A Psicologia por Trás do Homem-Aranha. Desse pequeno grande herói.

Por Charles Alberto Resende.

No filme ‘O espetacular Homem-Aranha’, Peter Parker ajuda o cientista Curt Connors a elucidar sequência lógica incompleta há anos.

A trilogia do Homem-Aranha, de Sam Raimi, assim como a nova série “O Espetacular Homem-Aranha”, tratam do processo de amadurecimento de Peter Parker, e também da nossa individuação, enquanto heróis da nossa própria vida. O primeiro filme trata da ferida que dá origem ao herói: a culpa pela morte do tio Ben. O segundo sobre a dúvida se ele deve continuar sendo um herói ou não. O terceiro resolve essa dúvida, pois Peter se identifica com seu papel de herói, o que constela sua sombra: Venon, que terá de confrontar para o bem de sua integridade psíquica. A nova série já desloca a ferida do herói para o abandono dos pais, fato que irá repercutir em todos os filmes, principalmente na insegurança e no sentimento de exclusão de Peter. Uma análise mais completa dessa série só será possível ao seu término, para se encadear um filme ao outro e se detectar para onde a aventura está caminhando.

peter-parker_homem-aranhaPeter, psicologicamente, é um pensador, mas tem que lidar com seus sentimentos, conteúdos opostos às ideias. Enquanto aranha, ele “balança” de um oposto psíquico para outro, a fim de alcançar a condição humana de equilíbrio, sem se identificar com um ou outro, uma vez que ambos fazem parte da vida e da psique. O azul associa-se à tranquilidade, à pureza, à exatidão, ao frio, à imaterialidade e à espiritualidade. O vermelho, se liga à vida, aos instintos, à vigilância, à inquietude. Identificar-se com um deles, sejam eles quais forem, é querer tornar-se um deus, resolver tudo com uma fórmula só, como num “passe de mágica”, o que nos torna impiedosos para com aqueles que se identificam com o lado oposto. Isso é bem ilustrado no Homem-Aranha 3, na forma como é cruel com Mary Jane e seu amigo. Por isso a aranha, que possui oito patas, faz uma mandala no peito do herói, um símbolo de totalidade, de abrangência dos opostos.

O que ajuda Parker a resistir à tentação a se tornar uma espécie de deus é já ter estado do “outro lado”, já ter sido um fraco, e por isso conhece o valor da força. Ele sofria bullying na faculdade, e é provável que sofrera também nos estágios escolares anteriores. Mas é justamente essa vivência que o impede de cair na tentação do poder, e usá-lo contra os demais. Sua sombra é o herói, o homem poderoso, e sua tarefa é integrá-la à sua vida e tornar-se um homem íntegro.

mary-janeNo primeiro filme, Peter assume a persona de herói, simbolizada pelo uniforme, e se identifica com ela. No segundo, sente necessidade de reprimir a vida de herói, pois acabou deixando outras necessidades de lado, como a paixão por Mary Jane. Por isso perde seus poderes e fica novamente míope. Mas a chave para saber lidar com a vida de herói e com as necessidades humanas é a disciplina, e não a repressão. Esta é usada devido ao medo de usar compulsivamente seus poderes. Isso só ocorre quando não se está consciente de possuir as qualidades opostas, devido à repressão de uma das polaridades. Porém, o Aranha só vai descobrir isso no 3º filme, quando descobre o quanto pode ser mau.

homem-aranha_os-vilõesOs vilões que o Aranha enfrenta representam obstáculos em sua psique que ele precisa superar. Todos eles podem ser classificados em duas categorias: ou são cientistas, ou são objeto/produtos de estudo científico avançado. De alguma forma estão relacionados à atividade intelectual, e acabam por sucumbir ao poder. Os vilões dos dois primeiros filmes e de “O Espetacular Homem-Aranha” são admiradores da performance intelectual de Peter, como que denunciando o perigo de se fixar apenas em uma função ou qualidade psíquica. As quatro funções psíquicas (pensamento e sentimento, sensação e intuição) são formas de orientação da consciência para adaptação à vida. Elas formam pares em oposição, e não podem se desenvolver sem prejuízo da função oposta, pois uma interfere no funcionamento da outra. Por isso, quando o sentimento se desenvolve, a função intelectual não progride, e vice-versa. As funções que não progridem. alcançam uma feição inferior, primitiva. Caem totalmente ou em parte no inconsciente e a partir daí operam através do indivíduo de forma involuntária, podendo ocasionar acidentes e todo tipo de erro. Isso está explicado de maneira mais extensa na monografia “A intuição e a sensação em dependentes de droga na perspectiva da psicologia analítica”, onde os opostos intuição e sensação são explicados com mais propriedade. Como Peter desenvolveu mais a função pensamento, e é do tipo psicológico intelectual, mas ao mesmo tempo sente necessidade de evoluir seu sentimento, pois percebe que não consegue lidar muito bem com pessoas caras em sua vida. Harry e Marko parecem ser do tipo sentimento, e são os únicos vilões que Peter perdoa.  

Já os demais (Norman, Otto, Curt e Max) morrem no final, pois representam justamente o uso excessivo do intelecto que precisa findar na vida de Peter. É como se estes fossem personificações de sua função intelectual que precisava de maior objetivação para que ele pudesse percebê-la melhor para se aproximar mais da função oposta.

A título de conclusão, é pertinente fazer um paralelo das aventuras do Homem-Aranha com a estrutura das sagas dos heróis em geral. O herói quase sempre é engolido pelo monstro na batalha decisiva, o que ocorre com Peter quando é “engolido” pelo Simbionte, que toma seu corpo com o traje negro. Isso ocorre com Jonas, na Bíblia. É no interior da baleia que este começa a ajustar contas com ela, que nada na direção do nascer do sol (JUNG, 1991d, §160). No caso, o Aranha ajustou contas com a sombra coletiva na igreja, e depois ao explodi-la, quando o sol desponta. Só então Peter perdoa o Homem-Areia, uma alusão ao seu renascimento.

(Leia mais a respeito: “A sombra do Homem-Aranha“)
Por Charles Alberto Resende.

Um Plano Simples (A Simple Plan. 1998)

um-plano-simples_1998_capaDecidi assisti a todos os filmes de Sam Raimi; não que eu pense que se trate de um diretor excepcional, mas tem algo nele que eu gosto: ele não faz do cinema um momento de contos de fadas (o final desse filme deixa claro a que me refiro). O quanto de metáfora isso possa significar, a saber. De saída, um filme que se pretende simples já demonstra ser complicado. Porém, nem por isso o diretor precisa complicar as coisas. Neste sentido, Sam Raimi está de parabéns. Não dificultou o contexto e nem coloriu com fantasias todo o plano, ou melhor, o longa. Aliás, as cores do filme são duas: o branco da neve e o preto dos corvos. No entanto, não é por isso que o filme não se apresenta colorido.

O branco da neve é uma constância nos 121 minutos de longa-metragem. Cenário gélido, relações gélidas. Tudo é muito gelado no filme. Tanto a relação de Hank Mitchell (Bill Paxton) com seu irmão Jacob Mitchell (Billy Bob Thornton, de Vida Bandida), quanto sua relação com sua esposa grávida Sarah Mitchell (Bridget Fonda) são congelantes, mesmo quando os ímpetos violentos comparecem. Na verdade, Hank Mitchell é o branco da neve (não confundir com Branca de Neve 😛 ).

um-plano-simples_1998_01Em contrapartida, há de se lembrar do preto dos corvos. O corvo já foi fonte de inspiração para Edgar Allan Poe, e é preciso reconhecer que o escritor não se engana em eleger como sua musa esse pássaro que anuncia a morte; afinal, “é apenas uma visita que pede entrada na porta” (…). No filme, o corvo não é tão facilmente identificável. Tende-se a pensar que são as pessoas mortas ou as mortes que batem na porta de entrada; mas, a morte, ou melhor, o corvo, isto é, o preto dos corvos, é o dinheiro.

Aqui é necessário rebobinar a fita e falar um pouco do que se trata o filme: Hank, Jacob e Lou (Brent Briscoe), em uma reserva florestal, encontram um avião abandonado, piloto morto e uma sacola contendo 4,4 milhões de dólares. Ou seja, 4,4 milhões de “problemas” em uma sacola. O corvo à espreita sabe que os três, por maior que seja a deliberação, vão decidir ficar com o dinheiro. Pois se 4,4 milhões é sinônimo de problemas, então é sinônimo de soluções, também. O que pesa mais: problemas ou soluções? Eis o plano simples proposto por Hank Mitchell, o branco da neve, “quando a neve passar, a primavera chegar e ninguém reclamar da falta do dinheiro, então o dividiremos em três partes iguais. Até lá a soma ficará comigo”, não é literal, mas a ideia é essa. A partir desse momento, o branco e o preto se misturam. E a raposa? Bom, esta já capturou sua parte há muito tempo.

Por: Deusa Circe.

Um Plano Simples – A Simple Plan

Direção: Sam Raimi

Gênero: Drama, Suspense

EUA – 1998

Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2. 2004)

spider_man_2

Aviso: Caso ainda não tenha assistido ao filme, o texto a seguir contém spoilers.

Quando saí do cinema tive a sensação de ter assistido um ótimo… episódio de um seriado de tv. Parece que eles pegaram um capítulo de uma série de 50 minutos e esticaram por duas horas usando toda a sorte de truques possíveis.

Homem-Aranha 2 é muito superestimado. É o que me vêm à cabeça quando penso nesse filme. Eu me lembro da época, ficava procurando alguma crítica que não necessariamente dissesse que ele era ruim (até porque não é) mas, em vez de só enaltecer as suas qualidades, reconhecesse também os seus defeitos, e olha que alguns são primários.

peter-parker-in-spider-man2

Bom, o longa continua acompanhando a vida de Peter Parker após os eventos do primeiro filme. Agora morando sozinho, ele está mais azarado do que nunca nos dois empregos, mal consegue falar com Mary Jane, não consegue controlar o ódio de Harry pela morte do pai, e os estudos estão péssimos. Tudo pelo stress de sua vida dupla como Homem-Aranha. Existe principalmente, até mais do que no primeiro filme, uma tendência desde a primeira cena a focar a história na relação entre Peter e Mary Jane, o que é um equívoco, pois joga o filme no nicho dos romances lugar-comum. Afinal, Peter idealiza a Mary Jane (não é bem a Mary Jane) e não convence que realmente gosta da pessoa dela. Ao menos, a mim não convenceu…

O melhor do filme é mesmo Sam Raimi mostrando que sabe dirigir drama. A rotina estafante de Peter não cansa o público, pelo contrário.

dr-octopus-in-spider-man2

Por outro lado a trama da origem do Dr. Octopus é completamente largada no meio do filme. O Alfred Molina pode ser um ótimo ator, as cenas de ação podem ser fodas, mas não dá comparar em importância na vida do Peter (e esse é justamente o filme que mais foca no seu lado pessoal) o Duende Verde com ele. Primeiro ponto fraco do roteiro é não conseguir amarrar bem as ações do Octopus na trama.

Mas a verdadeira escorregada começa quando o herói perde os poderes. Tá certo que ele perde gradativamente, mas haja abstração do público pra entender como funciona a biologia do Homem-Aranha.

Mas isso logo é esquecido por aquela belíssima sequência com o Tio Ben no carro, extremamente simbólica.

As cenas de Peter voltando ao “normal” são ótimas. Como o primeiro filme já tinha visitado toda a fase clássica e procurado transformar numa história de começo, meio e fim pra um longa, o segundo recuou um pouco pra aproveitar o que tinha sido pulado, como fica claro na antológica cena do uniforme na lata do lixo.

Também é muito positivo a forma como Peter vai percebendo que tem que ser o Homem-Aranha, como na cena do incêndio.

É interessante como a única trama que anda nesse momento é a do Peter. Mary Jane tá cuidando do enxoval, Harry tá bêbado em algum lugar e o Dr. Octopus só vai reaparecer como capanga desse último. O universo do Aranha nunca apareceu tão pobre diante da excelente caracterização do protagonista.

ben-and-may-parker-in-spider-man-2

Mesmo assim, mais um vez o filme dá uma bela guinada quando Peter revela a Tia May como o Tio Ben morreu. Essa é A cena do filme! O jeito como ela se levanta quando ele vai segurar sua mão é de partir o coração. A cena é tão boa que em nenhum momento Peter precisou mencionar o Homem-Aranha.

Logo vem outro ótimo momento, quando a Tia May diz a Peter com uma naturalidade comovente o que é um verdadeiro herói. Tia May está pra Homem-Aranha 2 como o Tio Ben pro Homem-Aranha 1. Fantástica!

Infelizmente, a seguir a coisa degringola.

A cena de Peter conversando com Mary Jane no restaurante quando Octopus ataca é um ótimo comercial de carro, mas esquisita demais nesse longa. Pior é o jeito ridículo como Peter sai dos escombros já com os poderes de volta num estalo. Isso depois dele sofrer a perda dos mesmos bem lentamente.

spider-man2_train

Então, mais uma vez, temos um ponto alto pra compensar o furo anterior. A luta no trem é incrível mesmo. E a na sequência, o jeito como o Aranha para o trem é extraordinária. Só que ele ser visto logo depois por meio mundo não é exatamente a idéia mais bem bolada possível. É o tipo ame ou odeie.

O que realmente odiei é o que vem depois.

Aquele final é bizarro. Quando você ainda está se acostumando com a idéia de que tanta gente viu o Homem-Aranha sem máscara, o Dr. Octopus o deixa à mercê do filho de seu inimigo… e Harry Osborn desmascara o Homem-Aranha de novo! E do jeito mais clichê possível!

Daí na sequência vai Peter salvar Mary Jane, que foi gratuitamente sequestrada pelo vilão e, para convencer Octopus a impedir a explosão de uma bomba para destruir Nova York, Peter… TIRA A MÁSCARA OUTRA VEZ! Eu, que me emocionei nas cenas com a Tia May e vendo o Aranha se arrebentando pra parar o trem, tive uma súbita vontade de levantar e ir embora do cinema!

O pior de tudo não é ele perder a máscara três vezes seguidas! A essa altura o que eu me perguntava era porque diabos eles deram ao trabalho de fazer ele RECOLOCAR A MÁSCARA PRA PERDÊ-LA AUTOMATICAMENTE NA CENA SEGUINTE!

Na sequência, enquanto Dr. Octopus dá razão a Peter após conversar com seus tentáculos… Ops! CONVERSAR COM OS TENTÁCULOS? De ONDE tiraram uma idéia tão cretina, Meu Deus? O que o bom doutor diria pra alguém que o estivesse incomodando? Em vez de “Fala com a minha mão”, “Fala com o meu tentáculo”? kkkk

Bom, pra acelerar as bizarrices e chegarmos logo ao fim…

O Dr. Octopus se sacrifica pra salvar a cidade. Peter salva Mary Jane, que descobre sua identidade secreta ao vê-lo sem máscara.. .ela e a torcida do Flamengo! Essa cena da revelação é TÃO sem sal… num comparativo ela não tem um pingo da sutileza da revelação de Bruce a Rachel em Batman Begins, que é um clichê, mas bem-feito e não jogado de qualquer jeito como aqui. A seguir tem um momento visualmente bonito da conversa entre Peter e Mary Jane.

E depois de não terem feito nada de útil o filme inteiro…

mary-jane-in-spider-man2

Na última hora Harry descobre o legado do Duende Verde. Mary Jane “recebe” Julia Roberts e sai correndo da igreja largando o filho de Jameson no altar para ir atrás de Peter. Essa parte é tão atroz que vendo ela correndo eu tive a nítida impressão que o Peter estava prestes a embarcar num avião pra bem longe… Mas lá estava Peter Parker, sentado no seu apartamentinho… mais broxante impossível! hehehehe!!!

O roteiro desse filme não consegue criar uma história bem amarrada, com começo, meio e fim como o anterior. O que se vê aqui caberia melhor numa série de tv. Outro erro é não pensar a longo prazo, o que ajudou a prejudicar a franquia como um todo.

Se Norman, além da fórmula do Duende, precisava de uma armadura pra enfrentar o Aranha no primeiro filme, como o Dr. Octopus pode sair na porrada com o Escalador de Paredes se ele só tem tentáculos acoplados ao corpo e não super-força e muito menos proteção? Raimi peca pelo exagero em ambos, mas no caso de Octopus beira a inverossimilhança, já que vai contra a lógica criada pelo próprio diretor.

E se em vez do síndico e de sua filha, não seria melhor que quem ocupasse esse espaço fossem o Capitão Stacy e Gwen, assim já apresentando-os ao público? Mas não, eles acabaram sendo jogados no 3, que acabou sendo um filme ainda mais equivocado do que esse…

Quando o Octopus mata a equipe de cirurgia. Essa cena fez referência ao cinema de terror, tem momentos em que só aparecem as sombras dos tentáculos, sem falar da serra elétrica. O Sam Raimi está habituado com isso, desde os tempos de Uma Noite Alucinante. Mas eu fiquei meio frustrado de no fim o vilão ser a inteligência artificial dos braços e não o próprio Octavius.

Continuo achando o primeiro filme melhor do que esse.

O filme 3 só é bom naquelas propagandas compradas que passavam na tv quando o filme estava em exibição no cinema. Era um negócio tão exagerado que estava na cara que era pra melhorar a imagem do filme.

harry-osborn-in-spider-man2Quanto ao 2 continuo achando que exatamente a bela caracterização do Peter Parker/Homem-Aranha deixa mais nítido o quanto o universo dele foi pobremente adaptado no cinema. Nesse filme Harry fica bêbado metade do tempo, Mary Jane fala com o Peter como se fosse a Gwen Stacy (por que não usaram a Gwen logo então?) e Tia May e Jameson são os únicos coadjuvantes que aparecem bem desenvolvidos. O filho do Jameson está fazendo o que nessa história, meu Deus? Até o Octopus querendo fazer um aparelhão de fusão nuclear que destruiria a cidade parece mais assunto pra um episódio de uma série do que de um longa-metragem. E não podemos esquecer da brilhante participação do mordomo de Harry Osborn… que aparece em UMA CENA em HA 2 e no HA 3 resolve tudo! rsrs

Por: Guilherme Cunha.   Blog: Panorama Imaginário.

Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2). 2004. EUA. Direção: Sam Raimi. Elenco: Tobey Maguire (Peter Parker / Homem-Aranha), Kirsten Dunst (Mary Jane Watson), Alfred Molina (Otto Octavius / Dr. Octopus), James Franco (Harry Osborn), Elizabeth Banks (Betty Brant), Bruce Campbell (Snooty Usher), Rosemary Harris (Tia May), J.K. Simmons (J.J. Jameson), Vanessa Ferlito (Louise), Ted Raimi (Hoffman), Dylan Baker (Dr. Curt Connors), Joanne Baron (Jane Brown), Daniel Gillies (John Jameson), Donna Murphy (Rosalie Octavius), Willem Dafoe (Norman Osborn). Gênero: Ação, Aventura, Crime, Sci-Fi, Thriller. Duração: 127 minutos. Baseado em estória de Miles Millar, Alfred Gough e Michael Chabon e nos personagens criados por Steve Ditko e Stan Lee.