Férias Frustradas de Verão (Adventureland. 2009)

ferias-frustradas-de-verao_2009Por Francisco Bandeira.
ferias-frustradas-de-verao_2009_01Adolescentes e suas inúmeras páginas em branco esperando para serem preenchidas durante o tempo. Tudo tão confuso, isentos de responsabilidades, em uma época tão intrigante e verdadeira. Amizades e paixões que vem e vão, restando-nos histórias para contar num futuro não muito distante. Aprendizado de vida que nos torna, teoricamente, mais sábios e maduros. Tempo de descobertas, inseguranças, intensidade, mudanças (físicas e emocionais) e companheirismo, onde compartilhamos com alguém nossas fraquezas, pensamentos, risadas, lágrimas e arrependimentos. Onde nos abrimos e demonstramos o que sentimos de verdade, sem medo de sermos felizes.

Em “Férias Frustradas de Verão” não é diferente. Aqui, conta-se a história de James Brennan (Jesse Eisenberg), que recentemente acabou os estudos e está se preparando para curtir a vida. Mas, devido a problemas financeiros de sua família, o jovem tem que arrumar um emprego que se quiser ir para uma boa faculdade como almeja. Depois de tentativas frustradas para conseguir uma ocupação, ele acaba indo trabalhar em Adventureland, um parque de diversões aparentemente chato, onde logo faz boas amizades e se apaixona pela bela Em (Kristen Stewart), vendo que nem tudo é tão ruim quanto parece.

ferias-frustradas-de-verao_2009_00O elenco está afiado, tendo a dupla central formada por Jesse Eisenberg e Kristen Stewart. A química entre os dois é genuína, sendo extremamente sensível, ao mesmo tempo em que notamos a sinceridade no casal e nos divertimos também com sua relação. Stewart traz uma vulnerabilidade incrível e uma inocência maravilhosa a sua EM, enquanto Eisenberg lembra muito o tipo de personagem dado a Michael Cera, o que mostra que sua escalação para o projeto realmente inteligente, tornando seu James uma figura muito carismática.

O elenco secundário não fica de fora, trazendo Ryan Reynolds em um de seus melhores desempenhos, num personagem trágico construído brilhantemente pelo Diretor Greg Mottola. Outra que chama atenção é Margarita Levieva que interpreta a enigmática Lisa P., uma garota provocante, sensual, extrovertida, descolada e puritana. As cenas de dança da moça são bastante envolventes, assim como seu jeito cativante. E ainda tem espaço para Bill Harder e Kristen Wiig brilharem como Bobby e Paulette, o casal hilário que toma conta do parque e trata seus clientes e funcionários da forma mais engraçada e excêntrica possível. Matt Bush como Frigo e Martin Starr como Joel também cumprem bem seus papéis.

E a trilha sonora é extremamente perfeita, tornando-se um personagem a mais no filme. Temos Lou Reed, David Bowie, The Cure, além de clássicos que marcaram época como “Rock Me Amadeus”, do Falco. Ainda são concebidos momentos inspirados com uso da trilha musical no filme, onde destaco dois em especial: a apresentação de Lisa P. ao som de “Tops”, dos Rolling Stones, já se torna emblemática desde a aproximação de câmera feita por Mottola ao rosto de James, até o corte preciso para a bela Levieva ir preenchendo a tela com enorme charme e desenvoltura. O outro acontece numa bela noite, enquanto vemos os fogos da comemoração de Quatro de Julho ao som de “Don’t Dream It’s Over”, do Crowded House, tornando-se simplesmente inesquecível.

greg-mottola_cineastaO grande trunfo do cineasta é mostrar que essa fase da vida é para ser aproveitada sem medo de arriscar, pois a vida é uma só. Devemos aproveitar esse momento da forma mais intensa possível, sem tempo de arrependimentos. É tempo de idas e vindas, de perguntas e respostas, de amar e odiar, de ser prender ao imprevisível e se libertar do inevitável, quebrar estereótipos e renovar as esperanças de uma geração que parece cada vez mais derrotada.

São dos acasos da vida que tiramos aprendizados, conhecimentos, experiências de vida. São das aventuras que construímos grandes amizades, paixões e momentos que se tornarão inesquecíveis lembranças, pois uma das grandes vantagens de ser adolescente é poder aproveitar a vida ao máximo com preocupações mínimas, poucas responsabilidades e muito tempo para diversão. “Adventureland” é um grito de liberdade para a juventude e um sopro de nostalgia para os que já fizeram a transição da adolescência para a vida adulta, e lembram-se dessa bela fase com um sorriso estampado no rosto.

Por Francisco Bandeira. Avaliação: 8.5

Protegendo o Inimigo (Safe House. 2012)

Uau! Nem deu tempo de saborear a pipoca. Aliás, é melhor deixar a pipoca para depois. Pois “Protegendo o Inimigo” é acima de tudo um entretenimento muito bom. Confesso que não esperava tanto. Eu adoro quando um filme me surpreende! E nesse não veio por reviravoltas mirabolantes. Nem em descobrir quem são os inimigos. Um deles já se detecta pelo olhar de desconfiança de um dos personagens. A adrenalina ficou mesmo em cima dos dois personagens principais. Pela química entre eles. Pelo crescimento de um dos atores. Pela generosidade do outro em dividir esse palco, como um mestre sentindo orgulho de um pupilo. Por eu nem sentir o tempo passar. Por eu nem querer que terminasse.

Ter Denzel Washington nos créditos já me leva a ver um filme. Mas confesso que em “Protegendo o Inimigo” o motivo maior foi em ver como se sairia o Ryan Reynolds num personagem como esse: um aspirante a agente da CIA. Em Comédia, ele saiu-se muito bem, pelo menos nas duas mais recentes que assisti – “Eu Queria Ter a Sua Vida” (2011) e “A Proposta” (2009), posso atestar. Agora, já não gostei dele no “X-Men Origem: Wolverine (2009)”, que entre outros Gêneros também é um de Ação. Muito embora nesse outro ele foi um coadjuvante. Por conta disso estava por demais curiosa em ver a sua performance neste aqui. E não é que Ryan Reynolds se saiu muito bem em “Protegendo o Inimigo“! Aplausos para os dois pelas excelentes performances!

Faça a Coisa Certa!”  “Não sou seu único inimigo.”

Apesar de não se ter surpresas, eu recomendo que não leiam muito sobre “Protegendo o Inimigo” antes de vê-lo. Tanto que farei quase um pequeno resumo da história, evitando assim em trazer spoiler. Para mim – os dois atores + o tema + a trama -, já bastara. As perguntas, seriam respondidas conferindo o filme. Onde a primeira delas, seria o porque de um deles estar nesse tipo de safe house. Mais! E o porque desse abrigo não ser tão seguro assim. Isso veio com a lida numa simples sinopse. Nela continha que o Agente Matt Weston (Ryan Reynolds), mantendo guarda num dos abrigos da CIA, em plena zona urbana na Cidade do Cabo (África do Sul), receberia como mais um a ser protegido um dos lendários da CIA, o ex-agente Tobin Frost (Tobin Washington).

Frost conseguira sair do mapa por uma década. Acharam até que já tivesse morrido. Pelo seu lado sociopata – de um excelente matador -, quando mudou de vez de lado, ou melhor, quando ele passou a escolher os “seus patrões”, se tornou o mais perigoso dos renegados. Agora, se tornou perigoso para quem? CIA, Mossad, Interpol, MI6…? E por que pediu proteção logo aos Estados Unidos? Cacife, ele tinha. Mas era uma faca de dois gumes. Na era dos chips, pode-se transportar grandes arquivos, e muito bem escondidos. E com a internet pelo celular, saber o que estariam nesses arquivos. Muito ladino, acabou conquistando Weston.

Já Weston se encontrava entendiado em manter guarda entre quatro paredes. Querendo logo entrar em ação. E seu desejo, meio que por linhas tortas, se realiza. Nem tanto com a chegada de Frost ao abrigo, mas sim por ele ter sido invadido, obrigando Weston a fugir com ele dali, enquanto aguardava uma nova ordem. Que para ele seria um novo local até tirarem Frost daquele continente. Mas além de uns imprevistos, ele descobre que terá que se proteger também. O que leva manter Frost vivo era também importante para si mesmo. Ou Frost, ou o que tanto queriam dele.

Meus aplausos também vão para o Diretor Daniel Espinosa! Porque foi brilhante! Não é fácil levar um filme de Ação com quase duas horas do início ao fim. (Final esse que me fez pensar no Wikileaks.) Em nenhum momento o filme perde o ritmo. Como citei antes, mesmo já sabendo quem são os verdadeiros inimigos, a tônica do filme recai mesmo no duelo entre os dois personagens principais. Parte disso também se deve ao Roteiro. Quem assina, e sozinho, é David Guggenheim. Ele conseguiu ser realmente original com um tema tão recorrente: corrupção na CIA. Assim, vida longa na carreira para esses dois: o Diretor Daniel Espinosa e o Roteirista David Guggenheim!

Em “Protegendo o Inimigo” também podemos destacar as atuações dos coadjuvantes. Alguns de peso, como: Vera Farmiga, Brendan Gleeson, Robert Patrick, Sam Shepard e Liam Cunningham. Também as cenas de perseguições. Além claro, da Cidade do Cabo. O que me fez pensar se seria porque o Agente Weston passaria por incríveis tormentas. Gracinhas à parte! Para mim o único porém do filme foi por não ter Hits conhecidos, e adequados a um filme de Ação. Deveria ter na Trilha Sonora um repertório com Rocks Clássicos. Não que Ramin Djawadi fez feio. Mas as músicas estavam mais para um filme mais lento.

Enfim, é isso! Esqueçam a pipoca. Porque o filme por si só já é muito bom! De querer rever!
Nota 9,5.

Por:Valéria Miguez (LELLA).

Protegendo o Inimigo (Safe House. 2012). EUA / África do Sul.
Gênero: Ação, Crime, Thriller.
Duração: 115 minutos.

Eu Queria Ter a Sua Vida (The Change-Up. 2011)

Confesso que ri de mim em querer ver um filme com uma temática tão corriqueira nas sessões das tardes de um tempo atrás: trocas de corpos. Será que ainda teriam um jeito de diferente de contar essa estória? Ou queriam atualizar o tema para a vida atual? Com a cara de um remake? Bem, deixei as dúvidas para serem elucidadas durante o filme. E o que foi ótimo! Pois o “Eu Queria Ter a Sua Vida” me pegou e me cativou até o final.

Não me deixe julgar uma pessoa, sem que eu tenha andado duas luas com suas sandálias.” (Poema Navarro)

Se o filme contou diferente ou não, o certo é que trouxe alguns pontos relevantes. Um deles centrado no tema principal. Clichê ou não, para realmente saber da vida de outra pessoa, quando não se vivem sob o mesmo teto, seria em calçar as sandálias dela. Do contrário só pesará os seus conceitos, os seus preconceitos, a sua experiência de vida. Agora, não se pode esquecer que nesse tipo de troca irá vivenciar a vida do outro, mas ainda com o controle da sua mente. Meio paradoxal. Mas com isso o peso na balança de um julgamento será dividido. Numa de: “Caramba! Se ele consegue fazer isso, eu também consigo!”

Como também se pode colocar uma “pitada” de si ao fazer o que o outro faz. Um tempero que de imediato quem irá sentir são os que estão à volta. Se isso irá influenciar o outro, é sempre um mistério. Se essa interferência trará benefícios, também não dá para prever. O certo, é que mudanças nos leva a sair de uma rotina, por vezes doentia, noutras, não nos deixando ver certos detalhes. Seria como nos afastarmos para ao olhar o todo ver como está cada peça dessa engrenagem. Sem querer, podemos estar levando uma vida como se fóssemos peça única.

Um outro ponto alto, está em mostrar uma longa amizade entre duas pessoas tão opostas. Algo raro, atualmente. Em nome da vida moderna, muitos preferem amigos que mais parecem saídos de uma linha de montagem: cópias em série. Fazendo delas pessoas de “mão única”. Não aceitando discordâncias. Tendo que ter a mesma linha de pensamento… O ser, agir diferente levará a uma exclusão gradativa, ou por vezes, de imediato. No decorrer do filme, vemos que pela vida atual de um, o outro não mais se ajustava.

Destacaria ainda, que embora se tem que os homens não gostam de uma “D.R.” – discutir a relação -, o filme mostrará a esses que isso se faz necessário. Quer seja entre cônjuges. Quer seja entre Pais e Filhos. Mesmo que uma verdade doa, é melhor vinda de alguém que lhe queira bem. E por essa troca de corpos, os dois amigos terão a chance de ao vivenciar a do outro, ver o que não estava percebendo no seu próprio relacionamento.

E para falar desses dois amigos de “Eu Queria Ter a Sua Vida“, começo pelo ator que interpreta um deles: Jason Bateman. Por ter sido ele que me fez querer ver esse filme. Gosto dele! Para mim, ele está chegando no patamar do Kevin Spacey, por exemplo. Um ator multifacetado. Que faz um mocinho encantador, mas também faz um vilão que assustudoramente nos conquista. O que me faz querer vê-lo também na área da vilania, não apenas em Comédias.

Em “Eu Queria Ter a Sua Vida“, Jason Bateman é Dave, um workaholic, tanto no escritório como na lida com os filhos. Um cara que veio do nada. Que construiu seu próprio destino correndo atrás de seu sonho. Ambicioso, de não se acomodar, nem desfrutar o que já conquistara. Na busca de uma vida luxuosa, termina não vendo que a esposa, Jamie (Leslie Mann), está insastifeita por outro motivo.

Nessa troca de corpos, a princípio será como uma férias de tudo: trabalho e vida de pai de família. Mas depois verá que não terá estômago para fazer certas atividades do amigo. Não consegue ser tão porra-loka assim. Não conseguindo fazer as duas únicas coisas que seu amigo tanto recomendou: não furar com a Tatiana (Mircea Monroe) e com um importante teste para um filme. Para se redimir, tentará limpar a barra do amigo com o pai (Alan Arkin).

Já para o amigo de Dave, o Mitch (Ryan Reynolds), a troca de corpos o fará ver que um pouco de responsabilidade não fará mal nenhum a sua vida de solteiro. Mitch não é um cara ambicioso, talvez porque diferente de Dave, teve mais regalias da vida. Mimos demais pelos pais, por vezes leva o filho a ficar imaturo na vida adulta. E aí, quando esses pais acordam, o filho irá se rebelar de um jeito torto. O certo é que Mitch gosta mesmo de viver como um adolescente com maioridade. Fumar um baseado diário. Transar muito. Assistir jogos. E curtir o único dia da semana com seu amigo Dave.

Na realidade, restaram apenas algumas horas para ambos se encontrarem. Já que a vida de casado de Dave está dificultando esses encontros. Levando Jamie a ceder também para que Dave vá ao encontro do amigo. Para Mitch, por não ver nenhum problema, acha que Dave está fazendo é drama. Para Dave, o tentar compensar a tudo e a todos, somado a falta de simancol do amigo, o faz querer um tempo sem se preocupar com nada. E no meio dessa discussão, é que acontece a troca de corpos.

Sendo homens, e adultos, o lance foi bem de acordo: durante uma mijada numa certa Fonte numa Praça. Fonte essa que depois é transferida. E enquanto tentam descobrir o paradeiro dela, vão levando um a vida do outro, que antes pensavam ser um mar de rosas. Pelo menos, eles tentam fazer o que o outro fazia. Como também, enquanto fazem um mergulho em si mesmo, terão chances de levar o outro a superarem certas limitações.

Num Roteiro ágil, dentro do universo masculino tão comum, o filme prende a atenção. É divertido. Houve química entre os atores. A Trilha Sonora e a Fotografia também são pontos altos. Fazendo de “Eu Queria Ter a Sua Vida” um bom filme, até para rever. Nota: 8,5.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Eu Queria Ter a Sua Vida (The Change-Up. 2011). EUA. Direção: David Dobkin.  Roteiristas: Jon Lucas, Scott Moore. Gênero: Comédia. Duração: 112 minutos.

A Proposta (The Proposal. 2009)

a-proposta_filmeAntes, um aviso para quem já detona um filme por conta de clichês: ‘Vão assistir outro filme!’ Pois esse, ‘A Proposta‘ trouxe de volta a delícia de ver uma ótima comédia romântica. Todos os ingredientes estão ali, e com a química perfeita entre os dois protagonistas.

Sandra Bullock é Margaret Tate. Uma alta executiva de uma grande Editora de Livros. Perfeccionista no que faz, exige o mesmo de seus subordinados. Por levar uma vida solitária, fica quase integralmente voltada para o seu trabalho. Com isso, quem mais sofre é o seu secretário, o Andrew Paxton (Ryan Reynolds).

Margaret, por achar que só o zé povinho que é atingido pela Imigração, vai relegando os avisos. Até que o prazo está perto de expirar. Ou encontra uma saída legal (= legalizada) para permanecer nos Estados Unidos, ou será deportada.

Numa cena, que me fez lembrar de uma no filme ‘O Otário’ (The Patsy), ela tem a idéia de casar com Andrew. Agora, a cena que só ela me leva a rever o filme, é com o jeito do Andrew com o agente da Imigração, Sr. Gilberstson (Denis O’Hare), ao ser notificado do que pode vir a acontecer com ele, caso esteja mentindo.

Por conta disso, o ‘preço’ aumenta ao aceitar a proposta de Margaret. Com isso, somos brindados com cenas engraçadas. E eles terão um final de semana para se conhecerem melhor, mas fora da vida profissional. Justamente na festa de 90 anos da avó de Andrew. Ela ainda mantém um jeito moleque de ser.

Destaco também, o terem incorporado situações atuais. Como o usar as mensagens instantâneas pelo computador. Como também em ‘ameaçar’ filmar algo e jogar no Youtube. Ficou muito bom!

Já era tempo dos americanos virem com uma comédia romântica gostosa de ver, e de rever. Me diverti bastante. Como também, lágrimas rolaram na cena do celeiro… Amei ‘A Proposta‘.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

A Proposta (The Proposal). 2009. EUA. Direção: Anne Fletcher. Elenco. Gênero: Comédia, Romance. Duração: 108 minutos.

Wolverine (2009) – Um Herói entre dois mundos…

x-men-origins-wolverine_posterProgramados para matar? Não! Aqui, a loucura de alguns generais de guerras aliados a loucos cientistas vai além. Num, fabricados para matar. De mutação a mutação, foram criando seres de grande força para um exército muito especial. Para eles manipularem ao seu bel-prazer. Se fosse preciso, nem cérebros teriam. Mas não sendo possível, que não ficassem sentimentalóides. Pois numa guerra, ou mata, ou sobrevive a ela. Não há outra conduta ética a ser seguida.

Para eles, seria primeiro captar de cada um seu dom nato, ou para não dizer, suas forças. Onde a ambição maior seria colocar em um único. E que esse então virasse uma máquina de guerra indestrutível. Na pressa, aproveitando-se de uma fragilidade de Logan (Hugh Jackman), criam o número 10, ou X, em romano. Surgindo então o Wolverine.

Aproveitando que ele tinha uma sede de vingança, logo uma cobaia dócil. Bem, isso é o que acharam. E onde erraram? Em querer fazer dele um desmemoriado? Ele se revolta. Mas…

Assistam! “X-Men Origem: Wolverine” é sensacional! De querer rever! Mesmo já sabendo da trama do filme – toda a origem de Wolverine -, é bem eletrizante. E num tempo certo. Outro ponto positivo. Não foi preciso alongar o filme para contar a saga desse herói. De alguém que não pediu para ser o que era. E ele bem que tentou ser um pacato cidadão. Ficar de fora daquele circo. Mas não deixaram. Investiram muito nessa máquina.

Ah! Um último detalhe. Uma das música me fazia lembrar do tema de ‘1942 – A Conquista do Paraíso’. Uns acordes. Mas se foi uma homenagem, tudo bem.

Como o filme veio para contar a origem do Wolverine, seria óbvio que o final combinasse com o anterior. Sendo assim, não ficou em aberto. O que por vezes me incomoda um pouco, algo como se nas entrelinhas tivesse um outdoor já anunciando uma continuação. Sendo esse baseado numa HQ, e com personagens interessantes, fica, ficou um querer ver na Telona mais filmes com eles. Eu gostei muito! Dou nota 10! Mesmo não tendo gostado da escolha do ator Ryan Reynolds.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

X-Men Origem: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine. 2009). EUA. Direção: Gavin Hood. +Elenco. Gênero: Aventura, Ação, Fantasia, Sci-Fi, Romance, Suspense. Duração: 107 min.

Número 9 (The Nines. 2007)

Por: Eliude A. Santos.

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O drama dirigido por John August é dividido em três atos.
No primeiro, intitulado O Prisioneiro, Gary (Ryan Reynolds) vive um ator em prisão domiciliar que imagina que a casa é assombrada e que pode estar sendo perseguido pelo número nove, e compartilha seus medos com a vizinha (Hope) e uma fã (Melissa) que está lhe ajudando a passar pela condicional.
No segundo ato, intitulado Televisão Realidade, Gavin (Ryan Reynolds) é um roteirista de tv que está tentando colocar seu programa no ar e que incentivado por sua agente executiva (Hope), precisa livrar-se da atriz que faz a personagem principal do show e que é sua melhor amiga (Melissa que, nesse papel, vive ela mesma, citando inclusive sua participação em Gilmore Girls).
No último segmento Conhecimento, Ryan Reynolds vive Gabriel, um afamado designer de vide-games que fica preso num parque com a esposa (Melissa) e a filha (Elle Fanning) e sai para procurar por ajuda e acaba encontrando-a em Sierra (Hope), uma estranha mulher que está caminhando na rodovia.
Com um argumento originalíssimo, “Número 9” amarra essas três histórias e cria uma nova mitologia metafísica que de fato me deixou impressionado com a capacidade desse talentoso roteirista, que também é o diretor desse drama de suspense excelente.

Agora, somente para quem viu o filme:

Muita gente pode ficar confusa ao assistir esse drama nem um pouco convencional, por isso, decidi explicar o argumento do filme para as pessoas que possam não ter entendido ou estejam simplesmente buscando uma confirmação de que não tenham de fato viajado na maionese:

O filme utiliza-se de uma metáfora que remonta os mitos de antigos deuses, onde o personagem principal cria uma realidade no trançar das linhas de uma pulseira em suas mãos e, quando resolve destruir aquela realidade ele simplesmente arranca a pulseira e desfaz o trançado.

Garry, Gavin e Gabriel são algumas das personalidades vividas por um dos “Nove”, uma espécie de semi-deus responsável por criar realidades onde os humanos (que seriam os “Setes”) possam viver. Por mais de 4000 anos ele foi criando universos para sua diversão. Essas realidades são criadas de pequenos cristais (cracks) e ele é viciado em fazer isso. Em cada universo esse semi-deus vive uma nova identidade, tentando fugir da própria. É como se tivesse de certo modo inveja de sua criação (os “Setes”), e passa a querer ser como eles. E sua habilidade como criador é tão grande que convence a si mesmo que é uma criatura, e precisa de outra deidade que o lembre de sua própria natureza.

Então, outros três “Nove” como ele entram em sua realidade para tentar fazer com que perceba quem é (a loira, o policial e a prostituta). Eles estão tentando tirá-lo de seu vício para que ele retorne pra “casa”, ou seja, volte a exercer seu papel de semi-deus criando realidades para os humanos sem tomar parte delas. Em todas as realidades, Melissa é a encarnação de seu vício em ser humano. É ela que o prende à sua condição pois desenvolveu amor por seu criador da mesma forma que ele desenvolveu pela criatura. Somente quando esse “Nove” entende que precisa desprender-se dela para assumir sua identidade superior ele se desprende do vício criando uma última realidade no melhor de todos os mundos possíveis para que sua amada criatura possa ainda ter existência longe dele.

A última cena pode confundir algumas pessoas, que pensam que tudo não passou de imaginação da Melissa, que criara em sua cabeça todas aquelas realidades. Especialmente porque acham que a frase da executiva de tv para Gavin, dizendo que ele não é um “homem” está mais associada ao seu gênero (masculino>feminino) que à sua espécie (ser humano>semi-deus). E essa é uma visão muito simplista e limitada da história, inclusive porque não engloba muitos detalhes apresentados no filme e descarta a última frase da menina e o olhar de agradecimento da própria Melissa ao fazer o bolo com a filha e o novo marido. Assim, para quem interpreta o apalpar do rosto como uma constatação de personalidade (do tipo, “Eu sou mulher!”), eu diria que aquela cena na verdade é uma constatação de materialidade (algo mais do tipo, “Eu ainda existo!”)

Por: Eliude A. Santos.  Blog:  Ode ao Ego.

Número 9 (The Nines). 2007. EUA. Diretor e Roteirista: John August. Elenco: Ryan Reynolds (Gary, Gavin e Gabriel), Melissa McCarthy (Margaret, Melissa e Mary), Hope Davis (Sarah, Susan e Sierra), Elle Fanning (Noelle), David Denman (policial), Octavia Spencer (prostituta). Gêneros: Drama, Fantasia, Suspense, Ficção Científica. Duração: 100 minutos.