Série: “Mossad 101” (2015 – ). No fundo, especialistas em manipulação…

Mossad-101_serie-de-tvPor: Valéria Miguez (LELLA).
Em um universo maior de Filmes e Séries sobre serviços secretosFBI, CIA, Interpol, KGB… creio que com o de Israel figura mesmo dentro deles… Inclusive um dos episódios da 3ª Temporada de “The Blacklist” mostrou uma célula dele e de dentro dos Estados Unidos que com todo o aparato por lá no mínimo me fez pensar nas que teria em outras em outros países… O que aguçou ainda mais minha curiosidade em conhecer com mais detalhes sobre o famoso serviço secreto de Israel em “Mossad 101“. Nos moldes de “Quântico“… Essa Série também traz como ponto central um Curso de Formação de novos agentes, mas que também terá guerrinhas internas… Se pelas mãos dos instrutores eles tornarão-se especialistas em manipulação… Sobrará aulas para todos mais…

Nós operamos fora da lei… O que significa que temos que ser nossos próprios defensores, advogados de acusação e juízes…

Já de início temos alta cúpula do Mossad indo conhecer as novas instalações, tendo alguns da Diretoria se questionando pelos altos custos até com o novo prédio do treinamento… Onde serão apresentados aos três principais instrutores… A frente deles, o nada ortodoxo Yonna (Yehuda Levi), que lhes dá uma mostra do quanto irá valer a pena cada milhão gastos… Que por quem ele escolhe como “parceiro”, o agente aposentado Simon (Yehoram Gaon), é um conselheiro que leva alguns desses diretores a sentir penas dos recrutas… Além de Yonna e SimonAbigail (Liron Weismann), psicóloga, perfiladora… e como ex-mulher de Yonna adicionará questões extras na relação de ambos… Além do que ela foi colocada nesse grupo para tentar colocar freios nos métodos usados por Yonna… Enfim, recordando-os de alguns fracassos do Mossad… Lhes dão o aval de vez cientes que receberão os melhores agentes no final do curso…

Cada um deles estará pronto para mentir, enganar, trair e matar…

Mossad-101_primeira-temporadaQuanto aos aspirantes… Após uma grande festa de apresentação eles já se veem frente ao primeiro desafio: escapar a um cerco policial – já que foram dados como terroristas – e conseguirem chegar no portão da Central de Treinamento num horário marcado. Uma noite bem movimentada… Se protegendo ou em grupo ou individualmente… Até chegarem antes do portão se fechar… Onde então ficamos conhecendo um pouco de cada um deles…

Há biotipos variados: inclusive com alguns esteriótipos que reforçariam uma origem… Biofísicos também variados… Onde de um lado descartaria a ideia de ter que ser um agente a “la 007”: galã e corpo atlético. Muito embora a arte de sedução também faça parte do curso. Pois afinal irão aprender também a arte da manipulação… Onde também já nesse primeiro grande teste descartariam a de ter um corpo atlético não seria a única hipótese viável… Há variedades quanto a classes sociais: de ricos aos “assalariados”… Há faixas etárias diferentes… O que até reforçaria em já se trazer uma certa bagagem também contaria pontos… Ou não! Já que improvisação também faz parte desse jogo…

Entre os novos aspirantes a Agentes do Mossad, não há apenas israelenses, também há: – uma brasileira – que Yonna faz uma “piadinha” dela ser uma sobrevivente por ter sido criada numa favela do Rio; – um inglês onde é a vez de Abigail provocar Yonna colocando ambos com um “perfil” parecido; – dois americanos que por um Trailer levam junto a “própria” trilha sonora; além de uma russa; iraniano; francês…

A Série “Mossad 101” só está começando, mas já nos dois primeiros episódios deu para ver que tem muito a mostrar! Muita Ação, Suspense, Drama e Comédia no tom certo! Traçando uma radiografia também do lado humano e moral não apenas dos recrutas como dos que estão no comando deles. Abrindo um leque de interrogações também para quem assiste… Até onde iria esse serviço de “inteligência”?… Então é isso! E poderão acompanhar “Mossad 101” pelo canal TNT Séries, às terça-feira, no horário das 21h; com reprises nos finais de semana. Fica então a dica!

Série: Mossad 101 (HaMidrasha. 2015 / )
Ficha Técnica: na página no IMDb.

Série: The Brink (2015/ ). O Mundo já Estaria numa Grande Guerra?

the-brink_2015_serie-de-tvPor: Valéria Miguez (LELLA).
hogans-heroes_serie-tvPara mim uma fã da antiga Série “Hogan’s Heroes” (1965/1971), no Brasil “Guerra, Sombra e Água Fresca“, sinto sempre a falta de novas séries onde entre outras coisas ridicularizam principalmente os fomentares das guerras. É! Só exagerando nos esteriótipos para mostrar a estupidez de uma guerra. Onde até mantém um clima de medo para venderem mais armas: ora vendendo para grupos rebeldes, ora para os governantes… Onde mortes de inocentes parecem mais contar como potencial do armamento a ser vendido. Muito embora atualmente o avanço da tecnologia dos armamentos deve ser o que conta mais na venda. Cuja destruição alcançaria uma área geográfica muito maior e correndo sério risco de uma devastação permanente por conta das irradiações lançadas nas explosões.

Mesmo em se tratando de temas tão graves, tão cruéis… Levando com humor ajuda também a disfarçar e assim chegar até nós algumas “realidades” passadas nas “salas de conferências de assuntos de guerras“: seja entre os membros dos próprios países, seja entre as nações aliadas, ou nem tão amigas, ou entre com aquela que corre o risco de ser invadida… De qualquer forma mesmo que os roteiristas não nos contem tudo, o pouco que soltam já no mínimo nos rendem alguma perplexidade. Fora as boas risadas com o grotesco da situação. E a nova série “The Brink” tem muito de tudo isso! Como também parece ter terminado o lance do politicamente correto nas produções cinematográficas no pós 11 de Setembro. Great!

Entretanto, embora se trate de uma obra de ficção “The Brink” mostra a todos nós que o mundo já se encontra numa 3ª Guerra Mundial! É a realidade superando a ficção da pior maneira possível: com o botão vermelho das ogivas nucleares sem grandes controles.

the-brink_2015_serie_personagensEm destaque em “The Brink” temos:
– Walter Larson, personagem de Tim Robbins, é um Secretário de Estado (EUA) ambicioso e sem muita paciência até para ficar parado em Washington. O que o fará sair em campo para tentar reverter o “lapso” causado por um piloto ao explodir um drone do Paquistão. Kendra (Maribeth Monroe) é a assistente de Walter que tenta conciliar a vida privada um tanto promíscua da vida profissional desse secretário sem papa na língua. Tim Robbins está impagável!
– Alex Talbot, personagem de Jack Black, é um humilde funcionário do serviço diplomático americano no Paquistão que sonha ser transferido para Paris o que para ele o tiraria do centro dessa crise geopolítica. Alex tem como amigo Rafiq (Aasif Mandvi) um paquistanês contratado pela Embaixada dos Estados Unidos como tradutor.
– Zeke Tilson, personagem de Pablo Schreiber, é um piloto de caça da Marinha que também vende “medicamentos” aos colegas do navio. Zeke é o tal piloto que estando chapado derruba o drone paquistanês. Glenn (Eric Ladin) além de co-piloto no caça, ajuda Zeque a traficar os medicamentos.

A Série “The Brink” tinha tudo para decolar pois é muito boa! Mas parece que o mundo anda com muito mau humor… É que mesmo após a HBO ter anunciado que haveria uma nova Temporada em 2016, voltou atrás e cancelou a série. O que é uma pena! Assim, resta esperar que pelo menos deem um desfecho razoável a atual temporada que é transmitida pelo canal HBO Signature. E ficar na torcida para que venham novas temporadas!

Eu gostei muito dessa série! Nota 08!

Minissérie: The Honourable Woman (2014). Dentro do Conflito Israel-Palestina

The-Honourable-Woman_cartazPara um conflito de longa data onde há muitos mais interesses para que se perpetue do que chegar a uma solução definitiva qualquer passo na busca de um entendimento já seria de mais valia. Conflito esse que faz parte da História real e atual. Assim em meio até a uma liberdade de criação pelo autor em nos contar essa história o Diretor Hugo Blick, e que também assina o Roteiro, decidiu humanizar nos dando a visão feminina desse conflito, o da protagonista e de outras mais, como até por alguns personagens masculinos. Com todos eles vivenciando seus próprios dramas pessoais e aos que os ligam um aos outros e por esses longos anos da guerra de Israel contra a Palestina. E que é o pano de fundo da minissérie “The Honourable Woman“.

the-honourable-woman_maggie-gyllenhaalEm “The Honourable Woman” temos uma jovem britânica com raízes judia, ela é Nessa Stein. Personagem de Maggie Gyllenhaal que está se saindo bem na performance de uma inglesinha atrevida em adentrar num mundo que mata em vez de mandar recado. Mesmo assim Nessa investe seu tempo, seus recursos financeiros, e até colocando em risco sua própria vida como também dos seus entes queridos, pela causa Palestina. Onde ciente do campo minado que tem pela frente, tem como armas levar conhecimento a um povo oprimido até no direito de ir e vir. E o faz logo com a fortuna deixada por seu próprio pai. Ele fortificara Israel com morteiros, fuzis, tanques… Ele fora mais um a fazer de Israel um estado poderoso e insaciável.

Entre as maiores ameaças a Israel está a pobreza do povo palestino. O terror prospera na pobreza e morre em riqueza.”

The-Honourable-Woman_02Aos poucos vamos conhecendo essa mulher. Mesmo tendo presenciado o assassinato do próprio pai, ela e o irmão Ephra (Andrew Buchan) já adultos decidem dar uma guinada com o nome da família: ele não mais estaria escrito em armas. Com a fortuna criam então uma Empresa de Telecomunicações e uma Fundação com fins filantrópicos. Construindo Universidades, Escolas, Hospitais em territórios da Cisjordânia. Se os tentáculos dessa guerra em pleno Oriente Médio atravessa até oceanos… Os cabos da internet levaria muito mais do que conhecimento, pois levaria as vozes dessas pessoas ao mundo.

The-Honourable-Woman_01A outra personagem feminina relevante é Atika (Lubna Azabal) que a princípio serviu de tradutora para Nessa, mas indo parar de babá na casa de Ephran. Algo que causa estranheza em sua esposa, Rachel (Katherine Parkinson), mais ainda porque Ephran parece manter um segredo entre Nessa e Atika. No início da história o filho de Atika, Kasim, é sequestrado. E indicando que fora algo político.

The-Honourable-Woman_03As investigações começam até porque paralelo a isso um empresário palestino aparece morto. Justo o que ganhara a concorrência das Indústrias Stein para uma ampliação do cabos de fibra óptica. Uma morte com ares de suicídio, mas com indícios de assassinato. Pior! Com ordens superiores de não evoluírem nas investigações. Mas acontece que o responsável pela pasta Oriente Médio dentro do serviço secreto britânico é um agente um tanto quanto “certinho”: ele é Hugh Hayden-Hoyle. Personagem de Stephen Rea que vem roubando as cenas! Embora sua chefe tenha deixado tranquilo aos seus próprios superiores… ciente de quem é Hugh dá a ele acesso a pasta dos Stein. Sem pressa ele então segue com as investigações.

É o Oriente Médio. Os inimigos são o que você faz.

Há várias passagens de tempo, onde o passado ora volta para mostrar uma situação como uma peça de um intrincado quebra-cabeça, ora até elucidando um fato. Mas sobretudo abrindo um leque de tramas paralelas com muitos segredos a serem elucidados, ou não. Até porque “The Honourable Woman” vem para mostrar o que essa mulher está fazendo na tentativa de igualar o outro lado. Há uma fala onde ela mostra essa discrepância: que enquanto o PIB de Israel ultrapassou 220 bilhões de dólares, no mesmo período o somado pelos Territórios Palestinos mal chegara aos 4 bilhões de dólares. É a pobreza desse povo que ela e o irmão querem diminuir. Com isso, aumentando seus inimigos. “Em quem confiar?” é algo que ela se pergunta no início de cada episódio!

The-Honourable-Woman_04The Honourable Woman” nos coloca dentro de uma crise internacional. Que mesmo com tramas fictícias não deixa de ser uma aula de geopolítica. Com cenários pulando entre esses locais: Inglaterra, Israel, Palestina… Com também um intrincado jogo sombrio do “Quem ordenou?“. Que sendo uma produção da BBC deixa a curiosidade de que jogará com qual a “Inteligência” (Bureau) é a melhor. Há sim vilões até porque é uma guerra de grandes interesses! Numa mistura de Ação, Suspense, Drama, com uma pitada de Comédia, Romance tudo na dosagem certa. Num timing perfeito que nos mantém atentos. Nota 10!

Em oito episódios transmitidos aos sábados pelo canal TNT Séries. Fica a dica! Eu vou até querer rever quando começarem a reprisar!
Minissérie The Honourable Woman. 2014!
Ficha Técnica: na página no IMDb.

Um Tour pelo Oriente Médio Através dos Filmes

onde-no-mundo-esta-osama-bin-ladenUm tempinho atrás li que o Turismo por regiões em conflitos está sendo bem rentável. Eu, mesmo com todas as belezas naturais, não iria. Preferindo conhecer certos lugares através dos filmes. E para quem quiser fazer o mesmo, trago um tour pelo Oriente Médio, e um pouco além. Vem comigo!

Se na infância o que vinha de toda essa região do planeta eram as histórias das Mil e Uma Noites, atualmente o que os noticiários nos trazem maciçamente são as guerras. Internas e externas. Dependendo de quem quer que ela seja divulgada. Me faz lembrar da frase dita por uma jornalista ao seu chefe que abortara a sua reportagens por ordens superiores, essa:

Se ninguém ver, talvez signifique que não tenha acontecido.”

Ou, como querem que seja divulgado a notícia. Às vezes fazem de um cordeiro, um leão. Certeza mesmo, temos que há o interesse material por trás de tudo. As tidas guerras santas, as ideologias são apenas para fazer a cabeça do povão.

Por vezes, ficamos nós presos aos esteriótipos que nos passam. Foi até para clarear a impressão que eu tinha dos homens-bombas, que assisti “Paradise Now“. Limpar, limpou, mas não a ponto de aceitar tal coisa. Fora dos bancos escolares, se quisermos saber mesmo o que de fato ocorre por lá, precisaremos fazer uma filtragem nas News. Ou, usar também um filtro nas histórias que os livros e os filmes contam. No filme “O Preço da Coragem” (A Mighty Heart), uma jornalista, por conta de vivenciar um grande drama – o marido ser seqüestrado por ser americano, judeu, e repórter de um influente jornal -, ela tenta ser imparcial no relato. O filme é baseado num caso real.

as-1001-noitesNum resgate às lembranças da infância, temos alguns Animações, ou mesmo filmes do tipo sessão-da-tarde, para mostrar um pouco de tão rica são as histórias dessa região. Tais como: “Ali Babá e os Quarenta Ladrões“, “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa“, “Simbad, o Marujo“, “As Mil e Uma Noites” (Nights Arabian)… Assim, a Sherazade que há em nós, pode passar aos mais jovens que com criatividade podemos ir longe. E numa visão bíblica, o “O Príncipe do Egito“.

Ao fazer uma pesquisa, eu encontrei um, que fiquei com vontade de ver. É esse: “As Aventuras de Azur e Asmar“. ‘A história de Azur e Asmar é disfarçadamente armada para fazer ponte com a atual relação entre europeus e africanos/árabes. Durante a ação, situações de choque entre uma cultura e outra, mostrando o quanto a intolerância entre Ocidente e Oriente é absurda. É antes de tudo um filme sobre descobertas. Sobre abrir a cortina que esconde a beleza de uma cultura e desvendar seu colorido, sua estranheza e complexidade.‘ Tem mais aqui.

Outro filme que ainda atrairia um público jovem para uma aula de história disfarçada, é o “O Caçador de Pipas“. Com a invasão do Iraque, o Bush achou que tudo terminaria logo, mais ainda há distúrbios. Pior! Os talibãs estão ganhando terreno. Para conhecer um pouco mais dos conflitos ocorridos no Afeganistão que inflamou a esses fanáticos, além de saber como e porque o Congresso dos Estados Unidos ‘cooperam’ com os que estão em guerra, cito dois: “Jogos do Poder” e “Tiros em Columbine“.

Também onde podemos ver um passado mítico daquela região, seriam em alguns Clássicos, tais como: “O Rei dos Reis“, “Os Dez Mandamentos“, “José e Seus Irmãos“, “Ben-Hur“, “Cleópatra“, “David e Betsabá“, “Spartacus“… São filmes que as televisões costumam passar próximo ao Natal. Mas já fica um adendo em conferir também a geografia do local.

oriente-medioSe a geo-política dessa região já era uma babel no passado longínquo, atualmente é um barril de pólvora. Mais que conquistar territórios como na época das Cruzadas, o agora é marcar o território com companhias petrolíferas. Com acordos entre nações que nem vizinhas são. Essa paz sedimentada pelo ouro negro, foi o que ocorreu entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita. Mas até quando essa paz resistirá? Eu já listei para ver o “Syriana – A Indústria do Petróleo“.

Na guerra, o único heroísmo é sobreviver“. (Samuel Fuller)

the-kingdomHá uma safra de filmes que estou pretendendo ver. Um deles, é o “O Suspeito” (Rendition), onde um egípcio é torturado, de acordo com a lei Extreme Rendition, por ser suspeito de ser terrorista. Baseado em fatos reais. Outro, “O Reino” (The Kingdom), quando um terrorista detona uma bomba no interior de uma zona residencial americana em Riad, na Arábia Saudita, desencadeando um incidente internacional. Agentes do FBI e oficiais sauditas na caça ao terroristas. Juntos? Irei conferir. Também o Documentário “Caminho para Guantánamo” (Road to Guantanamo), onde três jovens britânicos com origem paquistanesa são levados presos por suspeita de terrorismo. E eles eram inocentes. Esse outro, o “Rede de Mentiras” (Body of Lies), no qual um ex-jornalista ferido na Guerra do Iraque é contratado pela CIA para ajudar na captura de um líder da Al Qaeda na Jordânia. Mais um seria o “Nesse Mundo” (In This World), onde dois refugiados do Afeganistão que viviam em um campo em Peshawar tentam escapar para a Grã-Bretanha, procurando uma vida melhor. A perigosa jornada os leva até a “rota da seda”, passando pelo Paquistão, Irã e Turquia, até chegarem a Londres.

where-in-the-world-is-osama-bin-ladenFiquei com vontade de também ver esse filme documentário: “Onde no mundo está Osama Bin Landen?“. ‘O Diretor Morgan Spurlock está decidido a encontrar SOZINHO a pessoa mais “não encontrável” do planeta. Se o FBI e a CIA não conseguiram ainda, talvez ele seja nossa última esperança não é? Usando uma narrativa documental repleta de humor ácido, semelhante ao quem vemos nas produção de Michael Moore, o filme mostra a jornada de Morgan pelos locais que possam servir de esconderijo do terrorista mais procurado do mundo.‘ Tem mais aqui.

Ainda na linha de comédia, deixo a sugestão do “A Banda“, onde egípcios e israelenses para se entenderem fazem uso da língua inglesa. Mas também mostra que o que realmente nos difere, são os muros das fronteiras. Isso claro, para nós seres pacíficos.

E para terminar, um que envolve guerras por etnia e religião, onde uma mãe abdica de seu único filho, o único que o horror da guerra não matou, para que ele sobreviva. Mais! Para dar a ele a chance de ser alguém. O filme é “Um Herói do Nosso Tempo” (Va, Vis et Deviens). Ele foi um dos sobreviventes da Operação Moisés, que o governo israelense resgatou em 1984, no Sudão.

palestina-israel-libanoPor fim, quem sabe um dia, uma Sherazade surja a cada um desses fomentadores de guerras, e os façam parar, por mil e uma noites, como também mil e um dias. E então, os outdoors com paisagens bucólicas virão nos mostrar e convidarmos a conhecer um Novo Oriente Médio. Um reino de paz e fantasias!

See You!

Por: Valéria Miguez (LELLA) (Em 27/09/08).

Pecado da Carne (Einayim Petukhoth. 2009)

pecado-da-carne-2009_cartazAtravés de uma comunidade muitíssimo ortodoxa ficamos de frente para a realidade de muitos aspectos que a nossa sociedade moderninha mantem...

Esse é o filme perigoso para se demonstrar opinião, pois que o mínimo que se revele poderá ser um inconveniente spoiler. O andamento é lento e torna-se tenso por nos deixar nas cenas iniciais em expectativas. Algumas vezes pensei: “não isso não vai acontecer, não com ele, não com este… Não será agora… Ai, meu deus vai chegar alguém…”. Então vou contar para vocês, assistindo a este filme de Haim Tabakman eu assisti 3 filmes: O filme propriamente dito mais o filme que a minha expectativa criou; o inevitável filme que surge do insistente link filme x realidade: Vida numa locação distante x vida nossa de cada dia. Na minha ignorância quanto aos hábitos dos judeus ortodoxos, houve ainda o filme que não percebi. Confesso que permaneci estática diante da constatação que criticamos todo um modo de viver e seus valores retrógrados e estamos convivendo com eles e muitas vezes alimentando-os.

Como é viver, uma vida que não se escolhe, abraçando realizações que se tivéssemos conhecimento de outras opções não abraçaríamos? Como é descobrir de uma hora para outra que não somos o que pensamos que somos? Como é descobrir que se viveu por algo que no fundo não era o que queríamos? Como é depois de um fato que mostra uma vida nova, descobrir que se estava morto? E perceber que a nova vida é impraticável dentro de todos os valores que com sinceridade creditávamos? Como será saber-se infeliz e incompetente para seguir o que nos faz feliz?

pecado-da-carne-2009_01Pecado da Carne” mostra que o pecado da carne está na alma, no sangue, no desejo. Podemos viver toda uma vida mergulhados em preconceitos sem que sejamos preconceituosos. A falta de horizonte nos levará a sobrevivermos mortos, com atitudes que não perceberemos jamais…

Aaron é um judeu que vive sossegadamente num bairro kosher de Jerusalém. Vive sua vidinha, tem uma esposa e 4 filhos. Herda o açougue do seu pai e quando tudo estaria na mais santa paz, surge Ezri. Um jovem bonito, também judeu cujo lado ortodoxo é apenas o lado de fora. Ezri, estudou e sabe desenhar. Aaron daria a vida para ter estudado. Se estamos num dia de sensibilidade aguçada, aí já perceberemos que Aaron sente coisas que não entende por falta de oportunidade, pelo estreitamento de horizontes que as tradições fabricam. Exatamente como qualquer um de nós.

Nesse bairro, existe uma “patrulha da decência”, um grupo de jovens, que observam e vigiam a vida alheia e uma vez que esta não esteja de acordo com os valores do seu admirável mundo antigo, eles invadem casas, espancam pessoas com a finalidade de fazer valer sua moral e bons costumes. Assim, interferem no relacionamento de um casal com a mesma propriedade que interferem em qualquer outra coisa que não esteja em sintonia com as tradições. Ezri é um proscrito, um sem lar, sem família, sem teto, sem nada, mal falado e ainda abandonado pela pessoa que fora encontrar. Essa pessoa, um rapaz, a mim pareceu ser simplesmente a personificação do que pode se transformar alguém numa sociedade atrasada, sem respeito individual, onde um ser humano deveria se comportar assim como os bichinhos da “Marcha dos Pingüins”…

Quando encontramos algo que nos atrai e fascina é certo que iremos colorir com qualquer tinta a fim de se evitar a perda. O desejo tem o fascínio dos grandes abismos!

Foi assim com Aaron. O rabino na sinagoga diz que deus não quer que o homem sofra, por isso nada deve ser proibido. Aaron entende que o sacrifício é agradável aos olhos de Deus e quando ele se vê frente à uma nova realidade está certo de que tem os recursos necessários para vencer a tentação e transformá-la numa aquisição lícita – provavelmente uma forma que ele inconscientemente encontrou de não cumprir a norma ditada por sua “casta”. Mas repito e acredito: o pecado da carne está na alma e no coração também… Isso me lembra os jesuítas com a missão de levar as almas indígenas para Deus através da imposição religiosa o que muitas vezes resultou em abusos e índias grávidas; me faz recordar os cruzados defendendo o pensamento divino na ponta da espada … Até que ponto defendiam seus ideais? Até que ponto uniam o útil do cumprimento dos seus deveres vigentes, as regras de um pensamento num determinado contexto social com a oportunidade de alimentar seus latentes desejos?

pecado-da-carne-2009_02Pecado da Carne” é um filme que mostra o lado frágil de quem encontra a sua verdade e não acha um meio termo conciliatório.

Desaconselhável para homofóbicos de qualquer idade. Os judeus já tem o seu “Broback Montain”, embora o diretor Eytan Fox (Bubble, Delicada Relação, Walk on Water) use sempre a homossexualidade como plano de fundo em seus filmes. O Pecado da Carne é contundente por ir diretamente ao ponto: religião x homossexualidade.

Não assista se as situações de injustiças lhe causam náuseas, pois entristece ver o que o pensamento externo pode fazer com o que se tem por dentro, mas certamente é um filme para ser assistidos por todos, embora muitos se reconhecendo não aceitarão acostumados que estão a não aceitar o que por motivos diversos não vivem, certamente dirão que não é um bom filme, o que não é verdade.

Pecado da Carne . Einaym Petukhot (título original) Eye wides Open (título internacional). Israel. 2009. Drama. Direção: Haim Tabackman. Roteiro: Merav Doster. Elenco:Zohar Shtrauss, Ran Danker, Tinkerbell, Tzahi Grad, Isaac Sharry, Avi Grainik.
Trilha Sonora: Nathaniel Mechaly

Um Herói do Nosso Tempo (Va, Vis et Deviens. 2005)

Então quando você sentir que acabou a esperança, Olhe dentro de você e seja forte. E você finalmente verá a verdade, Que há um herói em você.

Somente o passado era previsível aos olhos dessa mãe. Nele a crueldade de uma guerra religiosa e étnica já lhe tirara quase toda a sua família. Ficara apenas ela e um único filho. Restara-lhe agora um dilema: mantê-lo junto a si, mas sem saber até quando, ou perdê-lo para o mundo, mas dando a ele a chance de ser alguém na vida? O momento dessa tomada de decisão se aproximava. A Operação Moisés era a oportunidade de dar um futuro digno ao seu filho, ainda um menino. Não seria fácil pois precisaria de ajuda.

Um resumo do que foi a Operação Moisés. Um fato histórico acontecido em 1984. Onde uma equipe do Mossad resgata judeus etíopes de um acampamento de refugiados no Sudão. Levando-os para Tel Aviv, Israel.

Agora voltando a batalha invisível que então levaria seu filho para longe de si. Ele teria que se passar por judeu. Como convencê-lo a ir sem ela. E quem a ajudaria.

À essa mãe tão castigada pela vida, uma outra mãe que há poucas horas perdera seu filho, numa linguagem muda dá a ela a certeza de que dali para frente seria com ela. Assim o menino ganha um novo nome: Schlomo. E ele de coração partido segue em frente para cumprir um pedido/ordem de sua mãe: “Vá, viva e se transforme“.

Uma pausa para voltar a falar da Operação Moisés. É que no início do filme me peguei a pensar se atualmente outras nações também não faria o mesmo. Por ter sido um feito digno de aplausos. Mas com mais um pouco do filme vi que nem mesmo Israel voltaria a fazê-lo. Como também ficou uma dúvida do porque fizeram. Até por terem se cercado de todo um aparato para receber esse povo: muros, soldados… Parecia que estavam numa prisão. Com muito mais regalias é claro. Mas ainda detidos para uma investigação mais detalhada se eram de fato judeus.

Schlomo perde ai essa sua segunda mãe. Mas o destino ainda conspirava a seu favor. Lhe dando uma terceira e então definitiva mãe. Por sorte ele fora adotado por uma família agnóstica, e de esquerda. Mas achando que ele de fato era judeu o colocam para estudar o Torá.

Scholmo mesmo diante de tanta fartura em alimentos, recusa-se a comer ficando apenas nos líquidos. Falando em líquidos, a cena do seu primeiro banho de chuveiro arrepia de tão emocionante. E quando ele conta o porque do que o traumatiza tanto. É de sentir raiva da estupidez, da selvageria dos homens num campo de batalha e com inocentes.

Voltando a essa terceira mãe, ela é incansável. Tanto na educação, como em tentar cicatrizar as feridas desse coraçãozinho. Precisam ver o que ela faz para que Scholmo decida se alimentar. Entre broncas e carinhos, ela o faz seu filho: de fato e de direito. E lutando para que o respeitem como um deles. Mais que o preconceito religioso, a cor da pele será uma batalha que ambos irão enfrentar dali para frente.

Além dessas “três” mães, uma outra mulher entra na sua vida na fase da adolescência, e segue junto com ele. Ela teve que romper outras barreiras, teve que romper laços sagrados para ficar ao lado dele. Por ter quem não aceitava a relação de uma branca com um negro.

Em sua trajetória de vida dois homens contribuíram e muito em sua formação. Diria que foram seus dois Mentores. Um, um patriarca de sua terra natal, que tal como ele, estava em exílio. Eram ambos dois sobreviventes. O outro, o avô da família que o adotou. Ambos ensinaram os verdadeiros valores, as verdadeiras bagagens que se deve levar ao longo da vida. A cena de uma sabatina final na leitura do Torá é emocionante.

Não querendo “comprar” guerras até por imposição do pai adotivo que o queria lutando ele vai estudar medicina em Paris. Mas ao se formar acaba embarcando numa guerra que não era dele. E nela por se vê impedindo de atender alguém – e por ambos os lados numa guerra estúpida -, se descuida e termina sendo ferido. Voltando então para a casa, e se casa.

Acabou? Não! Tem muito mais ainda. Eu apenas pincelei o que seria esse filme. Nele temos a trajetória de um menino até a fase adulta. É um filme longo. Poderia ter sido mais enxuto? Sim! Mas creiam, mesmo assim não cansa, nem nos tira a atenção. O final do filme arrepia! Agora, embora eu tenha gostado muito, revê-lo talvez num remake mais curto. Ou em Dvd para ver em partes.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Um Herói do Nosso Tempo (Va, Vis et Deviens). 2005. França, Romênia. Direção e Roteiro: Radu Mihaileanu. Elenco: Yaël Abecassis, Roschdy Zem, Moshe Abebe, Sirak M. Sabahat, Roni Hadar. Gênero: Drama. Duração: 140 minutos.