FRIDA (2002)

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Começo a falar desse filme, Frida, lembrando de uma fala de Platão em Timeu: “Nas mulheres, o que chamamos matriz ou útero é um animal dentro delas que tem o apetite de gerar filhos, e, quando fica muito tempo sem frutos, esse animal se impacienta e suporta esse estado com dificuldade; erra pelo corpo inteiro, obstrui as passagens do fôlego, impede a respiração, lança em angústias extremas e provoca outras enfermidades de toda sorte”.

Frida Kahlo, fazendo um trocadilho com o sobrenome, ‘Kahlo”, calo, não no sentido do verbo, pois Frida não se cala, mas sim do substantivo “calo”, um calo no pé, que incomoda, mas que faz produzir, que ainda faz caminhar.

Nasceu no México, em 6 de julho de 1907, e desde então sua vida fora marcada por dores, sofrimentos e doenças. Filha de um fotógrafo que trabalhava pro Governo, Guilhermo Kahlo, e de uma mãe que considerava fria e cruel, Madilde Calderón.

Aos seis anos de idade, Frida contraiu Poliomielite, e, em consequência, teve uma convulsão e ficou capengando de uma perna. Sofreu um acidente ao sair da adolescência, em uma “tranvía” (mistura de bonde com ônibus), onde além das fraturas generalizadas, fôra perfurada por uma barra de ferro que entrou pela bacia e saiu pela vagina. Sofrera dezenas de cirurgia (ao todo foram 35) devido a isso e a sua saúde sempre foi considerada frágil.

Depois desse acidente, Frida recebera de sua mãe material de pintura. Como não podia levantar-se, olhava pra si mesma, na cama, através de um espelho pendurado no teto. Assim começou a pintar. Pintava a realidade de sua vida.

Casou-se com Diego Riviera, um artista mexicano, que lhe despendeu imenso amor e devoção. Por um tempo moraram juntos, por outro tempo se separaram, mas nunca se afastaram de fato.

O encontro com Riviera, de acordo com Frida, “foi o segundo acidente mais trágico de sua vida”.

O marido tinha amantes, Frida também, dos dois sexos. Riviera permitia seus casos homossexuais, mas não os heterossexuais. Frida adoecia mais sempre que o marido a traia. Brigavam muito por isso repetidas vezes e Frida pagava com uma traição homossexual sempre que acontecia uma infidelidade por parte de seu marido. Algo como pra provar que ela era melhor amante que ele, até mesmo com as mulheres.

A arte dela, pra mim, retrata a sua dor, seu sofrimento e frustração de não poder gerar filhos. Conseguia engravidar por diversas vezes, mas o aborto chegava irremediavelmente.

O filme retrata tudo isso acima de uma maneira sublime e com uma música marcada por Lila Downs que é maravilhosa.

Recomendo!

Por: Deusa Circe.

Frida

Direção: Julie Taymor

Gênero: Drama, Romance

EUA – 2002

2 comentários em “FRIDA (2002)

  1. Eu vi esse filme numa madrugada na tv. Eu, que dormira no anterior, fiquei acesa vendo ‘Frida’. Amei!

    A vida dela é tão riquíssima, que o filme traz um roteiro do tipo: os melhores momentos de.

    Ela quebrava todas as convenções.
    Tinha uma cumplicidade linda com o pai.

    Beijão,

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