Entrevista (Interview)

steve buscemi, sienna miller

Me Tarzan, You Jane!

Uau! Que filme! A princípio, somos apresentados a dois personagens que parecem que falam línguas diferentes, como também que vivem em mundos diferentes. Mas ambos moram em Nova Iorque. Que não deixa de ser uma selva, já que é pontuada com universos diferentes como os desses dois. E quem são eles? Como os caminhos deles se cruzaram?

Num pequeno resumo: Pierre Peders (Steve Buscemi) é um repórter que traz na bagagem os bastidores da política, dos políticos, como também os das guerras modernas. Katya (Sienna Milller) é uma jovem e linda atriz de filmes “B”, como também a estrela de uma Série de Tv.

Por conta de que um repórter do seu gabarito fora mandado entrevistar essa atriz? Irritado, tenta ainda convencer seu chefe que até pelo atraso de mais de uma hora da atriz poderiam cancelar a entrevista e ainda teria tempo de chegar a Washington. Por estarem às vésperas de um escândalo ser revelado. Ele queria estar lá e dando essa notícia. Ser ele o entrevistado. Durante essa cena, um lance com o celular, e que acrescido ao com a atriz, deixa claro o que que quebra as regras no mundo: notoriedade.

A chegada da atriz, aumenta ainda mais a sua insatisfação. Ela chega como a dona daquele pedaço, com todos os holofotes sobre si. Ela percebendo que ele nem fez questão de uma pequena pesquisa sobre sua vida, como também já não estava motivada a dar essa entrevista, também não esconde mais a insatisfação. Aceitara mesmo pelo jornal que ele representa. O que poderia ter sido até uma respeitosa troca de favores, vira um duelo verbal. Até que Katya toma a iniciativa e põe um fim aquela situação, com algo do tipo: “Vai se catar!

Mas por conta de um acidente de percurso, à saída do restaurante, em vez de cada um seguir o seu caminho, eis que o destino os colocam lado a lado. E essas duas feras feridas irão se despir numa longa jornada noite adentro. Agora, quem dali seria o entrevistado? Ou, quem seria o intelectual, o inteligente… A louraça seria mesmo uma patricinha? Sem neurônios?

E o final… Já estariam cicatrizados os seus ferimentos? Teria ficado como um acordo de cavaleiro? Houvera uma troca cujo interesse seria alguém para mais que desabafar, pudesse então entender o porque da vida que ambos levavam? Ou como um: “Ok! Aqui estamos nós desarmados, mas lá fora, não esqueça, sou, continuo marcando o meu território. Te pego fácil, no laço!

Acompanhamos esses dois, sem desgrudar os olhos. Dão um show de interpretação! Steve Buscemi que além de protagonista, dirige como um Grande Mestre. O filme se passa quase todo num único local e só com ele e ela. Ah sim, mais o diálogo que não deixa pedra sobre pedra… Uma produção independente classe A! Filmaço!

Fica a sugestão também para os estudantes de jornalismo, até por conta do motivo do “rebaixamento” do personagem. Por nos fazer lembrar de algo ocorrido num passado recente, e num grande jornal dos Estados Unidos.

Por: Valéria Miguez.

Entrevista (Interview). EUA. 2007. Direção: Steve Buscemi. Elenco: Steve Buscemi, Sienna Miller, Tara Elders, Molly Griffith, Jackson Loo, David Schecter. Gênero: Drama. Duração: 84 minutos.

Paris, eu te amo (Paris, je t’aime. 2006)

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Instantâneos de ilustres moradores se entrelaçando com anônimos numa Paris que não dorme. Nos convidando a conhecê-los!?? Gente que vive, trabalha, passeia. Com amor ou por um amor. Numa Paris que por ora uma metróple, noutras, a poucos passos surge como uma bucólica vila.

Gente que vivem uma paixão. Que sonha com um amor. Um amor que pode de repente cair aos seus pés. Ou por um que partiu para sempre. Um que fica esperando pela hora do reencontro – aquele olhar perdido da baby-sitter enquanto acalentava o bebê da patroa, arrepiou! Como também o tremor das mãos da para-médica segurando os cafés.

Nessa Paris que alucina até na visão de um casaco vermelho. Vermelho do sangue que corre nas veias. Ou mesmo como uma doce canção. Uma Paris multi-colorida. Quer seja durante o dia, quer seja à noite, ela pulsa em tons ora vibrantes, ora melancólicos, mas que reflete a luz do coração dessa gente. O episódio com os vampiros me fizeram lembrar dos livros da Anne Rice.

Onde os sentimentos, os medos, os anseios, as tristezas… ressurgem liberando a todos para um novo amanhecer. Para brindar o amor a vida. E como diz a canção “dançar com a música“. Pois a vida continua.

Amei o filme! Nota: 10.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Paris, eu te amo (Paris, je t’aime). 2006. França. 21 Curtas sobre a cidade de Paris. Gênero: Drama, Romance. Duração: 120 minutos. Elenco: Steve Buscemi, Miranda Richardson, Juliette Binoche, Willem Dafoe, Nick Nolte, Maggie Gyllenhaal, Bob Hoskins, Wes Craven, Emily Mortimer, Elijah Wood, Alexander Payne, Natalie Portman, Gérard Depardieu, Gena Rowlands, Catalina Sandino Moreno.

Diretores:
Olivier Assayas (segment “Quartier des Enfants Rouges”);
Frédéric Auburtin (“Quartier Latin”);
Gurinder Chadha (“Quais de Seine”);
Sylvain Chomet (“Tour Eiffel”);
Ethan Coen & Joel Coen (“Tuileries”);
Isabel Coixet (“Bastille”);
Wes Craven (“Père-Lachaise”);
Alfonso Cuarón (“Parc Monceau”);
Gérard Depardieu (“Quartier Latin”);
Christopher Doyle (“Porte de Choisy”);
Richard LaGravenese (“Pigalle”);
Vincenzo Natali (“Quartier de la Madeleine”);
Alexander Payne (“14th arrondissement”);
Bruno Podalydès (“Montmartre”);
Walter Salles (“Loin du 16ème”);
Oliver Schmitz (“Place des Fêtes”);
Nobuhiro Suwa (“Place des Victoires”);
Daniela Thomas (“Loin du 16ème”);
Tom Tykwer (“Faubourg Saint-Denis”);
Gus Van Sant (“Le Marais”).