Há muito tempo que estava para escrever alguma coisa sobre o filme Roubando Vidas, mas o tempo me roubava meu tempo para a escrita.
Agora aqui estou pensando sobre esse filme…
Quem pode dizer se é certo ou errado querer ter outra vida senão essa que foi dada e destinada a ser assim? Querer ter outra vida é blasfemar? Deixando a racionalidade moralizante desse tempo moderno de lado, pensando sob outro viés, só se quer algo diferente quando o que se tem não satisfaz. Não vejo erros nisso.
O Erro talvez possa vir em como se faz para se satis-fazer.
E aí, nesse filme e em qualquer lugar da Sociedade Ocidental e Oriental, roubar é um erro. Dentro ou fora dos dez mandamentos, não importa, está errado roubar.
Diferente de obter outra vida com outros tipos de méritos.
James rouba vidas por não suportar a sua. Não suporta quem ele é, quem ele foi, de onde ele veio, e assim, como quem troca de roupagem, ele mata e se apossa da vida de quem morreu. Talvez nessa era cibernética, muitos são salvos por apenas criar um fake rs, um nick, outra vida. Mas a pergunta que não dá para calar nesse filme é: mesmo na fantasia, há como ter outra vida? Second life?
Aparentemente sim, mas internamente, não. James nasceu James e essa fatalidade não lhe dá chances de ser outro além dele mesmo.
Um filme excelente pra ser apreciado em qualquer tempo, qualquer horário.
Por: Vampira Olímpia.
Roubando Vidas (Taking Lives). 2004. EUA. Direção: D.J. Caruso. Elenco: Angelina Jolie (Illeana Scott), Ethan Hawke (Costa), Kiefer Sutherland (Hart), Gena Rowlands (Sra. Asher), Olivier Martinez (Paquette), Tchéky Karyo (Leclair), Jean-Hughes Anglade (Duval), Paul Dano (Asher – jovem), Justin Chatwin (Matt Soulsby), André Lacoste. Gênero: Suspense. Duração: 103 minutos. Música: Philip Glass. Baseado em livro de Michael Pye.