Curta: LILA (2014). Reencontrando o Colorido da Vida…

Lila irá ajudá-lo a reencontrar o colorido da vida

Lila irá ajudá-lo a reencontrar o colorido da vida

Por Luz de Luma.

A vida está borocoxó?
Podia ser melhor!

Lila é um personagem de um curta-metragem lírico e poético que completa uma espécie de trilogia que começou em 2008 com “Um conto de amor em Stop Motion” (uma jovem sonha com o que ela acabou desenhado no papel) e, em 2011 com “A sombra de azul” (um jovem descobre sua inspiração no voo das borboletas). Todos os três filmes estão cheios de sentimentos de esperança e otimismo, e retratam um mundo no qual a vida e a fantasia se tornam apenas um. Lila é uma conclusão fascinante para uma trilogia temática, mesmo involuntária, que sugere que pode haver um pouco de Lila em todos nós.

Lila Visualizando laços sutis de amor...

Lila Visualizando laços sutis de amor…

A música é uma composição exclusiva do talentoso Sandy Lavallart e o filme é do inquieto escritor, diretor, ilustrador e animador Carlos Lascano. No papel de Lila, está a atriz Alma Garcia que se presta muito bem ao personagem que sonha, imagina e com a sua delicada arte de desenhar, tenta mudar o que vê e deixa tudo mais colorido e amoroso.

Uma história bonita, com ar naif em que a menina lembra Amélie: “não pode resignar-se a aceitar a realidade tão plana como ela percebe” (Carlos Lascano). Metáfora visual estendida sobre como as pessoas podem ajudar os outros através de pequenos atos de bondade. Existem apenas dois olhares sobre a vida e fazemos a escolha, a cada dia, sobre como respondemos aos desafios, vitórias e tudo mais. Podemos optar por permitir decepções para que apodreçam e sejam classificadas como injustas, portanto, abrimos mão do controle, ou então, encontramos aceitação e inspiração através desses desafios.

Lila-2014_Curta_02Pense em quando rotulamos algo na nossa vida como “injusto”. Isso é uma ladeira escorregadia e leva a desculpas e contorna o poder que todos nós temos sobre as nossas próprias vidas. Resiliência e audácia – é o que o desafio deve nos dar.

Mas o que um vídeo docinho tem a ver com desafio? Oras, pense em um comportamento contrário ao de Lila e que muitos possuem. Pense em um simples olhar que procura por defeitos… A vida pode lhe dar socos e você pretende dar socos de volta? É gastar energia com nada. Te convido a embarcar numa viagem mais feliz!

Dormi e sonhei que a vida era alegria. Acordei e vi que a vida era serviço. Eu agi e eis que o serviço era alegria.” (Rabindranath Tagore)

Armas de Fogo em Casa + Crianças ou Adolescentes = ?

vermelho-como-o-ceuO tema de hoje me veio com o filme “Vermelho Como O Céu“. Por conta de algo trágico que ele traz, assim como porque foi baseado em algo que de fato aconteceu. Por ele, essa equação no título. E nem fui atrás de estáticas para obter um resultado. Claro que há crianças que passarão incólumes a isso, e até em crescer não querendo ter uma arma. Mas num mundo tão violento, mensagens, ou até reflexões acerca de um ‘Desarme-se!‘, se faz necessário. É por aí o nosso papo. Vem comigo!

menina-comendo-brigadeiro-na-panelaQuando eu e meus irmãos éramos crianças, houve um período em que meu pai consertou algumas armas de algumas pessoas. No princípio, ele ali com a arma toda desmontada, nos levava… – é, o termo é esse mesmo -, pois o que estava subentendido ao nos mostrar aquele mecanismo era na verdade ele nos levando a entender o poder de destruição daquele objeto. E para nós, criados entre plantas e pequenos animais (Tínhamos cachorro, pintinhos, porquinho-da-índia, codorna…), e muitos amiguinhos (Pessoas.)… Enfim, para nós que amávamos todos, era um disparate o matar alguém. Quando sozinhos em casa, não batia em nós em sequer tocar numa delas; e crescemos sem querer possuir uma. Nosso fogo era por um outro tipo de fogo, o do fogão. Onde o prazer maior em algo proibido, estava em preparar doces e depois comer de colher direto da panela. Crescemos sentindo gosto e prazer em reuniões em torno da mesa da cozinha. Ah sim! Essa aventura não queimou ninguém, pois tomávamos cuidado.

Mas como no filme, tragédias podem ocorrer. Pois criança é curiosa. E quando acontecem, o que pensar? Pegando o exemplo do filme. Sozinho em casa, ele improvisa uma escada – um banquinho em cima de uma cadeira -, para segurar a arma. Mas em ouvir alguém chegando, receoso e nervoso, ao tentar colocar a arma no lugar, caem ele e a arma. Ela ao cair, explode perto do rosto dele. Ferindo gravemente seus olhos.

Então, ainda nessa reflexão. O porque dele ter ficado assustado. Seria por saber que estava fazendo algo errado? Por conta disso, estaria temendo uma punição dos pais? Se for por ai, não seria melhor não ter uma arma em casa? Ou não a colocando-a à vista e em local alto? Sobre o filme, “Vermelho Como o Céu“, mais detalhes aqui.

Seguindo agora sobre o poder e fascínio em ser ter uma arma de fogo. Dela virar um apêndice da pessoa.

A princípio, a única lógica que eu vejo nessa posse está em tirar a vida de alguém. Pois ela mata. Mas tem quem cujo discurso é o de se defender. Mas mesmo antes de haver um ataque? De posse de uma arma, termina por relegar o instinto de defesa que nos é nato. O que pode ocasionar tragédias que poderiam ser evitadas. Creio que numa pesquisa, o grande percentual será que não foi acidental. Que houve negligência.

bowling-for-columbineO Documentário “Tiros em Columbine” traça um perfil muito maior na cultura dos Estados Unidos em relação às armas. Que para piorar, tendem a discriminar aqueles que não se saem vencedores. E quem mais sofre essa pressão são os que estão entrando na adolescência. Cabecinhas que deveriam conhecer outros valores.

Temos também em “O Senhor das Armas” a extensão do poderio da indústria bélica. Essa frase traduz isso: “Existem 550 milhões de armas no mundo. Ou seja, uma arma para cada 12 pessoas. Meu trabalho é fazer com que as outras 11 também tenham alguma arma nas mãos“. E no mundo real, não importa se são adultos ou crianças, desde que tenha quem pague por elas.

Se é uma questão cultural, independente da nação, porque não iniciar o desarmamento do mundo dentro da própria casa? Ainda mais se nelas há crianças. Afinal, nós humanos somos ou não seres racionais? Como numa reação em cadeia, quem sabe ela alcance as ruas, o bairro, a cidade…

Mas também há aqueles que recrutam crianças. Podemos ver no Documentário “Falcão – Meninos do Tráfico“. Como também em “Diamantes de Sangue“; esse eu ainda não vi. Mas já está na lista.

tartarugas-podem-voarUm tempinho atrás, eu recebi um agradecimento, em minha página no Orkut, por ter levado para uns fóruns o papel relevante da Princesa Diana em divulgar a ação da Campanha Internacional pela Proibição de Minas Terrestres (ICBL). E o farei novamente, tão logo assistir o “Tartarugas Podem Voar“. Pelo o que sei até agora, a tartaruga no título é uma alusão a essas minas terrestres. Eis uma sinopse desse filme: Crianças mutiladas ganham a vida desarmando minas terrestres que vendem a um intermediário, que, por sua vez, ganha a vida vendendo as minas à ONU. É essa a imagem da luta pela sobrevivência num campo de refugiados curdos pouco antes da invasão americana do Iraque.

the-blood-diamondAfinal, à elas, as crianças, nós adultos devemos sim transmitir valores éticos. E em suas mãos, um livro é a melhor ferramenta que devem receber. Um brinquedo, ou um instrumento musical também. Fora às armas de fogo!

Na esperança de um Mundo sem armas.
See You!
 
Por: Valéria Miguez (LELLA). (Em 22/08/08)

Um Sonho Dentro de Um Sonho (Slipstream. 2007)

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Os que sonham de dia são conscientes de muitas coisas que escapam aqueles que sonham apenas à noite. Tudo o que vemos não passa de um sonho dentro de um sonho.” (Edgar Allan Poe)

Antes, fui procurar pelo significado do título original: Splistream. O termo surgiu em 1989. O autor, Bruce Sterling, disse que é um tipo de linguagem que causa estranheza. Ela ultrapassa os limites dos gêneros convencionais. Nesse filme, há um mergulho na mente de uma pessoa. Onde outras pessoas entram junto com ele em sua própria Matrix. Como na canção do filme:

Um Sonho Dentro de Um Sonho‘ é daqueles filmes que vem como em peças de um quebra-cabeça para então chegar ao quadro final. Tal qual ‘Amnésia‘. Uma das peças está no comecinho: no que Bette (Fionnula Flanagan) diz a alguém num telefonema.

Com o final… Bem, fiquei pensando em como faria o texto. Se evitaria trazer spoilers, e com isso não tirar-lhes a surpresa. Acontece que o personagem principal, Felix Bonhoeffer (Anthony Hopkins), me motivou a falar mais… Então, fica o aviso: Se ainda não viu ‘Um Sonho Dentro de Um Sonho‘ pare por aqui. Assista, pois o filme vale muito a pena ser visto. Não apenas por essa nova linguagem, como também pelo prazer de ver Anthony Hopkins atuando. Ele, e outros mais como: Christian Slater (Ray), Michael Clarke Duncan (Mort)… Depois, venha trocar impressões.

Novamente: daqui em diante o texto poderá conter spoilers.

Dizem que na iminência de uma morte passa um filme na nossa cabeça. Sendo de fatos vivenciados, pode ser porque deixaram algo pendente. Algo como no filme ‘Ao Entardecer‘. Agora, o que passaria nessas horas pela mente sendo essa pessoa um Roteirista? Para alguém bem antenado, até com fatos históricos mais recentes, juntariam também as histórias criadas em seus Roteiros?

Fora a essa nova ferramenta, slipstream… Por conta da idade avançada do personagem poderia também ser visto como um início de senilidade. Digo isso sem nenhum preconceito, pois sei que muitos escritores continuam escrevendo numa velhice bem avançada. Como também que um período de bloqueio criativo até um muito mais jovem pode passar por isso. Usei o termo por não ser a minha praia doenças de fundo psíquico. Já que os personagens povoam seu sono, sonho, pensamentos… Até porque mesmo durante os sonhos há um momento já com alguma consciência do que está acontecendo ao redor, antes mesmo de estar plenamente acordado. Surreal ou não Felix está vendo todos eles…

Assim, alternando sonhos e realidade, Felix tenta dar uma sequência coerente ao seu mais recente trabalho. Continuar um Roteiro cuja montagem já estava em andamento. Agora, no real ou no que estava em sua mente? Qual parte estaria de fato acontecendo? Qual seria a trama principal? Quem são de fato os atores e a equipe de filmagem? Por que abreviou a morte do ator? Quem era de fato o autor do Roteiro abandonado? Que influência teria o novo Roteirista nesse contexto? Afinal, a história não era dele, ou melhor, não era fruto da imaginação de outra pessoa?

Agora, por que começariam a encenar uma história sem um roteiro pronto? O que nos leva a pensar na vida, na que estamos nela. Escrevendo a cada momento. Atuando, dirigindo. Ora, protagonista. Ora, coadjuvante; como por exemplo, quando estamos ajudando outras pessoas.

Essas são algumas das peças do quebra-cabeça. Com isso, deixa uma vontade de revê-lo, para desvendar todo o mistério. Ou não, já que o gênero não veio para deixar tudo certinho. E nesse nosso roteiro o the end virá quando a morte chegar.

Não deixem de ver. Um ótimo filme!

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Um Sonho Dentro de um Sonho (Slipstream). 2007. EUA. Direção e Roteiro: Anthony Hopkins. Elenco. Gênero: Comédia, Drama, Fantasia, Sci-Fi. Duração: 97 minutos.

Curta: Darkened Room (2002)

darkened-room_2002O real se presentifica, sempre. Nós burlamos seus efeitos sempre quando a realidade se apresenta insuportável. Mas e quando somos encurralados pelo real?

Encaixotados, encurralados, presos no real: Dor, desamparo, se fazem presentes imediatamente.

Importa o fato? Importa o acontecido?

O que fazemos com isso passa a ser mais importante, não?

Em minha visão, esse curta de Lynch diz exatamente isso: Não importa o que fizeram com você, importa o que você vai fazer com que fizeram contigo…

Tenso, mas REAL.

Muito bom, 8 minutos de duração. Curto, mas longo pra se pensar…

Por: Deusa Circe.

Darkened Room

Direção: David Lynch

Gênero: Existencialismo, Drama, Pânico

EUA -2002

Escritores da Liberdade (Freedom Writers. 2007)

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida…

Algumas pessoas acham que Diploma já é o topo. Creio que essas o exibe como um troféu na parede. Sei que a profissão de Professor não é muito valorizada pelos políticos atuais. Travando o idealismo de poucos para o engrandecimento de muitos. Quando a dificuldade não parte deles, vem do próprio Conselho de Ensino. Rígidos demais às regras. Ficando cegos à realidade local. Fechando as portas, numa mão única.

Eis que entre tantos, chegam um que faz toda a diferença. Um que sabe que mais do que ensinar o que está no livro oficial, quer preparar seus alunos para a vida. A esse que tem o magistério como o seu sacro-ofício cabe, de fato e de direito, o título de Mestre.

Falando nisso, há pouco tempo revi o “Ao Mestre com Carinho 2”. O primeiro, marcou minha pré-adolescência. Perdi as contas das vezes que vi; e em todas eu chorava. Esse segundo também me emocionou! Rever o ator Sidney Poitier é sempre um grato prazer! Talvez por isso, comecei a ver “Escritores da Liberdade” como se ele fosse uma versão feminina desse Grande Mestre. E me encantei com a Mestre desse!

Erin Gruwell (Hilary Swank) em vez de seguir a carreira de advocacia, algo trazido da infância por admirar o pai nas causas civis, vai ser professora. Num Colégio onde passou a receber alunos da periferia: os de baixa-renda. E uns que cumpriam uma liberdade condicional por crimes cometidos. Sendo assim, um colégio para lá de misto. Cheia de motivação, primeiro não recebe um apoio que esperava por conta da Diretora. Essa, descarrega toda a aversão por ter que receber esses alunos em seu santuário. Ela os despreza.

Depois, Erin se assusta com os seus alunos. Mas sua determinação a faz seguir em frente em sua odisséia. Seus alunos são como animais feridos. Reagem e agem num círculo viciante até por questão de sobrevivência. Não se tocando que o que tanto criticam no outro, fazem igual. A partir de uma caricatura que um dos alunos fez para ridicularizar um colega de classe negro, ressaltando os lábios, ela também cai na real. De que ali eles formam guetos. E começa a falar do Holocausto. Algo que só um deles sabia o que era.

Desde o início o filme prende a atenção. Não se sente o tempo passar. Acompanhamos numa torcida a cada um daqueles alunos que consigam quebrar a corrente do preconceito. Que hispanos, asiáticos, negros e um único “branco” sintam-se iguais. Ao tentar fazer com que leiam o “O Diário de Anne Frank”, a Diretora proíbe. Os livros do Acervo da escola não são para eles. Incrível, uma biblioteca proibida aos carentes; por temer que irão destruir. Por essa, e outros impedimentos mais, Erin resolve ter outros trabalhos; uma renda extra. Para dar aos seus alunos o que a escola nega. Então cada um deles constrói o seu próprio Diário.

A cada satisfação, a cada acesso obtido na mente de seus alunos, fazendo-os pensarem por si mesmo no quanto agiam errado, a cada pequeno sucesso deles, além das duchas-frias da Diretora que ela vai aprendendo a tirar de letra, Erin tem um abalo em seu casamento.

Esse filme veio pontuar algo que costumo reclamar. Para o meu contentamento, ele será um a mais na lista de grandes personagens femininas. Aqui, mostrando carreira e casamento de uma mulher. Algo bem real. Mas como também não tão irreal, o de um homem não segurar a barra em ver a esposa crescer, quer seja em sua profissão, quer seja no seu talento. Erin está radiante. Investindo em si mesma, até por conta de que está em seus planos, mais a frente, constituir família: filhos. O contrário do marido que já não tinha mais ambição alguma.

É um filme que tem muito para comentar, mas para não tirar mais a emoção que irão sentir, paro a história por aqui. Fica a certeza de que houve momentos que meu corpo arrepiou, noutros que não retive as lágrimas. Minhas faces ficaram umedecidas até o final do filme. Faço votos que os governantes assistam esse filme. Que invistam mais nesse Profissional. Heróis e Mentores para muitos.

Um filme que vale a pena ver e rever sempre! Nota 10 com louvor! Eu também gostei da trilha sonora!

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Escritores da Liberdade (Freedom Writers). 2007. Alemanha. Direção: Richard LaGravenese. Elenco: Hilary Swank, Patrick Dempsey, Scott Glenn, Imelda Staunton. Gênero: Drama. Classificação: 14 anos. Duração: 123 min.