Série: “Mossad 101” (2015 – ). No fundo, especialistas em manipulação…

Mossad-101_serie-de-tvPor: Valéria Miguez (LELLA).
Em um universo maior de Filmes e Séries sobre serviços secretosFBI, CIA, Interpol, KGB… creio que com o de Israel figura mesmo dentro deles… Inclusive um dos episódios da 3ª Temporada de “The Blacklist” mostrou uma célula dele e de dentro dos Estados Unidos que com todo o aparato por lá no mínimo me fez pensar nas que teria em outras em outros países… O que aguçou ainda mais minha curiosidade em conhecer com mais detalhes sobre o famoso serviço secreto de Israel em “Mossad 101“. Nos moldes de “Quântico“… Essa Série também traz como ponto central um Curso de Formação de novos agentes, mas que também terá guerrinhas internas… Se pelas mãos dos instrutores eles tornarão-se especialistas em manipulação… Sobrará aulas para todos mais…

Nós operamos fora da lei… O que significa que temos que ser nossos próprios defensores, advogados de acusação e juízes…

Já de início temos alta cúpula do Mossad indo conhecer as novas instalações, tendo alguns da Diretoria se questionando pelos altos custos até com o novo prédio do treinamento… Onde serão apresentados aos três principais instrutores… A frente deles, o nada ortodoxo Yonna (Yehuda Levi), que lhes dá uma mostra do quanto irá valer a pena cada milhão gastos… Que por quem ele escolhe como “parceiro”, o agente aposentado Simon (Yehoram Gaon), é um conselheiro que leva alguns desses diretores a sentir penas dos recrutas… Além de Yonna e SimonAbigail (Liron Weismann), psicóloga, perfiladora… e como ex-mulher de Yonna adicionará questões extras na relação de ambos… Além do que ela foi colocada nesse grupo para tentar colocar freios nos métodos usados por Yonna… Enfim, recordando-os de alguns fracassos do Mossad… Lhes dão o aval de vez cientes que receberão os melhores agentes no final do curso…

Cada um deles estará pronto para mentir, enganar, trair e matar…

Mossad-101_primeira-temporadaQuanto aos aspirantes… Após uma grande festa de apresentação eles já se veem frente ao primeiro desafio: escapar a um cerco policial – já que foram dados como terroristas – e conseguirem chegar no portão da Central de Treinamento num horário marcado. Uma noite bem movimentada… Se protegendo ou em grupo ou individualmente… Até chegarem antes do portão se fechar… Onde então ficamos conhecendo um pouco de cada um deles…

Há biotipos variados: inclusive com alguns esteriótipos que reforçariam uma origem… Biofísicos também variados… Onde de um lado descartaria a ideia de ter que ser um agente a “la 007”: galã e corpo atlético. Muito embora a arte de sedução também faça parte do curso. Pois afinal irão aprender também a arte da manipulação… Onde também já nesse primeiro grande teste descartariam a de ter um corpo atlético não seria a única hipótese viável… Há variedades quanto a classes sociais: de ricos aos “assalariados”… Há faixas etárias diferentes… O que até reforçaria em já se trazer uma certa bagagem também contaria pontos… Ou não! Já que improvisação também faz parte desse jogo…

Entre os novos aspirantes a Agentes do Mossad, não há apenas israelenses, também há: – uma brasileira – que Yonna faz uma “piadinha” dela ser uma sobrevivente por ter sido criada numa favela do Rio; – um inglês onde é a vez de Abigail provocar Yonna colocando ambos com um “perfil” parecido; – dois americanos que por um Trailer levam junto a “própria” trilha sonora; além de uma russa; iraniano; francês…

A Série “Mossad 101” só está começando, mas já nos dois primeiros episódios deu para ver que tem muito a mostrar! Muita Ação, Suspense, Drama e Comédia no tom certo! Traçando uma radiografia também do lado humano e moral não apenas dos recrutas como dos que estão no comando deles. Abrindo um leque de interrogações também para quem assiste… Até onde iria esse serviço de “inteligência”?… Então é isso! E poderão acompanhar “Mossad 101” pelo canal TNT Séries, às terça-feira, no horário das 21h; com reprises nos finais de semana. Fica então a dica!

Série: Mossad 101 (HaMidrasha. 2015 / )
Ficha Técnica: na página no IMDb.

Minissérie: The Honourable Woman (2014). Dentro do Conflito Israel-Palestina

The-Honourable-Woman_cartazPara um conflito de longa data onde há muitos mais interesses para que se perpetue do que chegar a uma solução definitiva qualquer passo na busca de um entendimento já seria de mais valia. Conflito esse que faz parte da História real e atual. Assim em meio até a uma liberdade de criação pelo autor em nos contar essa história o Diretor Hugo Blick, e que também assina o Roteiro, decidiu humanizar nos dando a visão feminina desse conflito, o da protagonista e de outras mais, como até por alguns personagens masculinos. Com todos eles vivenciando seus próprios dramas pessoais e aos que os ligam um aos outros e por esses longos anos da guerra de Israel contra a Palestina. E que é o pano de fundo da minissérie “The Honourable Woman“.

the-honourable-woman_maggie-gyllenhaalEm “The Honourable Woman” temos uma jovem britânica com raízes judia, ela é Nessa Stein. Personagem de Maggie Gyllenhaal que está se saindo bem na performance de uma inglesinha atrevida em adentrar num mundo que mata em vez de mandar recado. Mesmo assim Nessa investe seu tempo, seus recursos financeiros, e até colocando em risco sua própria vida como também dos seus entes queridos, pela causa Palestina. Onde ciente do campo minado que tem pela frente, tem como armas levar conhecimento a um povo oprimido até no direito de ir e vir. E o faz logo com a fortuna deixada por seu próprio pai. Ele fortificara Israel com morteiros, fuzis, tanques… Ele fora mais um a fazer de Israel um estado poderoso e insaciável.

Entre as maiores ameaças a Israel está a pobreza do povo palestino. O terror prospera na pobreza e morre em riqueza.”

The-Honourable-Woman_02Aos poucos vamos conhecendo essa mulher. Mesmo tendo presenciado o assassinato do próprio pai, ela e o irmão Ephra (Andrew Buchan) já adultos decidem dar uma guinada com o nome da família: ele não mais estaria escrito em armas. Com a fortuna criam então uma Empresa de Telecomunicações e uma Fundação com fins filantrópicos. Construindo Universidades, Escolas, Hospitais em territórios da Cisjordânia. Se os tentáculos dessa guerra em pleno Oriente Médio atravessa até oceanos… Os cabos da internet levaria muito mais do que conhecimento, pois levaria as vozes dessas pessoas ao mundo.

The-Honourable-Woman_01A outra personagem feminina relevante é Atika (Lubna Azabal) que a princípio serviu de tradutora para Nessa, mas indo parar de babá na casa de Ephran. Algo que causa estranheza em sua esposa, Rachel (Katherine Parkinson), mais ainda porque Ephran parece manter um segredo entre Nessa e Atika. No início da história o filho de Atika, Kasim, é sequestrado. E indicando que fora algo político.

The-Honourable-Woman_03As investigações começam até porque paralelo a isso um empresário palestino aparece morto. Justo o que ganhara a concorrência das Indústrias Stein para uma ampliação do cabos de fibra óptica. Uma morte com ares de suicídio, mas com indícios de assassinato. Pior! Com ordens superiores de não evoluírem nas investigações. Mas acontece que o responsável pela pasta Oriente Médio dentro do serviço secreto britânico é um agente um tanto quanto “certinho”: ele é Hugh Hayden-Hoyle. Personagem de Stephen Rea que vem roubando as cenas! Embora sua chefe tenha deixado tranquilo aos seus próprios superiores… ciente de quem é Hugh dá a ele acesso a pasta dos Stein. Sem pressa ele então segue com as investigações.

É o Oriente Médio. Os inimigos são o que você faz.

Há várias passagens de tempo, onde o passado ora volta para mostrar uma situação como uma peça de um intrincado quebra-cabeça, ora até elucidando um fato. Mas sobretudo abrindo um leque de tramas paralelas com muitos segredos a serem elucidados, ou não. Até porque “The Honourable Woman” vem para mostrar o que essa mulher está fazendo na tentativa de igualar o outro lado. Há uma fala onde ela mostra essa discrepância: que enquanto o PIB de Israel ultrapassou 220 bilhões de dólares, no mesmo período o somado pelos Territórios Palestinos mal chegara aos 4 bilhões de dólares. É a pobreza desse povo que ela e o irmão querem diminuir. Com isso, aumentando seus inimigos. “Em quem confiar?” é algo que ela se pergunta no início de cada episódio!

The-Honourable-Woman_04The Honourable Woman” nos coloca dentro de uma crise internacional. Que mesmo com tramas fictícias não deixa de ser uma aula de geopolítica. Com cenários pulando entre esses locais: Inglaterra, Israel, Palestina… Com também um intrincado jogo sombrio do “Quem ordenou?“. Que sendo uma produção da BBC deixa a curiosidade de que jogará com qual a “Inteligência” (Bureau) é a melhor. Há sim vilões até porque é uma guerra de grandes interesses! Numa mistura de Ação, Suspense, Drama, com uma pitada de Comédia, Romance tudo na dosagem certa. Num timing perfeito que nos mantém atentos. Nota 10!

Em oito episódios transmitidos aos sábados pelo canal TNT Séries. Fica a dica! Eu vou até querer rever quando começarem a reprisar!
Minissérie The Honourable Woman. 2014!
Ficha Técnica: na página no IMDb.

Argo (2012)

94932_galArgo narra uma história emocionante, que mistura sorte, ousadia, e astúcia nas vidas de seis diplomatas americanos, que se escondem no Irão durante a Revolução Islâmica de 1979. Inspirado em fatos reais, o diretor Ben Affleck usa imagens de noticiários da época, capturando uma nação com raiva e prestes a transbordar. Depois da queda da embaixada americana em Teerã, seguimos os seis americanos escapando pela porta de trás e encontrando refúgio na casa do embaixador canadense.

Affleck– que não compromete em protagonizar o filme, mas que deveria ter escalado um ator de verdade para viver o ex-Agência Central de Inteligência, Tony Mendez, que teve a idéia de fazer um filme falso de ficção científica para resgatar os americanos no Teerã. Affleck brilha mesmo é  atrás das cameras, dirigindo e tendo o apoio de John Goodman, Alan Arkin, Bryan Cranston e um elenco sólido, embora o roteiro pareça concentrar-se menos sobre os atores e muito mais sobre o conteúdo e num humor cínico, que não curti tanto, mas que não compromete ao resultado do filme em si.

O filme é baseado no livro “The Masters of Disguise” de Antonio J. Mendez (não li, mas estou super afim de ler) e no artigo “The Great Escape”* de Joshuah Bearman (li,e, é excelente!). Como Hollywood tem uma longa história de reescrever a história, não é tão chocante assim que Affleck focalize apenas na figura Tony Mendez e no trabalho da CIA, e quase deixando de lado a figura do embaixador Ken Taylor (um Victor Garber quase sem falas) e da participação da Embaixada do Canadá para salvar as vidas desses seis americanos. 93947_galComo Tony Mendez é o herói, temos que “suavemente” tolerar um drama pessoal do personagem, que muito me fez lembrar do drama vivido pelo personagem de Brad Pitt em Moneyball (2012).

Bem, um filme deve ser julgado apenas pelos seus próprios méritos. Argo é uma película sólida!. É um filme de ficção e nada mais do que isso- não é um documentário! É um filme de grande entretenimento, não história. E, é o melhor filme da carreira de Ben Affleck, e um dos melhores do ano!

Nota 9/10

*Ilustrações do Livro.

Intriga Internacional (North By Northwest. 1959)

Não dá para falar sobre Sir Alfred Hitchcock sem mencionar o seu rótulo: Mestre do Suspense. Ele mesmo gostava de ser chamado assim. Uma vez disse que se um dia ele fizesse uma versão de Cinderela, todos iriam procurar por um corpo na carruagem. Nem precisa ser cinéfilo para ter esbarrado com uma obra sua, sendo que muitos dos seus filmes possuem cenas que estão carimbadas na galeria das mais famosas de todos os tempos.

Intriga Internacional (North By Northwest no original) é um destes filmes. Porém consegue a façanha de ir um pouquinho mais além: possui mais de uma cena armazenada neste hall. Antes da análise, segue um pequeno pedaço para vocês apreciarem ou relembrarem:

Ataque do avião pulverizador – http://youtu.be/ETl_rr0SMFI
Perseguição no monte Rushmore – http://youtu.be/Ahd38-eclaI

A mescla das duas cenas é a capa da edição comemorativa de 50 anos do filme onde, graças aos avanços da tecnologia, podemos assistir estes clássicos como se fossem filmes lançados ainda agora – devido ao tratamento de alto nível na restauração para as novas mídias.

Este filme é um dos melhores trabalhos de Hitchcock! Se contextualizarmos com o seu tempo, se torna ainda melhor. É uma história de espionagem e contraespionagem, onde o protagonista é apenas vítima do todo, porém descobrimos que ele era parte do todo sem que soubesse. Além destes ingredientes, temos um que eu particularmente gosto muito: a sobreposição da realidade – ou melhor, o lançamento do homem num universo fictício que acaba por se tornar provisoriamente o verdadeiro.

Roger O. Thornhill é um homem elétrico e vibrante. Publicitário bem sucedido, de uma personalidade muito interessante, observamos que este é o típico menino que nunca cresceu. Com dois divórcios em seu currículo, Thornhill tem uma dependência moral de sua mãe semelhante a uma criança. Esta semelhança também condiz com suas atitudes: o protagonista nunca hesita em arriscar – como se não tivesse medo de nada.

De uma hora para outra ele é raptado e sua realidade é abruptamente alterada: chegando ao de entrega, os raptores se referem ao protagonista como George Kaplan, no qual acreditam ser um agente detentor de informações muito importantes. Logo, os raptores tentam fazer um acordo com Kaplan, que imediatamente nega e diz se tratar de um engano. Claro que eles não acreditam e logo Thornhill/Kaplan é jurado de morte.

Ele consegue fugir do cativeiro. Porém acaba por se envolver num acidente que o levará para a cadeia. Ele tenta argumentar o que aconteceu, mas tudo parece tão fantasioso que nem sua mãe acredita em si. Ainda assim, a polícia resolve investigar o suposto cativeiro, mas ao chegar ao local nada é como parece: nenhuma evidência do que foi dito por Thornhill/Kaplan é encontrada – logo, ele continua sendo um criminoso falastrão.

Por si só, Thornhill decide investigar quem é Kaplan e por que estão em cima dele. Porém observa que para ter sucesso, precisa se travestir de Kaplan e assim o faz, assumindo uma espécie de dupla personalidade. Logo, o misto de Thornhill e Kaplan irá se envolver numa bola de neve gigantesca, onde agências do governo, polícia e criminosos estarão todos envolvidos consigo no cerne do enredo.

Enfim, é um daqueles filmes obrigatórios que ninguém deve deixar de ver, que seria responsável por influenciar uma das maiores franquias do cinema de todos os tempos: o espião 007. Sim, em Intriga Internacional muitos dos elementos apresentados seriam utilizados nos filmes vindouros de James Bond (inclusive um quase remake da cena mais inesquecível do filme – aquela que se encontra no primeiro vídeo que eu coloquei logo no início desta resenha).

Sob a batuta de Hitchcock (que aparece na primeira do filme) e com atuações impecáveis da linda Eva Marie Saint e do inigualável Cary Grant – que, por sinal, recusou o convite para interpretar Bond – Intriga Internacional é um filme para ver, rever e recomendar!

* Para título de curiosidade, o protagonista se apresenta como Roger O. Thornhill. Uma mulher lhe pergunta o que significa o “O” no meio nome e ele responde “nada”. De uma forma inteligente, polêmica e irônica, Hitchcock está dando uma espetada no seu ex-produtor David O. Selznick.

Protegendo o Inimigo (Safe House. 2012)

Uau! Nem deu tempo de saborear a pipoca. Aliás, é melhor deixar a pipoca para depois. Pois “Protegendo o Inimigo” é acima de tudo um entretenimento muito bom. Confesso que não esperava tanto. Eu adoro quando um filme me surpreende! E nesse não veio por reviravoltas mirabolantes. Nem em descobrir quem são os inimigos. Um deles já se detecta pelo olhar de desconfiança de um dos personagens. A adrenalina ficou mesmo em cima dos dois personagens principais. Pela química entre eles. Pelo crescimento de um dos atores. Pela generosidade do outro em dividir esse palco, como um mestre sentindo orgulho de um pupilo. Por eu nem sentir o tempo passar. Por eu nem querer que terminasse.

Ter Denzel Washington nos créditos já me leva a ver um filme. Mas confesso que em “Protegendo o Inimigo” o motivo maior foi em ver como se sairia o Ryan Reynolds num personagem como esse: um aspirante a agente da CIA. Em Comédia, ele saiu-se muito bem, pelo menos nas duas mais recentes que assisti – “Eu Queria Ter a Sua Vida” (2011) e “A Proposta” (2009), posso atestar. Agora, já não gostei dele no “X-Men Origem: Wolverine (2009)”, que entre outros Gêneros também é um de Ação. Muito embora nesse outro ele foi um coadjuvante. Por conta disso estava por demais curiosa em ver a sua performance neste aqui. E não é que Ryan Reynolds se saiu muito bem em “Protegendo o Inimigo“! Aplausos para os dois pelas excelentes performances!

Faça a Coisa Certa!”  “Não sou seu único inimigo.”

Apesar de não se ter surpresas, eu recomendo que não leiam muito sobre “Protegendo o Inimigo” antes de vê-lo. Tanto que farei quase um pequeno resumo da história, evitando assim em trazer spoiler. Para mim – os dois atores + o tema + a trama -, já bastara. As perguntas, seriam respondidas conferindo o filme. Onde a primeira delas, seria o porque de um deles estar nesse tipo de safe house. Mais! E o porque desse abrigo não ser tão seguro assim. Isso veio com a lida numa simples sinopse. Nela continha que o Agente Matt Weston (Ryan Reynolds), mantendo guarda num dos abrigos da CIA, em plena zona urbana na Cidade do Cabo (África do Sul), receberia como mais um a ser protegido um dos lendários da CIA, o ex-agente Tobin Frost (Tobin Washington).

Frost conseguira sair do mapa por uma década. Acharam até que já tivesse morrido. Pelo seu lado sociopata – de um excelente matador -, quando mudou de vez de lado, ou melhor, quando ele passou a escolher os “seus patrões”, se tornou o mais perigoso dos renegados. Agora, se tornou perigoso para quem? CIA, Mossad, Interpol, MI6…? E por que pediu proteção logo aos Estados Unidos? Cacife, ele tinha. Mas era uma faca de dois gumes. Na era dos chips, pode-se transportar grandes arquivos, e muito bem escondidos. E com a internet pelo celular, saber o que estariam nesses arquivos. Muito ladino, acabou conquistando Weston.

Já Weston se encontrava entendiado em manter guarda entre quatro paredes. Querendo logo entrar em ação. E seu desejo, meio que por linhas tortas, se realiza. Nem tanto com a chegada de Frost ao abrigo, mas sim por ele ter sido invadido, obrigando Weston a fugir com ele dali, enquanto aguardava uma nova ordem. Que para ele seria um novo local até tirarem Frost daquele continente. Mas além de uns imprevistos, ele descobre que terá que se proteger também. O que leva manter Frost vivo era também importante para si mesmo. Ou Frost, ou o que tanto queriam dele.

Meus aplausos também vão para o Diretor Daniel Espinosa! Porque foi brilhante! Não é fácil levar um filme de Ação com quase duas horas do início ao fim. (Final esse que me fez pensar no Wikileaks.) Em nenhum momento o filme perde o ritmo. Como citei antes, mesmo já sabendo quem são os verdadeiros inimigos, a tônica do filme recai mesmo no duelo entre os dois personagens principais. Parte disso também se deve ao Roteiro. Quem assina, e sozinho, é David Guggenheim. Ele conseguiu ser realmente original com um tema tão recorrente: corrupção na CIA. Assim, vida longa na carreira para esses dois: o Diretor Daniel Espinosa e o Roteirista David Guggenheim!

Em “Protegendo o Inimigo” também podemos destacar as atuações dos coadjuvantes. Alguns de peso, como: Vera Farmiga, Brendan Gleeson, Robert Patrick, Sam Shepard e Liam Cunningham. Também as cenas de perseguições. Além claro, da Cidade do Cabo. O que me fez pensar se seria porque o Agente Weston passaria por incríveis tormentas. Gracinhas à parte! Para mim o único porém do filme foi por não ter Hits conhecidos, e adequados a um filme de Ação. Deveria ter na Trilha Sonora um repertório com Rocks Clássicos. Não que Ramin Djawadi fez feio. Mas as músicas estavam mais para um filme mais lento.

Enfim, é isso! Esqueçam a pipoca. Porque o filme por si só já é muito bom! De querer rever!
Nota 9,5.

Por:Valéria Miguez (LELLA).

Protegendo o Inimigo (Safe House. 2012). EUA / África do Sul.
Gênero: Ação, Crime, Thriller.
Duração: 115 minutos.

“O Espião que Sabia Demais” (Tinker Tailor Soldier Spy, 2011)

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“O Espião que Sabia Demais” é literalmente uma tradução do livro de John le Carre, o qual foi anteriormente adaptado em uma bem respeitada minissérie da BBC de seis horas de duração em 1979, com Alec Guinness. O talentoso diretor Tomas Alfredson cortou as seis horas da minissérie e fez um filme de apenas 2 horas, mas ainda assim, achei o filme extremamente longo, e confuso.

Para quem é? 

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Para quem gosta de filme de espionagem, “Tinker Tailor Soldier Spy” é um bom prato.

Atores:

O elenco é maravilhoso com destaque para Gary Oldman, o qual me fez lembrar de Ryan Gosling, em “Drive” (2011), com uma atuação sutil e minimalista. O desempenho de Oldman está em seus olhos, quando ele faz  perguntas, reage às respostas de uma forma bastante interessante. Oldman simplesmente carrega o filme em seus ombros, oferecendo um desempenho lento, e preciso, e talvez por isso, assim como o Gosling não irão ao Oscar – até uma indicação parece algo distante para eles, mas espero que não seja impossivel!. . ImagemOutro ator que brilha nesse filme é Tom Hardy ( excelente ator!!!!) , o qual também está igualmente perfeito, no interessante filme “Warrior” (2011), fazendo um homem lutando por uma resolução para sua dor e assombrado pelas decisões que ele fez na vida. Celo Silva fez uma boa leitura sobre “Warrior” aqui: http://umanoem365filmes.blogspot.com/2011/12/359-guerreiro-warriorgavin-oconnor2011.html

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Seria muito bom se os roteiristas e o director de “O Espião que Sabia Demais” tivessem injetado mais vida, em termos de entretenimento ao filme. Bem, o requinte dos cenarios, a fotografia de Hoyte Van Hoytema, que respira nos anos 70, com o céu cinza, e esfumaçado; o belo trabalho de edição, e uma trilha sonora muito boa de Alberto Iglesias, apenas enriquece o filme, mas faltou alma/ vida. Um belissimo filme, que custou apenas 21 milhões de dolares – o Polanski gastou 25 milhões no seu “Carnage” o qual é plasticamente inferior ao filme de Alfredson!. Longe de ser um filme ruim, mas “O Espião que Sabia Demais” tem personagens demais, situações demais, e acabei me perdendo em torno da beleza plastica do filme.

Por essa beleza plastica e os atores, dou nota 7,5