Terra Prometida (2012). O american dream não é igual para todos…

terra-prometida_2012terra-prometida_2012_01Por: Valéria Miguez (LELLA).
O filme “Terra Prometida” permeia entre um alerta dos riscos ambientais advindas das perfurações em busca do gás natural até a fragilidade da natureza humana. E embora tenha atores de peso ele se calca nas histórias dos personagens. Mais! Na tentativa de dar um basta a algo já cultural para eles: o ganhar dinheiro fácil e rápido demais. É! O american dream não precisa ser igual para todos…

terra-prometida_2012_02O filme não veio para dissecar o fato em si, que ainda é atual, e nem mesmo em trazer alternativas… pois ele já traz o avanço da exploração do “gás de xisto” em solo americano. Passando quase rapidamente por fatos que também são reais. Como o de já ter comprometido um grande aquífero… No porque em vez de mais estudos sobre os impactos ambientais as grandes corporações prefiram “investir” em leis que lhes deem carta branca para continuarem agindo… Onde a grande cena que resumiria toda essa parte contextual estaria numa apresentação de um ambientalista para um grupo de crianças em sala de aula… Aliada a reação das crianças, sem esquecer do caráter informativo para a formação delas – uma sementinha sendo plantada e para um bem em prol de muitos… Esse ativista é Dustin Noble. Personagem do sempre ótimo John Krasinski. Dustin fará o contraponto com o protagonista. Ou um deles! Como eu já citei, “Terra Prometida” é um filme do modo de cada um ver a vida, ou de levar a vida com o seu quinhão de terra…

A terra em si já estava lá! O que chegaria a aquela pequena localidade seria a promessa de um ganho financeiro extra ao cederem o subsolo para uma mega corporação. Para tanto ela enviaria para lá alguém que teria um predicativo a mais: o de “falar a língua do campo“. Mas o fato de se ter nascido numa região rural não qualifica ninguém em entender o que de fato passaria no interior dessas pessoas… Até porque ele próprio partira cedo para um grande centro urbano… De qualquer forma cada um pode ter ideias próprias sem se deixar levar até por algo já enraizado culturalmente. Enfim, o escolhido estava disposto a mostrar resultados! Além do que receberia… Vaidoso até por ser um grande vendedor… Parte já se achando vitorioso… Ele é Steve Butler. Personagem de Matt Damon. Cuja performance deixou um pouquinho a desejar. Eu cheguei a pensar se um outro ator levaria esse personagem a voos mais altos… E não o fez não por falta de história… Enfim, não deixou o personagem memorável!

terra-prometida_2012_03Butler leva como assessora Sue Thomason. Alguém ainda presa a velhos costumes… Ela é a personagem da sempre ótima Frances McDormand. Muito embora nesse me levou a lembrar de sua personagem em “Fargo“, de 1996… Não que isso pesasse contra. Talvez até por sua performance nesse outro tenha sido o motivo para fazer a Sue em “Terra Prometida“. De qualquer forma ela deu asas ao esteriótipo do caipira. E o filme traz os preconceitos acerca dos que vivem em regiões rurais pelos os dos grandes centros urbanos. Como também traz outros preconceitos sócio-culturais. E tanto Butler quanto Sue ganharam um aliado nessa empreitada: Rob (Titus Welliver). O dono de um pequeno comércio local. Que deu dicas para mais do que adentrarem nas casas daquela gente, que conquistassem seus corações… Mesmo com essa grande ajuda… Butler encontraria umas pedras nesse caminho…

terra-prometida_2012_04O preço daquelas terras iam além de pagamento de propinas… De usar a vaidade das pessoas… Pois mesmo que entrasse no campo sentimental dos moradores… Alguns mostraram que o peso para elas era outro… Colocando-o em xeque! Até porque alguns deles também moraram em grandes cidades… Só que na atualidade escolheram ali viver… Um até nem saiu dali, o Jeff Dennon (Scoot McNairy), fora um irmão. Alguém que pelo o que vivenciou… Deixava Jeff ciente de tudo que envolvia o xisto e não apenas em solo americano… Desconcentrando Butler! Também há o personagem de Hal Holbrook: o professor aposentado Frank Yates. Um dos que passou com louvor por um dos preconceitos do Butler… Outra que também o desarma, até mais do que ele contava é Alice (Rosemarie DeWitt), a professora das crianças: alguém que o intimida até com algo do tipo “E porque não?“… Butler recebera lições até de uma criança… Dos reais valores para alguns dali…

Matt Damon é um dos que assina o Roteiro. Tendo na bagagem o excelente “Gênio Indomável“, de 1997. Também dirigido por Gus Van Sant. Se antes Gus tinha em mãos um jovem ator a ser lapidado, talvez nesse de 2012 ele o tenha deixado intimidado… É que faltou algo dessa vez! Enquadramento demais? Pode ser! Que pode ter desvirtuado o perfil do personagem… É que ele deveria ter passado uma imagem de alguém que vendera a alma… O que por exemplo ocorreu com John Krasinski! Seu personagem mais parecia um diabo confrontando Butler… De qualquer forma, ambos – Matt e Krasinski -, merecem os aplausos por trazerem um alerta a todos sobre a exploração do xisto! Um tema ainda desconhecido para muitos de nós. Assistam e confiram! Nota 09!

Terra Prometida (Promised Land. 2012)
Ficha Técnica: na página no IMDb.

Curiosidade: A principal razão para a preocupação dos ambientalistas é que os poços de fraturamento hidráulico estão sujeitos a vazamentos. Nesses locais, a água, produtos químicos e areia são bombeados em alta pressão de forma vertical para fraturar o xisto do subsolo. Entre os principais impactos ambientais estão a contaminação da água e do solo, riscos de explosão com a liberação de gás metano, consumo excessivo de água para provocar o fracionamento da rocha, além do uso de substâncias químicas para favorecer a exploração. Ainda há a preocupação de que a técnica possa estimular movimentos tectônicos que levem a terremotos. Em resumo, o solo e os lençóis freáticos podem ser contaminados com substâncias nocivas à saúde.

Interestelar (Interstellar. 2014)

Interestellar_2014_cartazPor: Monica T. Maia.

Interestellar_2014_01 Qual é o Nosso Lugar Entre as Estrelas?

Bom entretenimento que expande os horizontes. Literalmente. “Interestelar” é o filme mais sensacional dos últimos tempos exatamente porque não tem limites comuns. Baseado na Física mais moderna, sacode preconceitos e conceitos atávicos que são repetidos como se fossem verdades imutáveis.

Antes olhávamos para o céu e perguntávamos qual era o nosso lugar nas estrelas. Agora olhamos para baixo e preocupamo-nos com o nosso lugar na poeira”.

Interestellar_2014_02O comentário de Cooper (protagonista interpretado por Mathew McConaughey) no diálogo com o sogro Donald (John Lithgow) trata do Ser e de seus ‘por ques’. Ser piloto de naves espaciais ou ser fazendeiro numa Terra que está sendo carcomida por poeira ácida criada pelo próprio homem? Cooper ‘olha para cima’ como fez William Herschel, astrônomo alemão naturalizado inglês que preferiu descobrir os anéis de Saturno e a radiação infravermelha ainda nos séculos XVIII e XIX, em vez lutar em guerras sangrentas. Ou como fez o grego Erastóstenes de Cirene (276 a.C.-195 a.C.) que mostrou que a Terra era redonda quando todos acreditavam piamente que era plana. Ou o astrônomo persa Abd al-Rahman al-Sufi que descobriu as primeiras estrelas fora da Via Láctea. Enfim, há dezenas desses sábios incríveis…

Interestellar_2014_04Assusta-nos a perspectiva de sermos cósmicos – cidadãos de um Cosmo infinito – e não simplesmente cidadãos de uma cidade entre milhares de um pequeno planeta entre trilhões e septilhões que nem sabemos quanto são ao todo. O filósofo, escritor e educador Mario Sergio Cortella tem palestras maravilhosas sobre isso disponíveis no youtube: somente na nossa galáxia há pelo menos 200 bilhões de sóis como o nosso. Não há matemática humana que consiga contabilizar o Universo.

Além de inspirado em Ciência real – o consultor científico é o físico teórico Kip Thorne – “Interstellar” foi possível porque o diretor Christopher Nolan se despiu de qualquer fronteira que pudesse embaçar a busca pelo futuro. Se enxergar a Lua já é uma ilusão – esse astro está sempre 1 segundo no passado porque está a 300 mil quilômetros de distância – então, o que dizer sobre o que sabemos realmente? Afinal, a ‘Terra redonda’ era a ficção científica dos antigos…

Há muito o que conversar sobre “Interstellar”…

Interestelar (Interstellar. 2014)
Ficha Técnica: na página no IMDb.

Contágio (Contagion. 2011)

Tão logo eu soube do filme, e reforçado depois nas primeiras sinopses divulgadas de “Contágio“, me veio a ideia de que seria como uma releitura de “Epidemia“. Em trazer para a atualidade a temática da propagação de um tipo de vírus mortal. Afinal, de 1995 para cá até o Cinema mudou. Ficção e Realidade ganharam novas tecnologias. Logo, não teria porque não atualizarem também em contar uma estória com essa temática. E enquanto aguardava, surgiram outras reflexões que foram desvendadas assistindo o filme.

Se o “bicho-papão” disseminador do de 95 fora um país africano, ficava uma curiosidade de porque nesse de 2011 escolherem Hong Kong. Um tipo de retaliação de cunho financeiro-político? Para ficarem mais no campo da ficção, do frango qual seria o animal da vez? Também vale lembrar de que mesmo que o “mal” tenha saído de um Laboratório dentro do próprio território – vide Antrax -, ou eles abafam o caso, ou novamente o Tio Sam posa de salvador do planeta. De mais a mais, algo letal e altamente transmissível é a galinha dos ovos de ouro de dois grande poderio: indústria farmacêutica e indústria bélica. Que vai desde espalhar um vírus num país de 3º Mundo para venderem vacinas aos milhões, até as armas biológicas.

Morre-se aos milhares de pessoas por dia, são estatísticas que só irá parar na grande mídia, se houver um interesse político, quer seja de um governo, ou de um gerenciamento de empresas. Mesmo assim, fica a interrogação de quando e porque ganha um interesse da parte deles? Segurança Pública é engolida pela Segurança de Estado. O proteger a nação como um todo vem em primeiro lugar. Mas mais parecendo acordos desencontrados. Algo como: a pesquisa em andamento no laboratório X não chega no andar de cima. As verbas sem justificativas não passam pelas burocracias das demais. Fica sempre a dúvida até onde vão as pesquisas a título de: encontrar uma cura depois. E sempre fica a interrogação também para saber como a OMS (Organização Mundial da Saúde) lida com uma estória como essa.

E nessa de atualizar, não podemos esquecer de um poder que já está amedrontando os governos atuais: a internet. Em como seria usado no roteiro desse filme. Para nós Blogueiros, diferente do filme “Intrigas de Estado” onde uma blogueira pensou mais no fato, em “Contágio” fez foi mostrar que também nessa mídia há uma imprensa marrom. Uma fala do filme já mostrava que seria por ai: “Blogging não é escrever, é pichação com pontuação“. O blogueiro em questão vai além ao resolver monetizar o fato. Farejou uma mina de ouro. Ele é Alan Krumwiede, personagem de Jude Law. Atuou tão bem que deu um pouquinho de raiva em vê-lo recebendo 2 milhões de acesso em busca de um milagre.

Contágio” começa no “segundo dia”. É quando a personagem de Gwyneth Paltrow, Beth Emhoff. Vinda de Hong Kong, adoece, vindo a falecer. Ela e mais três pessoas são as primeiras vítimas. Beth transmite a doença ao filho, mas o marido, Mitch (Personagem de Matt Damon), por alguma carga genética fica imune. Ele, e cada três pessoas de um total de quatro, não são contaminados. O tal vírus faz um tipo de seleção natural.

Se há vilões, o mocinho dessa estória fica a cargo de três personagens: Dr. Ellis Cheever (Laurence Fishburne), Dra. Erin Mears (Kate Winslet) e Dra. Leonora Orantes (Marion Cotillard). Ellis nos leva a ter esperança de que há abnegados entre os que se prestam mais a política. Sua ética profissional será pressionada também pelo seu lado pessoal. Já Erin será a voz e presença dele em meio ao campo de batalha. É a burocracia que não pode atrapalhar, mas sim funcionar diante de um quadro dantesco como esse: milhares de mortes. E Leonora irá montar as peças lá em Hong Kong. Tentar apurar o “primeiro dia”.

Contágio” conseguiu se sair bem nessa atualização do fato. Um roteiro enxuto que prende a atenção mais pela maneira de contar do que o suspense em si. Sem cair no drama, mostra de forma impessoal o que uma tsunami-viral afeta no dia-a-dia de cada um do planeta. Não dá aulas de higiene pessoal, até porque após o pânico, até esse tipo de cuidados vão aos poucos sendo deixados de lado. Basta lembrar o que ocorre com a Dengue no Brasil, a cada chegada de Verão, as Prefeituras se vêem as voltas com novas conscientização a população local.

A morte de muitos claro que entristece, ainda mais vendo que um simples gesto foi o propagador de tudo. Por outro lado, ao ver como Mitch realizou um desejo da filha, Jory (Anna Jacoby-Heron), também me comoveu. É! Vida que segue! É bom filme! Gostei! E pelo conjunto da obra dou Nota: 08.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Contágio (Contagion. 2011). EUA. Direção: Steven Soderbergh. Roteiro: Scott Z. Burns (O Ultimato Bourne). +Elenco. Gênero: Drama, Sci-Fi, Thriller. Duração: 106 minutos.

Os Infiltrados (The Departed)

Por: Alex Ginatto.

Mais um filme que tive a vontade de rever com aquele olhar mais crítico. Excelente! A começar pela escolha do elenco! Difícil lembrar de um filme com tantos bons atores reunidos: Damon, DiCaprio, Wahlberg, Martin Sheen, Alec Baldwin e…Nicholson! UAU!

Mas só isso não faz um filme ser bom, sabemos disso. Quem é o diretor? Scorsese…Quê?? Sério?? Bom, aí já começa ficar difícil acreditar que o filme não será bom!

Uma trama muito bem armada, não só pelos papéis de infiltrados, mas pela parte psicológica de ambos…”O que estou fazendo com minha vida? É isso mesmo que desejo? Quero continuar com isso?

Concordo com Lella, DiCaprio cresce no filme e se sobressai em relação a Damon, mas acredito que a razão seja muito mais a superioridade, a força do personagem Costigan em relação ao menino Sullivan, aflito desde o momento em que é atraído por Frank (Nicholson) na mercearia do começo do filme. Costigan vem de uma família sofrida, querendo crescer na vida.

Baldwin, Wahlberg e Sheen tiveram papéis que talvez não correspondam à altura dos atores que são, mas executaram com perfeição o que Scorsese planejou para cada um deles. Nos passam aquela impressão de “conheço esse cara” durante o filme todo, como se fosse um “All Star Game” dos filmes, com os melhores no melhor filme! rs

Paro por aqui para não criar spoilers, mas recomendo a quem gosta deste tipo de filme: imperdível. A quem não é muito fã, recomendo que tenha a curiosidade de ver e acho que este filme poderá mudar suas impressões sobre o estilo.

Nota 8.

Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau). 2011

O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.” Machado de Assis.
Os Agentes do Destino é mais um filme que me chamou a atenção pelo argumento inteligente, misterioso e instigante. Uma mistura de romance, religião, filosofia, aventura, misticismo e ficção-científica, tudo na dose exata. É baseado no conto The Adjustment Team, de Philip K. Dick com roteiro e direção de George Nolfi e já bastante cotado para se tornar um clássico moderno.

O filme conta a história do político David Norris candidato ao Senado interpretado pelo ótimo Matt Damon, fazendo campanha eleitoral pelos cantos da cidade, e que casualmente conhece dentro do banheiro masculino a simpática Elise Sellas, uma bailarina vivida pela atriz Emily Blunt, pela qual se apaixona. Só que a partir daí coisas estranhas começam a acontecer: o destino, literalmente, entra em ação, pregando-lhe uma peça, manipulando a todo custo a história de amor que mal está começando, a fim de que a mesma cumpra o seu destino, não se alterando pela livre escolha conforme o escrito no livro da vida de cada um, e que a união do casal não se concretize.

É aí que entra o genial da história: a religião e a ficção caminhando sutilmente juntos, se mesclando e fazendo crer que o destino está mesmo escrito, e no mundo é representado por um grupo de homens trajando paletó, gravata e chapéu, cuidando para que nada atrapalhe ou mude o já traçado, itinerário do casal. O grupo procura estabelecer regras ao congressista para que nada seja alterado em sua vida predeterminada, nem mesmo a religião para se meter ou ditar normas no que diz respeito ao livre-arbítrio; a sua musa seguindo carreira profissional de bailarina de sucesso e ele como político podendo chegar a presidente da república.

Os “agentes do destino” estão em todos os lugares e deveriam se portar como seres invisíveis agindo para que a sorte de cada um se cumpra, só que, por uma fatalidade do próprio destino do protagonista, o candidato ao Senado, é que  ele consegue ver esses seres por todos os cantos, e assim descobre que não pode manipular ou mudar o já traçado para si, isto é, Elise não deveria fazer parte de seus planos, de sua vida, e ele não poderia voltar a encontrá-la. Mas David reencontra sua amada Elise dentro de um ônibus, porque um dos agentes dormiu no ponto e deixou isso acontecer, alterando o destino de ambos. A partir daí, esses agentes passaram a ter mais cuidado e David perdeu o contato com sua amada por três anos, até que um dia, pela sua força de vontade, a reencontra na rua, entrando aqui a ação do livre-arbítrio.

O ponto culminante deste filme  é a perseguição ao casal pelos agentes por toda Nova Iorque usando os portais como atalho para que fugisse desse destino para eles traçado, e brinca com a percepção dos espaços de Manhattan, passando de maneira genial de um corredor apertado para o imenso estádio dos Yankees, a Estátua da Liberdade, as largas avenidas e outros pontos turísticos nos brindando com ótimas imagens. Eis um contraponto, uma singular releitura do filme Monstros S.A., um imensa fábrica de sustos existente que constrói inúmeros portais que levam os monstros para os quartos das crianças.

O veterano e charmoso ator Terence Stamp dá um tom especial ao filme, agindo como o chefão do grupo. Outro ator de destaque neste filme é Anthony Makie que ficou bem conhecido pela sua ótima atuação em Guerra ao Terror. Makie atuando como o agente Harry Mitchell dividido entre seu trabalho e seus sentimentos de solidariedade, e no ponto de virada ajudando o casal a tornar o relacionamento e esta história em ‘happy end’.  “Tudo deve seguir de acordo com o plano” o plano desses agentes é que  “não pode fugir do teu destino”.

E quanto ao livre-arbítrio? Bem, como é um assunto, digamos, de cunho religioso, comento aqui apenas como forma de ilustrar a história do filme.

O destino do homem já vem traçado ou é ele é que faz? E quanto ao livre-arbítrio? Assunto polêmico, não? Bem… bem explorado neste argumento. Digamos que o destino de Judas seria trair o filho de Deus com um beijo, e ele se quisesse poderia optar não ter feito isso, teria o livre-arbítrio; a prova disso é o seu arrependimento; Diversos textos bíblicos provam que o ser humano possui a liberdade de escolha. A Bíblia diz que o homem possui certa “liberdade” de escolha, mas não específica o quanto ele tem de livre-arbítrio. O livro sagrado está recheado de citações que confirma o tema livre-arbítrio, como, por exemplo em:

Apocalipse 3:20: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém abrir…”.
João 6: 37: “O que vem a mim não o lançarei fora…”.
Isaías 28:12: “ao qual disse: Este é o descanso, daí descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir”.
Mateus 25:45: “Então lhes responderá: Em verdade vos digo que sempre que o deixastes de fazer a um destes pequeninos, a mim o deixastes de fazer”.

Independentemente dos assuntos polêmicos abordados na história, vale a pena conferir este romance pela ótima direção, fotografia, atuações e locações.

Bem, agora é com você que tem o livre-arbítrio de escolher assistir ou não a este filme delicioso filme!
Karenina Rostov

Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau). 2011

Se a sua pipoca termina logo no início da sessão, compre duas. Ou três. Isso se for muito fã do Matt Damon, como eu sou do Bruce Willis: assistimos qualquer filme que eles estão no elenco. Mas esse, o que me levou a assistir nem foi o elenco e sim uma frase da sinopse: “Quem controla o seu destino?

Pontos negativos!

O filme por um todo. Porque o alongaram demais esse filme. Ok! Avancei na fita. Rebobinando a minha ora a perplexidade, ora “E a minha pipoca acabou!“. No início do filme cheguei a pensar: “Ah tá! Se é uma Sci-Fi porque não! Ele vai voltar no tempo, ver onde errou, e então ganhar a Eleição para Senador pelo Estado de Nova Iorque.” Mas quando os tais agentes entram em cena, vi que não era nada disso. Não era uma volta ao passado, mas sim… Ops! Deixarei esse spoiler para depois. Até porque é um ponto a favor desse filme.

O Romance!

Após perder o Senado, David Norris (Matt Damon) perde três anos da vida dele pensando num amor que nem chegou a ter. Um encontro de pouquíssimos minutos com Elise (Emily Blunt) o deixara apaixonado. Ok! Eu acredito em amor à primeira vista, mas daí perder a vontade política, fica mais difícil de acreditar. O cara não fez nada nem para o colegiado onde liderou os votos: o Brooklyn. Faltou colocarem ele numa de: “Mal-me-quer, bem-me-quer…

Três anos depois, eles voltam a se encontrar…

Graças, a um-Coelho-de-Alice-às-avessas!

Ele é Harry (Anthony Mackie), um afro-americano. Gente! Não estou sendo preconceituosa. Mas eu disse: está no “às avessas“. Ele até tenta correr, mas porque cochilara. Foram segundos que alteraram o destino já traçado. Meio que “Efeito Borboleta“.

A Virada do Destino!

Então, dai achei que com o Romance a história iria ganhar um pouco de emoção. Meio que: “a Cinderela precisa sair do baile(t) à meia-noite“. David vai até o Brooklyn pedir votos para uma nova tentativa ao Senado. De lá, tenta burlar a vigilância dos tais agentes para estar com Elise. E a história cai num tédio. De querer avançar o filme.

Já comentei em outros textos que não precisam alongar um filme para se contar uma boa história. Não li o Conto onde o filme foi baseado. Meio ufanista, a la tio sam. Se enxugassem uns 15 minutos, de um mediano-sessão-da-tarde, passaria a um bom-sessão-da-tarde.

O Mito do Herói!

David -> órfão -> toma para si um ideal paterno -> tendo dois desafios: proteger a amada e tentar reverter uma cadeia de lobotomia parcial a sua volta. E quem estaria com esse controle maior nessa Matrix? O tiro de misericórdia que o atinge em cheio veio por um agente do alto escalão, Thompson (Terence Stamp). Fazendo David recuar.

A ajuda nessa sua missão!

Um Herói recebe ajuda pelo caminho. Por vezes, um anjo da guarda cochila, mas mais a frente, ele tenta pelo menos mostrar uma saída. É quando David descobre o ponto fraco de seus oponentes: o chapéu. Como também que a água será o seu escudo.

O que se tem a destacar!

O que salva o filme de um fracasso total foi a química com a dupla Damon e Blunt. Num Gênero Romance isso é bem relevante. Outro ponto que embora não faça parte da história, seria quase um convite a visitar uma Nova Iorque comum, sem estar tão endeusada. E também a reflexão que fica, mas que também é um spoiler: “Tenho as chaves do meu destino!” Que somos nós que devemos escrever o livro da nossa vida.

Faltou a Georgi Nolfi uma assessoria de alguém da área Psico, por conta dos elementos simbólicos. O filme pendeu mais para “MIB”, o que o deixou mais em tom de burlesco.

Então, é isso: melhor esperar passar na tv.

Por: Valéria Miguez (LELLA).

Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau). 2011. EUA. Direção e Roteiro: George Nolfi. +Elenco. Gênero: Romance, Sci-Fi, Thriller. Duração: 106 minutos. Baseado num conto de Philip K. Dick: The Adjustment Team.