Quando criança somos levados a engolir o choro. Numa de frear mais que nossos impulsos, a nossa espontaneidade. Ali meio que sem saber discernir direito somos levados a saber que no mundo dos adultos há normas demais tolhendo em ser uma pessoa única. Tem mais! Já na fase adulta, e no tocante ao lado profissional da mulher. As cobranças são superiores as impostas aos homens. A nós, um pequeno vacilo toma proporções gigantescas. Não se constrói uma carreira sólida, e de respeitarem seu nome, tão fácil. E para se chegar lá, uma das coisas a se aprender é: de engolir sapos.
Assim, Miranda Priestly (Meryl Streep) não chegou ao topo fazendo concessões, relevando erros de membro da equipe, enfim não sendo “boazinha”. E por que? Era o seu nome que estaria na guilhotina. Seu nome, carreira, reputação e emprego. Se ela cobrava de si mesma total dedicação, também tinha o direito de cobrar também da sua equipe. Principalmente para o posto alcançado. Já que a Moda é algo que muda muito rápido. Com isso, seu cargo estava sempre em risco. Pois os acionistas da Runaway Magazine, como todos em geral, só visavam o lucro. A eles não interessavam toda a trajetória dela. Aliás, os estadunidenses possuem essa cultura do Mercado de Ações.
Miranda meio que se visualizou em início de carreira ao contratar a jovem Andrea “Andy” Sachs (Anne Hathaway). Mas mais pela autencidade da jovem. Em não ser mais uma mera cópia. Até porque para chegar onde chegou, Miranda tinha um talento nato. Andy que até então desconhecia esse mundo da Miranda termina se deixando seduzir. Perdendo até o que lhe era mais caro: namorado e amigos. E principalmente, o seu verdadeiro talento: o de escrever. Era o seu sonho: seguir a carreira de jornalista. Mas não de Moda, nem da Alta Costura. Mas sim das mazelas do dia a dia.
Até que descobre que esse não era o mundo que queria. Se teria que engolir sapos, que fosse no que queria seguir. Pois é algo que não escapamos. Sempre terá alguém que nos leve a engolir. Mas sem sombra de dúvida, nenhum com o charme de Meryl “Miranda” Streep. Ela é ótima! E Andy sabe que valeu a pena esse aprendizado. Ah! O personagem de Stanley Tucci, Nigel, também teve que engoli um dos grandes. Ele também é ótimo!
Um bom filme, até para rever. E a trilha sonora é ótima!
Por: Valéria Miguez (LELLA).
O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada). 2006. EUA. Direção: David Frankel. Elenco: Meryl Streep (Miranda Priestly), Anne Hathaway (Andrea “Andy” Sachs), Emily Blunt (Emily), Stanley Tucci (Nigel), Adrian Grenier (Nate), Tracie Thoms (Lilly), Rich Sommer (Doug), Gisele Bundchen (Serena), Heidi Klum (Heidi Klum), Valentino Garavani (Valentino Garavani). Gênero: Comédia, Drama, Romance. Duração: 109 minutos. Baseado em livro de Lauren Weisberger.
Soundtrack de O Diabo Veste Prada:
01. Vogue – Madonna
02. Bittersweet Faith – BitterSweet
03. City of Blinding Lights – U2
04. Seven Days in Sunny June – Jamiroquai
05. Crazy – Alanis Morissette
06. Beautiful – Moby
07. How Come – Ray LaMontagne
08. Sleep – Azure Ray
09. Feelin’ Hypnotized [Black Liquid Remix] – Colette
10. Tres Tres Chic – Mocean Worker
11. Here I Am [Kaskade Radio Edit] – Tamra Keenan, David Morales
12. Suite from The Devil Wears Prada – Theodore Shapiro
No link tem como ouvir um trachinho de cada música:
E aqui, uma na íntegra:
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Concordo plenamente. Esse filme é ótimo. Inclusive tem um charme especial para jornalistas em inicio de carreira. E Meryl Streep criou um personagem icônico.
Bjs Lella
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Esse filme realmente é muito legal, já assisti duas vezes!
A trilha sonora é ótima também.
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Eu vi hoje na tv, e amei. Mesmo com a Meryl Streep no elenco, tinha receio. Muitos diziam que o filme era chato. Eles estão enganados. O filme é muito bom!
E seu texto é perfeito. Eu também fiquei com essa sensação: de que ela teve uma ótima aula para engolir os sapos que a vida nos impõe.
Kiss!
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Grata, Mirtes!
E que bom que também gostou do filme!
Beijos,
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perfeito! é isso mesmo. em algum momento da vida temos que engolir sapos.
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E cada sapo!
Bom é, como a personagem da Anne Hathaway, que depois temos a opção de mudar. Seguir por um outro caminho. Mas ficando a lição.
Eu também gostei do filme, e do texto!
Recomendando ambos!
Pedro Monteiro.
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