Across the Universe (2007)

O filme Across the Universe dirigido pela norte-americana Julie Taymor é uma verdadeira obra-prima do cinema atual e recebeu muitos justos elogios dos críticos e uma indicação ao Globo de Ouro na época do seu lançamento. É um musical diferente de todos os que já assisti contando uma singela história de amor entre os jovens Jude e Lucy interpretados por Jim Sturgess e Evan Rachel Wood, aproveitando a maioria das letras de músicas dos Beatles, desde a formação do casal de protagonistas com canções-símbolo do grupo inglês de Liverpool como a clássica “Hey Jude” e “Lucy in the Sky with Diamonds” e outras preciosidades retiradas de álbuns diversos.
Sem dúvida, gostoso de se ouvir e de se assistir cantando, exatamente por causa da seleção musical dos simpáticos rapazes reis do iê-iê-iê… talvez seja essa a razão principal de ter sido super badalado na sua estréia e que só agora tive a oportunidade de testemunhar.
A começar pelo título “Across the Universe” retirado de uma canção dos Beatles e que, reza a lenda, esta música foi enviada por um satélite ao espaço como forma de tentar fazer algum contato com seres alienígenas pelas galáxias, e além disso, os nomes de todos os  personagens foram retirados de suas músicas, sem exceção.
A história se passa nos anos 60 onde muita coisa estava acontecendo simultaneamente: retrata as lutas, guerras e paixões; a explosão do uso desenfreado das drogas, a liberdade sexual, rock n´roll, paz & amor, faça amor, não faça guerra, a Era de Aquários, hippies e muito mais, ambientando toda uma época através das obras musicais dos Beatles. Sem dúvida que o roteiro foi um mero pretexto para se contar uma história de amor com as belas canções do grupo inglês muito querido e assim registrar a patente para sempre o de “Beatles Forever”.
A história do casal é toda contada em formato de videoclipes, sendo o protagonista Jude um artista que passa o tempo todo desenhando e aspira ao cargo de diretor de arte em propaganda. Outros personagens como, por exemplo, a jovem Prudence, entra e sai da história apenas para provocar um número musical, aqui ao som de “Dear Prudence”, que ficou maravilhoso! Inspirações sublimes.
O elenco é formado pela maioria de jovens super talentosos que interpretam e cantam como o personagem de Joe Anderson. O filme também conta com algumas participações especiais de Bono do U2 e Joe Cocker, Salma Hayek.
A história começa em Liverpool, onde o inglês Jude (Jim Sturgess) decide partir para os EUA à procura de seu pai. Lá ele conhece Max (Joe Anderson), um estudante rebelde, tornam-se amigos e ele se apaixona por Lucy, irmã de Max (Evan Rachel Wood). Esta por sua vez, acaba se envolvendo com emergentes movimentos de contracultura e toma a frente aos protestos contra a Guerra do Vietnã. Em meio às turbulências da época, Jude e Lucy vão passar por situações que colocam sua paixão em ‘xeque’.
O filme é contagiante, formidável, exatamente pela discografia, pelos clássicos e pelos hits conhecidos mundialmente dos Beatles, como Come Together, Let it Be, Strawberry Fields Forever, Lucy in the Sky with Diamond, Hey Jude, I wanna hold your hand. Across the Universe é um  belíssimo musical que combina com qualquer estação do ano, e bom para se ver a qualquer momento.
Sem dúvida, o filme é contagiante. Fabuloso! Veja com os amigos, com a namorada, sozinho, mas não deixe de prestigiar essa obra musical.
Concordo: Beatles 4 Ever!
Karenina Rostov

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Across the Universe
Reino Unido / Estados Unidos
2007 / cor / 133 min
Produção
Direção: Julie Taymor
Roteiro: Julie Taymor
Dick Clement
Ian La Frenais
Elenco: original Evan Rachel Wood, Jim Sturgess,Joe Anderson
Dana Fuchs, Martin Luther McCoy,T.V. Carpio
Género: musical
Idioma original: inglês

FRIDA (2002)

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Começo a falar desse filme, Frida, lembrando de uma fala de Platão em Timeu: “Nas mulheres, o que chamamos matriz ou útero é um animal dentro delas que tem o apetite de gerar filhos, e, quando fica muito tempo sem frutos, esse animal se impacienta e suporta esse estado com dificuldade; erra pelo corpo inteiro, obstrui as passagens do fôlego, impede a respiração, lança em angústias extremas e provoca outras enfermidades de toda sorte”.

Frida Kahlo, fazendo um trocadilho com o sobrenome, ‘Kahlo”, calo, não no sentido do verbo, pois Frida não se cala, mas sim do substantivo “calo”, um calo no pé, que incomoda, mas que faz produzir, que ainda faz caminhar.

Nasceu no México, em 6 de julho de 1907, e desde então sua vida fora marcada por dores, sofrimentos e doenças. Filha de um fotógrafo que trabalhava pro Governo, Guilhermo Kahlo, e de uma mãe que considerava fria e cruel, Madilde Calderón.

Aos seis anos de idade, Frida contraiu Poliomielite, e, em consequência, teve uma convulsão e ficou capengando de uma perna. Sofreu um acidente ao sair da adolescência, em uma “tranvía” (mistura de bonde com ônibus), onde além das fraturas generalizadas, fôra perfurada por uma barra de ferro que entrou pela bacia e saiu pela vagina. Sofrera dezenas de cirurgia (ao todo foram 35) devido a isso e a sua saúde sempre foi considerada frágil.

Depois desse acidente, Frida recebera de sua mãe material de pintura. Como não podia levantar-se, olhava pra si mesma, na cama, através de um espelho pendurado no teto. Assim começou a pintar. Pintava a realidade de sua vida.

Casou-se com Diego Riviera, um artista mexicano, que lhe despendeu imenso amor e devoção. Por um tempo moraram juntos, por outro tempo se separaram, mas nunca se afastaram de fato.

O encontro com Riviera, de acordo com Frida, “foi o segundo acidente mais trágico de sua vida”.

O marido tinha amantes, Frida também, dos dois sexos. Riviera permitia seus casos homossexuais, mas não os heterossexuais. Frida adoecia mais sempre que o marido a traia. Brigavam muito por isso repetidas vezes e Frida pagava com uma traição homossexual sempre que acontecia uma infidelidade por parte de seu marido. Algo como pra provar que ela era melhor amante que ele, até mesmo com as mulheres.

A arte dela, pra mim, retrata a sua dor, seu sofrimento e frustração de não poder gerar filhos. Conseguia engravidar por diversas vezes, mas o aborto chegava irremediavelmente.

O filme retrata tudo isso acima de uma maneira sublime e com uma música marcada por Lila Downs que é maravilhosa.

Recomendo!

Por: Deusa Circe.

Frida

Direção: Julie Taymor

Gênero: Drama, Romance

EUA – 2002