Mulher Nota 1000 (Weird Science. 1985)

mulher-nota-mil_1985Por Francisco Bandeira.
John Hughes e seus estereótipos, a desconstrução dos mesmos e o uso disso para dar sacadas brilhantes ao roteiro quase sempre cheio de furos. E talvez sejam suas imperfeições que tornem seus filmes tão divertidos, sinceros, nostálgicos e adoráveis.

Ilan Mitchell-Smith, Robert Downey Jr. e Anthony Michael Hall

Ilan Mitchell-Smith, Robert Downey Jr. e Anthony Michael Hall

O cineasta aqui cria quase que uma espécie de Frankestein versão femme fatale, para mostrar que não importa qual rótulo a sociedade lhe dá, se você é popular ou nerd, todos nós temos a nossa MULHER IDEAL.

Mulher Nota 1000” está longe de ser um dos melhores dessa safra, mas é inegavelmente um dos mais divertidos da década de 80 e um dos trabalhos mais simples de John Hughes, onde o mesmo mostra um entendimento único daquela geração.

Mulher Nota 1000 (Weird Science. 1985). Ficha Técnica: pagina no IMDb.

Curiosidade: Trilha Sonora do grupo Oingo Boingo.

No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow. 2014)

no-limite-do-amanha_2014Por Marcos Vieira.
Você já viu No Limite do Amanhã muitas vezes, mas graças a um roteiro relativamente inteligente, uma direção um tanto ousada e a típica dedicação de Tom Cruise, vale a pena ver de novo. Adicione a isso ótimas sequências de ação, um pouco de humor negro (ótimo filme pra quem quiser ver Tom Cruise sendo friamente executado repetidas vezes) e um ritmo bem acelerado, que nunca deixa o filme cair na mesmice.

emily-blunt_no-limite-do-amanhaEssa última característica é bem relevante dada a premissa básica da história: no momento decisivo de uma terrível guerra entre a humanidade e uma raça de alienígenas invasores de mundos (clichê, -1 ponto), um arrogante e covarde publicitário do exército é jogado no fronte desse conflito e passa a reviver o mesmo dia repetidas vezes (clichê, -1). Nesse dia decisivo, a humanidade é completamente derrotada. Essa poderia ser a história dele tentando convencer as pessoas ao seu redor do que vai acontecer, mas essa parte passa rapidamente (clichê evitado, +1) e logo ele entra em contato com uma poderosa aliada: a respeitada e famosa heroína de guerra interpretada por Emily Blunt, uma mulher forte, decidida e marcada pelo conflito (clichê evitado, +1). Até aqui, nada realmente novo, mas é na dinâmica da narrativa que temos as novidades. Ao invés de focar nas diferentes versões dos mesmos acontecimentos do dia, a narrativa mostra apenas as diferenças relevantes para o avanço da história e vai cuidadosamente mostrando momentos que não haviam sido mostrados no dia original (clichê evitado, +1). Isso ajuda a história a manter um bom ritmo e mantém o espectador interessado no que vai acontecer/ser mostrado a seguir. Em outras palavras, o recurso narrativo do “dia que se repete” é utilizado de uma maneira bem mais interessante do que se espera de um blockbuster, evitando insultar a inteligência do espectador (clichê evitado, +1). No mais, vale ressaltar o caos e a intensidade das cenas da batalha decisiva, que são claramente influenciadas pela Invasão da Normandia no Dia D da Segunda Guerra Mundial. Os combates entre os humanos, que usam poderosos exoesqueletos, e as velozes e aterrorizantes criaturas são responsáveis por algumas das melhores cenas de ação do filme.

Tom-Cruise_limite-do-amanhaQuando você já está acostumado com esse divertido ritmo e apenas espera que o protagonista descubra algum super ponto fraco das criaturas para encerrar o filme, alguns plot twists são bem utilizados para colocar a missão em uma nova rota e a coisa toda fica bem mais arriscada, interessante e imprevisível. Uma das surpresas é a utilização de alguns dos elementos secundários da trama no ato final, tornando-os vitais para o sucesso da missão e mudando completamente o estilo da narrativa, que fica mais honesta e desesperadora, levando todos os envolvidos aos seus limites. Levar sua personagem aos seus limites físicos e mentais é algo que Tom Cruise faz na maioria de seus filmes, o que acaba ficando cômico na maioria das vezes. Aqui, o grau de comprometimento de todas personagens faz com que realmente nos importemos com os sacrifícios que eles fazem e o sucesso da missão. Mesmo a típica transição do protagonista, que de um arrogante burocrata se torna um verdadeiro herói de guerra, é apresentada de forma convincente pelo ator (clichê bem gerenciado, neutro).

Por fim, se você ainda está traumatizado por Oblivion, pode assistir esse sem medo. É bom aproveitar, pois não é sempre que Tom Cruise faz um tão bom.

★★★★☆

Um Plano Simples (A Simple Plan. 1998)

um-plano-simples_1998_capaDecidi assisti a todos os filmes de Sam Raimi; não que eu pense que se trate de um diretor excepcional, mas tem algo nele que eu gosto: ele não faz do cinema um momento de contos de fadas (o final desse filme deixa claro a que me refiro). O quanto de metáfora isso possa significar, a saber. De saída, um filme que se pretende simples já demonstra ser complicado. Porém, nem por isso o diretor precisa complicar as coisas. Neste sentido, Sam Raimi está de parabéns. Não dificultou o contexto e nem coloriu com fantasias todo o plano, ou melhor, o longa. Aliás, as cores do filme são duas: o branco da neve e o preto dos corvos. No entanto, não é por isso que o filme não se apresenta colorido.

O branco da neve é uma constância nos 121 minutos de longa-metragem. Cenário gélido, relações gélidas. Tudo é muito gelado no filme. Tanto a relação de Hank Mitchell (Bill Paxton) com seu irmão Jacob Mitchell (Billy Bob Thornton, de Vida Bandida), quanto sua relação com sua esposa grávida Sarah Mitchell (Bridget Fonda) são congelantes, mesmo quando os ímpetos violentos comparecem. Na verdade, Hank Mitchell é o branco da neve (não confundir com Branca de Neve 😛 ).

um-plano-simples_1998_01Em contrapartida, há de se lembrar do preto dos corvos. O corvo já foi fonte de inspiração para Edgar Allan Poe, e é preciso reconhecer que o escritor não se engana em eleger como sua musa esse pássaro que anuncia a morte; afinal, “é apenas uma visita que pede entrada na porta” (…). No filme, o corvo não é tão facilmente identificável. Tende-se a pensar que são as pessoas mortas ou as mortes que batem na porta de entrada; mas, a morte, ou melhor, o corvo, isto é, o preto dos corvos, é o dinheiro.

Aqui é necessário rebobinar a fita e falar um pouco do que se trata o filme: Hank, Jacob e Lou (Brent Briscoe), em uma reserva florestal, encontram um avião abandonado, piloto morto e uma sacola contendo 4,4 milhões de dólares. Ou seja, 4,4 milhões de “problemas” em uma sacola. O corvo à espreita sabe que os três, por maior que seja a deliberação, vão decidir ficar com o dinheiro. Pois se 4,4 milhões é sinônimo de problemas, então é sinônimo de soluções, também. O que pesa mais: problemas ou soluções? Eis o plano simples proposto por Hank Mitchell, o branco da neve, “quando a neve passar, a primavera chegar e ninguém reclamar da falta do dinheiro, então o dividiremos em três partes iguais. Até lá a soma ficará comigo”, não é literal, mas a ideia é essa. A partir desse momento, o branco e o preto se misturam. E a raposa? Bom, esta já capturou sua parte há muito tempo.

Por: Deusa Circe.

Um Plano Simples – A Simple Plan

Direção: Sam Raimi

Gênero: Drama, Suspense

EUA – 1998

Filme e Seriado: Os Thunderbirds (2004)

birdsOS THUNDERBIRDSO FILME

Em 2.004 William Osborne e Michael McCullers fizeram uma adaptação para o cinema sob a direção de Jonathan Frakes. Outras alterações foram feitas para que Thunderbird se aproximasse das tecnologias atuais.

O problema é que certos tipos de seriados como esse, dc comis, desenhos, sao dificieis de serem transformados em filmes com pessoas porque eles possuem caracteristicas tao proprias ou marcantes que é simplesmente impossivel um ator interpreta las. Eles perdem aquele tal do elan que faz a diferença.

Resultado do filme é uma estorinha infantil, com imagens bonitas, mas para publico infantil. Nem é possivel indica – lo para o publico juvenil. Tanto que recente ele foi exibido num dos canais de tv a cabo para crianças.

Direção: Jonathan Frakes. Figurino: Marit Allen. Elenco: Bill Paxton (Jeff Tracy), Brady Corbet (Alan Tracy), Dominic Colenso (Virgil Tracy), Ben Torgensen (Gordon Tracy), Lex Shrapnel (John Tracy), Philip Winchester (Scott Tracy), Sophia Myles (Lady Penelope), Ron Cook (Parker). Genero: aventura, 87 min. colorido, EUA

Os Thunderbirds – O Seriado

Criado em 1965, o seriado apesar de ser para publico infantil, tinha mais coisas para adultos. Um cult total, todos os personagens eram marionetes com exagero facial, roupass e make ups de época. As estorias sempre envolviam a familia Tracy em missões secretas e seus arsenais para combater o inimigo – logicamente que tudo era disfarçado atraves das rotinas domésticas que nao levantassem suspeitas.

A pesar da maioria dos bonecos serem masculinos, liderados pelo milionário Jeff Tracy, havia sempre a presença de Lady Penelope, a agente de Londres, com seu mordomo e motorista Parker (um ex-ladrão que de vez em quando voltava às velhas práticas), a bordo de um incrível Rolls-Royce rosa de 6 rodas.

As marionetes dos principais personagem tiveram os rostos modelados com base nos artistas famosos da época: Jeff Tracy recebeu os traços de Lorne Greene, conhecido por Bonanza. Alan, Robert Reed; Scott, Sean Connery e John, um misto do cantor Adam Faith e do astro Charlton Heston

Sem entrar na coisa da discussão de ser feminismo; feministas ou parecidas, ate mesmo neste seriado a participação das mulheres é em menor escala, como sempre a mais fatal de todas confronta diretamente com os homens que é a personagem da Penelope, agente secreta.

Episodios:
Trapped in the Sky (Armadilha no céu)
Pit of Peril (Cratera do perigo)
City of Fire (Cidade em chamas)
Sun Probe (Sonda Solar)
The Uninvited (Os intrusos)
The Mighty Atom (O Átomo poderoso)
Vault of Death (O vale da morte)
Operation Crash Dive (Desastre no Atlântico)
Move and You’re Dead (Mova-se e você está morto)
Martian Invasion (A invasão marciana)
Brink of Disaster (A beira do desastre)
The Perils of Penelope (Penélope em perigo)
Terror in New York City (Terror na cidade de Nova York)
End of Road (Fim da estrada)
Day of Disaster (Um dia de desastre)
The Edge of Impact (No limite do impacto)
Desperate Intruder (Intruso em desespero)
30 Minutes After Noon (30 minutos após o meio dia)
The Imposters (Os impostores)
The Man from MI5 (O homem do MI 5)
Cry Wolf (O grito do lobo)
Danger at Ocean Deep (Mistério em alto mar)
The Duchess Assignment (O acordo da duquesa)
Attack of the Aligators (O ataque dos jacarés)
The Cham Cham (O Cham Cham)
Security Hazard (Uma falha na segurança)
Atlantic Inferno (Inferno sobre o mar)
Path of Destruction (A caminho da destruição)
Alias Mr Hackenbacker (Ordem de acabar com Mr Hackenbacker)
Lord Parker’s ‘Oliday (As férias de Lord Parker)
Ricochet (Ricochet)
Give or Take a Million

Com tudo isso, o chame das marionetes continua insuperável. Existe box com os episodios do seriado Thunderbirds, que recomendo para deveteca.

cris barros