Série de Tv: The Big Bang Theory

the-big-bang-theory_serie-de-tv_2007Algumas (muitas) pessoas costumam detonar um filme argumentando que têm clichês demais. Daí não deixo de ter uma curiosidade de se fariam então o mesmo com essa série já que em “The Big Bang Theory” há uma explosão deles. São mais que conceitos. É como a personificação e junção de cada um dos esteriótipos tão usados no Cinema. Basicamente em “The Big Bang Theory” temos um grupo de nerdsSheldon Cooper, Leonard Hofstadter, Howard Wolowitz e Rajesh Koothrappali – convivendo pacificamente com uma que seria a “loura” – Penny -, mas que no fundo tem inteligência bastante para lidar com eles. Onde a escolha dos atores assim como a caracterização de cada um foi mais que perfeita!

jim-parsons_como_sheldon-cooperComeço por aquele que deu vida a Sheldon, o ator Jim Parsons. Que o faz de um jeito que não dá para pensar em outro ator fazendo o Sheldon. Dizer que esse personagem é inteligente seria um eufemismo. Ele é um super dotado com uma mente brilhante no campo científico. Físico teórico com doutorado, trabalha na Universidade Caltech. Além disso possui outras particularidades. Manias bem sintomáticas que nele acaba unindo uma síndrome à outra. Como TOC (Transtorno obssessivo compulsivo) à Asperger, por exemplo. Uma outra mania é o pavor aos germes; de ser infectado. Também se ver inapto para dirigir automóveis. O que o leva a depender dos outros que possuem carros. Bem, dependência em termos! Já que Shelton no fundo vence porque assim se livrarão mais rapiamente dele. Como um meio de se sociabilizar usa o termo “Bazinga” para mostrar sua “emoção” a algo. Ficando para os demais interpretar o que de fato ele expressou com ela. Até porque para ele que interpreta tudo literalmente, e naturalmente, há diferenças significativas em seu comportamento. Outra de suas manias é ser totalmente avesso às mudanças. A performance de Jim Parsons é tão perfeita que nessa onda de dublarem tudo na televisão até bate um receio do dublador não captar também a mesma essência do Sheldon. Até o seu modo de bater à porta de sua vizinha: “Penny, Penny, Penny!

johnny-galecki_como_leonard-hofstadterCom Sheldon vai morar Leonard. Tão bem interpretado por Johnny Galecki. Esse é um nerd mais tranquilo e o mais sensato do grupo. O que até vem a calhar para aturar todos os tiques e manias de Sheldon. Do grupo, Leonard seria a ponte que levaria a todos para um mundo nada acadêmico. Mas é como ele ter um manual para uma vida bem social sem saber como colocar isso em prática. O que seria o seu lado sombra, já que profissionalmente sabe executar o que estava em teoria. Sua timidez não faz dele um líder. Para poder dividir o apartamento com Sheldon teve que passar por um extenso interrogatório. Mais que um acordo de uma agradável convivência, foi mesmo um contrato que teria que ser cumprido. Algo que levaria qualquer um a desistir. Denotando o quanto ele não se importa com bizarrices alheias. Alé de Penny, Leonard irá namorar a irmã de Raj, a Prya (Aarti Mann). Ele trabalha num dos Laboratórios da Caltech.

kunal-nayyar_como_raj-KoothrappaliNo prédio, mas em outro andar mora o indiano Raj. Uma ótima interpretação de Kunal Nayyar. Ele vive com o receio de ter que voltar à terra natal, e lá voltar a conviver novamente com os costumes locais. Ele não se ocidentalizou de todo, mas muito mais por ser extremamente tímido. Sem esquecer de aprendeu a amar Hambúrguer de carne de vaca. Mantém contato pela internet com os pais que moram na Índia, e que sonham ver os filhos Raj e Prya casados. Mas Raj só consegue dialogar com as mulheres quando bebe, e mesmo assim não sai muito bem nas conquistas. Aliás, foi por conta de um drinque criado por Penny que todos eles notaram que ele precisava desse “aditivo” para vencer a timidez. Raj também trabalha na Caltech.

raj_coquetel-grasshopperReceita do Coquetel Grasshopper,o favorito do Raj:
Ingredientes:
40 ml de vodka
20 ml de creme de menta
20 de creme de cacau branco.
Modo de preparo: Coloque todos os ingredientes em uma coqueteleira com gelo. Chacoalhe e depois verta o conteúdo em um copo de martini. Algumas pessoas acrescentam creme Chantilly à receita. (Fonte.)

simon-helberg_como_howardO quarto integrante desse grupo é Howard. Também fica difícil pensar em outro ator interpretando-o. Aplausos também para Simon Helberg. Dos quatro é o único que ainda mora com a mãe, e em outra parte de Pasadena. Não se sabe ao certo se ele foi agregado ao grugo por fazer parte do mesma universidade, a Caltech, ou pela paixão em comum aos quatro: historias em quadrinhos, star wars, jogos virtuais… Howard se acha um grande conquistador, mas fica mais na vontade. Dos quatro amigos é o único que não tem doutorado. Seu mestrado em engenharia vira piada para os outros três. Ele trabalha com Engenharia Espacial. Howard ainda é bem dominado pela mãe judia, fato esse que quem tentará cortar esse cordão umbilical será Bernadette (Melissa Rauch). Ela tem doutorado em Biologia, o que faz com que ele se sinta inferiorizado. Bernadette também terá um salário bem mais alto. Fato esse que deixará Howard em dúvida, pois seria como deixar de depender financeiramente da mãe e passar a depender da futura esposa. A questão maior é que ele não abre mão de gastar seu salário com seus hobbies e invenções. Aliás, as suas invenções são um show à parte. Howard também gosta de fazer mágicas.

apartamentos_the-big-bang-theorykaley-cuoco_como_pennyDesde a primeira Temporada temos a Penny, a “loura” da história. Outra grande interpretação dessa Série: Kaley Cuoco. Ela mora no apartamento frontal ao de Sheldon e Leonard. Penny veio morar na Califórnia para tentar uma carreira de atriz, mas enquanto não “acontece” é garçonete da lanchonete Cheesecake Factory, onde os quatros amigos vão lanchar num certo dia da semana. Consumidora, acaba deixando suas contas sempre no vermelho. Aliás esse seu orçamento acaba “enriquecendo” a trama. Além das compras, se endivida por emprestar dinheiro para seus namorados. Que aliás só namora caras fortes e nada inteligentes. O que dá um um tempero maior em sua vida, já que no lado profissional é decepcionante. Após ter um envolvimento com Leonard não vê mais graça nos de então. Ambos após terminarem o namoro volta e meia transam. No fundo ela é apaixonada por ele. Talvez por ele ser além de inteligente, é um cavalheiro. Algo tão diferente dos truculentos que cruzaram a sua vida amorosa. Sua cultura se baseia em saber tudo das celebridades. De todos é a única personagem sem sobrenome, o que deixa a ideia de que o motivo irá aparecer mais tarde. E Penny é então a ponte entre os nerds e a vida social.

mayim-bialik_como_amy-farrah-fowlerMas a Série não ficou só em “meninos” nerd, trouxeram uma “menina”. Que não é a Bernadette, já que essa faz a mulher moderna: inteligente, que trabalha fora, e desencanada até com o fato de deixar as tarefas domésticas para o marido. A entrada dessa jovem nerd veio para abalar outra estrutura. Pois é! Se Penny já fazia Sheldon estremecer até por sua casa está quase sempre bagunçada, suas discussões se tornam um drama menor com a entrada de Amy Farrah Fowler (Mayim Bialik) na vida dele. Sem o conhecimento desse, Howard e Raj o inscrevem em um programa de encontros pela internet na busca de um par perfeito para Sheldon e terminam encontrando a Amy. Ela é uma neurocientista. Levando todos a verem-na como uma versão feminina do Sheldon. Sheldon e Amy então começam uma amizade. Até porque namorar não está nos planos dele. Ele se dedica mesmo a carreira profissional, como também a uma premiação maior: o Nobel de Física. Amy acaba se apaixonando perdidamente por ele. Como também aceita ter um falso namoro porque a ajudaria a dar uma satisfação a pressão que sofre da própria família por sua solteirice. Para alguém que diz ser desprovido de sentimentos, o arrojo de Amy vira um grande pesadelo para Sheldon. Mas que até por sua curiosidade científica ele aos poucos acaba deixando-a avançar nesse terreno. A convivência com Penny e Bernadette levará Amy a se preocupar mais com a aparência. Ficar mais feminina.

sheldon-socorre-pennyAgora, o grande contraponto de Sheldon é mesmo Penny. Quando juntos, Sheldon e Penny, roubam a cena. Desde ele batendo incessantemente na porta do apartamento dela, até em situações onde ele a leva a um hospital, por exemplo. É o 8º Episódio da 3ª Temporada. Se reprisarem, assistam. É hilário! Deixo aqui parte do diálogo já na sala de espera do hospital:
_ De acordo com a enfermeira inexplicavelmente irritada, será atendida após o homem alegando ataque cardíaco. Mas bem o suficiente para jogar doodle jump no iphone. Temos que preencher isso. Descreva a doença ou ferimento.
_ Desloquei meu ombro.
_ Certo. E como o acidente ocorreu?
_ Já sabe como foi.
_ Causa do acidente? Ausência de adesivos de patos. Histórico médico. Já foi diagnosticada com diabetes?
_ Não.
_ Doenças renais?
_ Não.
_ Enxaqueca?
_ Começando a ter.
_ Está grávida?
_ Não.
_ Tem certeza? Está meio gordinha.
_ Mude enxaqueca para sim.
_ Quando foi sua última menstruação?
_ Próxima pergunta.
_ Vou colocar “em andamento”. Passando para transtornos psicológicos. Liste os sintomas recorrentes, ex: depressão, ansiedade, etc…
_ O que isso tudo tem a ver com meu ombro, estúpido?
_ Ocorrência de raiva psicótica.
_ Idiota.
_ Possível síndrome de Tourette. Verrugas, lesões, ou outras doenças de pele? Tatuagem de sopa na nádega direita.”

kevin-sussman-como-stuartAinda há mais um outro personagem nerd ligado aos demais justamente por trabalhar no local onde os quatro amigos vão muitos: a loja de revistas em quadrinhos. Ele é Stuart (Kevin Sussman). Também é do time dos tímidos como os dos enamorados por Penny. O que deixa Leonard com ciúmes. Por ser ele “um igual”. Stuart é outro aficcionado pelas HQ. Promovendo sempre eventos onde os clientes podem ir com fantasias de seus super heróis preferidos.

Os quatro amigos – Sheldon Cooper, Leonard Hofstadter, Howard Wolowitz e Rajesh Koothrappali -, se dão o direito de zoarem entre si. Até como um jeito de vencerem as barreiras dos preconceitos que sofrem. Ante a um olhar reprovador pelo ângulo politicamente correto, é bom lembrar de um outro grupo bem heterodoxo que também zoavam entre si, no filme “Quinteto Irreverente“. Só para citar um exemplo fora do mundo dos nerds. E é válido também como um “tratamento de choque” para enfrentarem seus piores pesadelos. Como também a história deles mostra que o bullying também se de na própria casa. Onde o trauma perdura com mais força.

the-big-bang-theory_jogos-e-fantasiasEu compro o que a infância sonhou!

Pois é! Todos eles seguem essa máxima. Com o salário na fase adullta eles compram tudo o que desejaram em criança. O que de certa forma não pode ser visto como “síndrome de Peter Pan”. No caso deles pesa o fato que dentro dessa fantasia, se sentem fortes. Se veem como super heróis. Mas sendo eu leiga no campo psico, deixo como sugestão de estudos aos profissionais dessa área. E mais! Excentuando a Penny, que pouco se sabe do seu passado, os quatros amigos tiveram, ou melhor, não receberam carinho e respeito de suas mães. Onde ainda ficam intimidados diante elas.

the-big-bang-theory_a-sexuaidadeMesmo com tanta bagagem cultural excetuando a Penny, todos os demais estão engatinhando na vida sexual. Como também na descoberta da própria sexualidade. Com isso a Série vai deixando no ar até a dúvida de alguns personagens acerca de suas preferências sexuais. Como Raj, por exemplo, que tende às vezes para a homossexualidade. No caso de Amy, ela parece ser bissexual: está apaixonada por Sheldon ao mesmo tempo que sente uma grande atração por Penny. Tesão mesmo. A Série não explicita esses lances, talvez para não bater de frente com os Censores Oficiais. Por outro lado, não mostrando tudo de vez dá vida longa a “The Big Bang Theory”.

The Big Bang Theory” uma criação de Chuck Lorre e Bill Prady teve início em 2007. Com seis Temporadas completas, entrando já na sétima. O que tem deixado a nós, fãs da Série, alegres e na torcida por uma vida bem mais longa. No Brasil é exibida pelo canal Warner.

Então é isso! Uma Série muito engraçada! De se ver e rever. Nota 10!

jargao-do-sheldonPor: Valéria Miguez (LELLA).

Dias Incríveis (Old School. 2003)

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Como eu gostaria de iniciar o comentário sobre esse filme com essa frase: “Meninas, esse é um filme para meninos!”, mas iria parecer uma discriminação; ou até que fosse um aviso para não assistir. Na verdade é um desabafo. Para quem já leu meus textos, pode ver que cito que há muito mais filmes mostrando o universo masculino (E esse, é mais um.). Antes que alguém diga que é óbvio, estou sim registrando o meu queixume: que os roteiristas também poderiam olhar um pouco mais para o nosso lado. Pois também temos (Aqui sendo sobre universo feminino.) histórias interessantes; que não somos apenas objeto sexual… (ou peitos & bundas).

Focando nesse filme…
Há nos Estados Unidos uma forte ligação (Fugiu um outro termo.) com as Fraternidades Estudantis. Como também, muito mais filmes focando os rapazes nessas irmandades; centralizando neles as histórias. E, esse é mais um deles. Daí, me desliguei e comecei a assisti-lo como um sessão-da-tarde. Fiquei surpresa! Embora com um tema tão comum, ele nos leva a uma divertida distração.

Ele traça um curto período onde três amigos (Desde o colegial) se reúnem para uma “despedida”. Um revival: lembranças de quando curtiam a vida adoidado. Pois é! Nesse embalo meio que alucinante, revivendo, ou melhor, vivenciando os prazeres de outrora, acabam por fazerem um balanço na vida atual, e com isso decidirem com qual “bagagem” seguirão adiante com eles. Aqui, eles estão com 30 anos. Como também há por lá, nos Estados Unidos, pesar a chegada dos 40 anos para o homem, pode ser que venham com uma continuação. Ou não, caso a “crise” tenha baixado mesmo para os 30.

Ah, abrindo um parêntese. Em “Beleza Americana” (American Beauty), temos um belo filme retratando essa fase. E se quiserem rir, assistam “Amigos, Sempre Amigos” (City Slickers, 1991), com Billy Crystal. (Não torçam o nariz para esse ator; não nesse filme. Ele faz um cara de “39 anos” – hilário!)

Dias Incríveis“ nos leva a outros filmes, sim. Em algumas cenas, isso é bem explícito. Uma delas, com uma cena de “A Primeira Noite de um Homem” (The Graduate) – muito bom! Diferente do que eu citei ao falar de “Duplex“, quando cenas que nos remete a outros filmes incomodava, aqui não. E por conta dos atores. Houve uma química entre eles. Embora cada um com uma personalidade distinta, há um entrosamento.

O filme começa com o que seria (Ou é!) o mais “certinho” dos três: Mitch (Luke Wilson). Ele com pressa de chegar em casa para encontrar-se com sua jovem e amada esposa (Uma Juliette Lewis, loira!?), até leva um ursinho de pelúcia, ao chegar em casa é pego numa surpresa que o leva inclusive a repensar em seu comportamento até então.

Durante o percurso até a sua casa duas cenas nos mostra a sua preocupação com a segurança: a própria e a alheia. Claro que com estereótipos. Uma, para quem já se viu barrado num detector de metais, ou até já presenciou quem foi, vai rir com o exagero (Sei de um casal, onde o cara passou tranqüilo, mesmo tendo uma torneira de metal dentro da mochila. E a mulher, se viu barrada por causa de um chaveirinho.). A outra, que quando reivindicamos algo sério e elementar, somos taxados pejorativamente. Na cena em questão, com um taxista. Eu, que já sofri num acidente de carro, e por conta de um taxista ter avançado o semáforo, gostei do exacerbo dessa cena. Não sou uma sem noção quando é a minha saúde e vida que estão em jogo.

Então ele sai de casa e aluga uma casa no… Esperem! Voltando um pouquinho para a entrada maior dos dois amigos, e que acontece no casamento de um deles: Frank (Will Ferrel) e Beanie (Vince Vaughn). Até esse casamento confesso que não prestei atenção ao fundo musical. Logo só posso garantir que a partir daí os temas musicais participam do filme. E que foram muito bem escolhidas.

E onde estaria, ou entraria a tal fraternidade estudantil, não é mesmo? É que ele, o Mitch, aluga uma casa no Campus. E para os outros dois aquilo caiu do céu! Onde resolvem curtir esse revival…

Mas… Tem sempre um mas! Farras dentro do campo universitário há que pintar um Reitor. E esse também foi um ex-colega de colégio dos três. Agora, era aquele que sofria com a zoa dos demais. Vai daí, que vê a sua chance de dar o troco.

Bem, já falei demais. Vou deixar que descubram além desses dois mais o Reitor os que irão compor essa irmandade. Porque eles fundam uma nova Fraternidade.

Em tempo! Gostaria de destacar uma canção nesse filme: “Dust in the wind”. Ela é linda!
Não se agarre, nada dura para sempre…
Tudo o que somos, poeira ao vento.”

Enfim, peguem a pipoca e boa diversão! Nota: 09.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Dias Incríveis (Old School). 2003. EUA. Direção: Todd Phillips Com: Luke Wilson, Will Ferrell, Vince Vaughn, Julliete Lewis. Gênero: Comédia. Duração: 91 minutos.