Larry Crowne – O Amor está de Volta (Larry Crowne. 2011)

O subtítulo no Brasil vendia a ideia de uma Comédia Romântica. Até o cartaz do filme sugere isso. Acontece que eu gosto desse Gênero de Filmes. Principalmente um romance entre pessoas que já passaram da casa dos 40, 50… Interessada, fui olhar a página dele no IMDB, para ver de quem era a estória. O susto! Pois além do Tom Hanks, assinava também o Roteiro: Nia Vardalos (“Falando Grego“). Mais que um sinal, veio um carrilhão: “Foge, que é fria!”. Mas eu sou um paradoxo! Continuava querendo ver, dai argumentava comigo, tipo: “Quem sabe ele pediu a ela para revisar as personagens femininas…” O contra-argumento: “Ih, danou! Já que a Vardalos tende a deixar a mulher adulta com as dúvidas e inseguranças de uma adolescente.” Bem, o que carimbou de vez a motivação para assistir foi o fato do título original só constar o nome de um personagem: Larry Crowne. Sendo assim, a estória seria dele. Um personagem masculino, e que poderia ser criação de Hanks. Enfim, conferindo, e…

Primeiramente, “Larry Crowne – O Amor Está de Volta” está mais para uma leve Comédia Dramática. O drama fica por conta de que ser despedido após uma certa idade, é de doer. Ainda mais numa atualidade tão competitiva, com tantos jovens buscando um emprego; uma colocação. E o filme também aborda isso. O Romance mesmo ficará mais centrado em: ciúmes de um homem e de uma mulher. Ciúmes esse que não enxergavam que nasceu entre aquele par: uma linda e “respeitável” amizade.

Agora sim, entrando na estória do filme. Larry Crowne é o personagem de Tom Hanks. Um empregado exemplar de uma grande loja de departamento. Num dia em que pensa que enfim sairá a promoção tão sonhada, é despedido. Pela política da empresa, por ele não ter um Diploma Universitário, não poderia mais ser promovido. Competência, ele tinha de sobra. Mas a eles, isso não bastava. Bem, que a empresa ficasse com os seus não capacitados, mas diplomados… Larry iria à luta!

Como viu que em outras firmas, também seguiam essa cartilha… Larry resolve voltar a estudar. Concluir a faculdade que deixou pela vida militar: 20 anos servindo a Marinha. Na escolha das matérias, recebe a sugestão do reitor Busik (Holmes Osborne) para acompanhar as aulas de Oratória de Sra (Mercedes) Tainot, personagem de Julia Roberts. Uma outra disciplina que escolhe, é de Economia. Se já constavam em seu currículo Especialização em Vendas no Varejo, e até em Cozinha (fora cozinheiro na Marinha), essas duas disciplinas em especial iriam, além do diploma universitário, também ajudá-lo a gerenciar melhor a sua vida. Até em vender seu peixe e ter o essencial para viver feliz.

Um outro ponto positivo do filme está em mostrar cidadãos da classe muito mais comum. Os que estão lutando, mas para terem as contas pagas, e viverem felizes. Claro que também mostra os que gostam de viverem de uma fama efêmera, que não advinda de um talento, se perde. No todo, o filme mostra a base da pirâmide. Não há o querer por sofreguidão chegar ao topo da pirâmide.

Larry não se intimida por tudo aquilo que veio após sua demissão. Não tendo mais o salário de antes, casa, objetos de valores… ficaram para trás. Mas foram válidos enquanto durou. Na nova bagagem, levará mesmo a saudades dos vizinhos. De um em especial, interpretado por Cedric the Entertainer. Desse vizinho até eu levaria saudades.

Aquela amizade que citei lá em cima, é entre Larry e Talia (Gugu Mbatha-Raw). Ambos irão se ajudar mutuamente. Num abrir os olhos daquilo que um ver do outro. Para eles, até um selinho é por pura amizade. Mas para o namorado dela, como também para Mercedes, há uma conotação sexual. O filme é desses dois. Ela, a Talia, é a personagem feminina principal nesse filme. A personagem da Julia Roberts embora vivesse um drama maior, em paralelo, não rendeu. Não me convenceu porque me levou a pensar se uma outra atriz teria vivido essa professora com mais verdade. O que é uma pena! Pois eu gosto dela. Teria ela se inspirado em Cameron Diaz com a sua “Professora Sem Classe“, e  acabou se perdendo!? Meus aplausos para a Gugu Mbatha-Raw e o seu divertido smartphone!

A vida é uma escola. Nela estamos sempre aprendendo. Mas também de dentro de uma escola se passa uma vida, são capítulos dela sendo escritos. E que embora dentro de uma sala de aula há alguém ensinando, nesse púlpito o aluno poderá ensinar também. Larry em sua apresentação final em Oratória, deu uma dimensão maior ao que Mercedes nem se interessou muito em mostrar durante todo o período letivo. Levando-a a outros rumos em sua vida de professora.

Se antes, o obter o diploma universitário seria o seu passaporte para galgar cargos de chefia, ao término, Larry viu que lhe dera um quilate maior, mas em sua alma. Renovando-a! E nesse recomeço, nessa sua garupa, tinha lugar para mais um, mais uma. Então não é o amor voltando, e sim chegando à vida dele.

Ah! Como gostei de uma citação que Larry disse, ei-la: “O cérebro de um tolo resume a filosofia como tolice, a ciência como superstição e a arte como pedantismo. Daí a necessidade da educação universitária.” (“A fool’s brain digests philosophy into folly, science into superstition, and art into pedantry. Hence university education.” – George Bernard Shaw)

Gostei do filme. De até rever quando passar na tv. É um bom filme!

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Larry Crowne – O Amor está de Volta (Larry Crowne. 2011). EUA. Direção: Tom Hanks. Roteiro: Tom Hanks, Nia Vardalos. +Elenco. Gênero: Comédia, Drama, Romance. Duração: 98 minutos.

Antes de Partir (The Bucket List. 2007)

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Assisti o filme motivada por esses dois atores: Jack Nicholson e Morgan Freeman. E eles não me decepcionaram. Mais até! Parece que pediram por uma história qualquer porque o que queriam mesmo era bater uma bolinha juntos. Bateram um bolão! Com o jeito irreverente do Jack e a elegância do Morgan – ganhamos nós com essa dupla.

História do filme? Ih! Vejamos… Como diria Hitchcock: “É melhor partir de um clichê do que acabar nele.” Temos aqui uma história… divertida: Jack faz um bilionário – Edward. Dono de uma rede de hospitais; e que por uma de suas imposições… fica internado junto com o personagem do Morgan – Carter. Um mecânico; alguém que batalhou muito para dar aos filhos algo que não pode dar para si: um diploma universitário. E que mesmo dividindo o mesmo quarto no hospital recebem tratamentos diferenciado.

Você gostaria de saber o dia da sua morte? E estando ciente, o que faria?

No passado, numa aula de filosofia, Carter fizera uma lista de coisas que faria antes de “bater com as botas“- daí o título original: The Bucket List. Então ao ficar ciente que tem poucos meses de vida lembra dessa lista e a refaz. Ao vê-la, Edward pergunta o que significa. Depois diz que falta emoção naqueles últimos desejos. E a reescreve. A princípio Carter reluta achando que seriam tidos como tolos. Mas Edward o convence. Afinal, ambos tinham pouco tempo de vida.

Com o dinheiro do Edward embarcam numa viagem pelo mundo. Aproveitando os prazeres que o dinheiro pode oferecer. Entre conversas e discussões, a amizade entre eles cresce mesmo tendo temperamentos diferentes. Um ajuda o outro nesses últimos meses. Até em se descobrirem por inteiro.

Como na música, “É preciso estar atento e forte. Não temos tempo de temer a morte.” Embarcamos com eles nessa despedida. Enfim, peguem a pipoca, esqueçam o clichezão do roteiro e curtam esses dois grandes atores. Eu ri muito com eles. Adorei! Nota: 09.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Antes de Partir (The Bucket List) .2007. EUA. Direção: Rob Reiner. Com: Jack Nicholson, Morgan Freeman, Sean Hayes, Beverly Todd. Gênero: Comédia dramática. Duração: 97 minutos. Produção: Alan Greisman.