Roubando Vidas (Taking Lives)

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Há muito tempo que estava para escrever alguma coisa sobre o filme Roubando Vidas, mas o tempo me roubava meu tempo para a escrita.

Agora aqui estou pensando sobre esse filme…

Quem pode dizer se é certo ou errado querer ter outra vida senão essa que foi dada e destinada a ser assim? Querer ter outra vida é blasfemar? Deixando a racionalidade moralizante desse tempo moderno de lado, pensando sob outro viés, só se quer algo diferente quando o que se tem não satisfaz. Não vejo erros nisso.

O Erro talvez possa vir em como se faz para se satis-fazer.

E aí, nesse filme e em qualquer lugar da Sociedade Ocidental e Oriental, roubar é um erro. Dentro ou fora dos dez mandamentos, não importa, está errado roubar.

Diferente de obter outra vida com outros tipos de méritos.

James rouba vidas por não suportar a sua. Não suporta quem ele é, quem ele foi, de onde ele veio, e assim, como quem troca de roupagem, ele mata e se apossa da vida de quem morreu. Talvez nessa era cibernética, muitos são salvos por apenas criar um fake rs, um nick, outra vida. Mas a pergunta que não dá para calar nesse filme é: mesmo na fantasia, há como ter outra vida? Second life?

Aparentemente sim, mas internamente, não. James nasceu James e essa fatalidade não lhe dá chances de ser outro além dele mesmo.

Um filme excelente pra ser apreciado em qualquer tempo, qualquer horário.

Por: Vampira Olímpia.

Roubando Vidas (Taking Lives). 2004. EUA. Direção: D.J. Caruso. Elenco: Angelina Jolie (Illeana Scott), Ethan Hawke (Costa), Kiefer Sutherland (Hart), Gena Rowlands (Sra. Asher), Olivier Martinez (Paquette), Tchéky Karyo (Leclair), Jean-Hughes Anglade (Duval), Paul Dano (Asher – jovem), Justin Chatwin (Matt Soulsby), André Lacoste. Gênero: Suspense. Duração: 103 minutos. Música: Philip Glass. Baseado em livro de Michael Pye.

Paris, eu te amo (Paris, je t’aime. 2006)

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Instantâneos de ilustres moradores se entrelaçando com anônimos numa Paris que não dorme. Nos convidando a conhecê-los!?? Gente que vive, trabalha, passeia. Com amor ou por um amor. Numa Paris que por ora uma metróple, noutras, a poucos passos surge como uma bucólica vila.

Gente que vivem uma paixão. Que sonha com um amor. Um amor que pode de repente cair aos seus pés. Ou por um que partiu para sempre. Um que fica esperando pela hora do reencontro – aquele olhar perdido da baby-sitter enquanto acalentava o bebê da patroa, arrepiou! Como também o tremor das mãos da para-médica segurando os cafés.

Nessa Paris que alucina até na visão de um casaco vermelho. Vermelho do sangue que corre nas veias. Ou mesmo como uma doce canção. Uma Paris multi-colorida. Quer seja durante o dia, quer seja à noite, ela pulsa em tons ora vibrantes, ora melancólicos, mas que reflete a luz do coração dessa gente. O episódio com os vampiros me fizeram lembrar dos livros da Anne Rice.

Onde os sentimentos, os medos, os anseios, as tristezas… ressurgem liberando a todos para um novo amanhecer. Para brindar o amor a vida. E como diz a canção “dançar com a música“. Pois a vida continua.

Amei o filme! Nota: 10.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Paris, eu te amo (Paris, je t’aime). 2006. França. 21 Curtas sobre a cidade de Paris. Gênero: Drama, Romance. Duração: 120 minutos. Elenco: Steve Buscemi, Miranda Richardson, Juliette Binoche, Willem Dafoe, Nick Nolte, Maggie Gyllenhaal, Bob Hoskins, Wes Craven, Emily Mortimer, Elijah Wood, Alexander Payne, Natalie Portman, Gérard Depardieu, Gena Rowlands, Catalina Sandino Moreno.

Diretores:
Olivier Assayas (segment “Quartier des Enfants Rouges”);
Frédéric Auburtin (“Quartier Latin”);
Gurinder Chadha (“Quais de Seine”);
Sylvain Chomet (“Tour Eiffel”);
Ethan Coen & Joel Coen (“Tuileries”);
Isabel Coixet (“Bastille”);
Wes Craven (“Père-Lachaise”);
Alfonso Cuarón (“Parc Monceau”);
Gérard Depardieu (“Quartier Latin”);
Christopher Doyle (“Porte de Choisy”);
Richard LaGravenese (“Pigalle”);
Vincenzo Natali (“Quartier de la Madeleine”);
Alexander Payne (“14th arrondissement”);
Bruno Podalydès (“Montmartre”);
Walter Salles (“Loin du 16ème”);
Oliver Schmitz (“Place des Fêtes”);
Nobuhiro Suwa (“Place des Victoires”);
Daniela Thomas (“Loin du 16ème”);
Tom Tykwer (“Faubourg Saint-Denis”);
Gus Van Sant (“Le Marais”).

Diário de uma Paixão (The Notebook. 2004)

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Após assistir esse filme fiquei com vontade de deixar uma impressão, mas mais por uma escolha que a protagonista fez – escolher entre dois amores – do que por toda a história. O filme conta uma história de amor (O título em português já evidencia isso.)! Como tantas outras. Traz até um contexto previsível, mas que não desmerece a quem se propõe assisti-lo. O diferencial nessa escolha foi que em ambos, um lado dela se completaria. Daí, ficando na escolha o peso de qual deles seria para ficarem juntos para sempre.

Quem nos conta essa história é um senhor. Ao ler, pacientemente, para uma senhora internada numa Clínica, por conta de estar com Alzheimer. Ela fica encantada, ouvindo, perguntando… Ele, segue as páginas daquele Diário. São 50 anos de história contidas naquelas páginas. Quer compartilhar com aquela mulher, essas memórias…

Aqueles que não gostam desse gênero de filme nem deve assisti-lo. Para quem gosta, além das lindas paisagens – uma logo ao iniciar o filme é deslumbrante: um solitário remador e um nascente – aliado a uma belíssima trilha sonora (Clássicos; Jazz…), terá uma boa companhia nas duas horas de filme.

É um filme citado em fóruns tipo: Filmes que te fazem chorar. Confesso que sou chorona; choro até em filmes da Disney (Bambi; Dumbo…). Já chorei em muitos filmes onde retratam uma história de amor. Porém nesse não.

A escolha! Para mim, ela fez a escolha certa. Há uma frase que ele diz a ela nessa hora, que traduz isso. Melhor! Que a traz para o real em um relacionamento a dois . Mesmo a história começando em 1940, é nessa decisão que a torna atemporal. Nessa hora lembrei daquele “Ok!” dito pelo personagem do Jim Carrey no finalzinho do filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças“. É o amor, a relação sendo construída no dia-a-dia.

Enfim, não é um filme marcante. O classificaria como um ótimo sessão-da-tarde. Nota: 08.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Diário de uma Paixão (The Notebook). 2004. EUA. Direção: Nick Cassavetes. Elenco: Ryan Gosling, Rachel McAdams, James Gardner, Gena Rowlands, James Marsden, San Shepard, David Thornton, Joan Allen. Gênero: Drama, Romance. Duração: 115 minutos.