Friends”…rsrs Sério, agora! É que a Direção de “Confiar” é de David Schwimmer.

Um filme nota 10. Até pelo final, cruelmente real!

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Confiar (Trust. 2010). EUA. Direção: David Schwimmer. +Elenco. Gênero: Drama, Thriller. Duração: 106 minutos. Censura: 14 anos.